Dois

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O colégio estava igual a sempre, as mesmas rodinhas, os mesmo amigos, as mesmas meninas insuportáveis. Muitas vezes me perguntava o porque de ainda ir a um colégio se talvez eu não poderia exercer nada no futuro. Mais eu gostava de pensar que não queria morrer sem o mínimo de  conhecimento então as aulas se tornavam legais depois desse pensamento. Ao entrar na sala de aula de sempre para a aula de história americana, eu vi cada pessoa em seu devido lugar, porém ninguém me viu, era sempre assim. Sentei na última cadeira, da última fileira da sala. Ali era o meu lugar, a minha carteira e logo depois de pegar o livro na bolsa e voltar os olhos para a banca eu vi rabiscado nela. Monstrinha. Eu aprendi com os anos que alimentar esse tipo de coisa não daria certo. Então simplesmente cobri a palavra com o livro e fiquei folheando ele. Quando percebi que todos pararam de falar e olharam para porta aonde viram ela Olívia entrar sozinha em sala. O que era no mínimo muito esquisito pois Evan sempre estava na sua cola, como um papagaio de pirata. Começou um baixo burburinho e eu só fiquei pensando que talvez ele tivesse tomado juízo. Ela se sentou e alguns poucos minutos depois Evan apareceu, como sempre de calça jeans, blusa pólo e sua jaqueta preta (a qual ele denominava jaqueta do time), foi bem estranho quando ele passou direto por Olívia sem falar nada com ela, o burburinho que havia começado antes depois disso cresceu e só foi parar quando o professor entrou em sala.

Depois dessa aula era a hora do intervalo, eu tinha acabado de dobrar o corredor vazio que dava caminho para a biblioteca e estava no primeiro degrau da escada quando senti uma leve tontura. Aqui não era nem hora e nem tão pouco local para que isso acontecesse. Logo após eu me encostar na parede da escada rezando para que ninguém me visse assim. Tudo aconteceu muito rápido. Senti uma gota de sangue molhar minha camiseta e sabia muito bem de onde ele estava vindo.  Por instinto coloquei a mão no nariz e como que assumindo a verdade notei que era de lá que o sangue estava vindo, fui tentar dar um passo para subir a escada novamente e ir em direção ao banheiro quando tudo ficou escuro e eu simplesmente me estabaquei no chão. De repente eu estava no chão, com o nariz sangrando e rezando para ninguém aparecer. Quando eu escutei sua voz.

- Ei, você está bem?

Eu sabia de quem era aquela voz, Evan Dixon.

- Sim, estou.

- Você não me parece bem. Você deveria ir na enfermaria ver isso aí. Ele apontou pro meu nariz.

- Eu estou bem, só preciso chegar ao banheiro. Tentei levantar novamente mais a tontura não deixou.

- Ok. Eu te ajudo, vem aqui, você consegue andar?. Ele me pegou pelos ombros me apoiando com um de meus braços nele.

- Consigo sim. Eu me direcionei ao banheiro que ficava no andar de cima, quando notei que ele me direcionou ao banheiro do mesmo andar que estávamos.

- Não, por favor. O banheiro desse andar sempre está cheio. Eu prefiro ir para o do andar de cima.

- Eloise, você não está bem. E o banheiro desse andar nesse momento não tem ninguém, todos estão na cantina. Ele sabia o meu nome. Como Evan sabia o meu nome?

- Tudo bem.

Ele me encaminhou ao banheiro. E quando eu achei que ele iria embora ele entrou junto comigo e colocou uma cadeira para barrar a porta.

- O que está fazendo Evan?

- Eu vou te ajudar a limpar isso aí. Relaxa Carter eu não vou te atacar.

- Você não precisava me ajudar.

- Porque sua reputação seria manchada com isso? Ele perguntou em tom de brincadeira.

- Não mais a sua ficaria. Não seria legal para você se seus amigos te vissem comigo.

- Elli, eu só tenho um amigo de verdade, não ligo para o que os outros pensam de mim e não iria te deixar caída na escada, sabendo o que eles fazem com você.

O Diário de ElliOnde histórias criam vida. Descubra agora