Capítulo 5

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Capítulo 5

Sam

Dentro do carro, pensei em como agi errado e fora do meu comum, mas eu estava com uma ferida no coração, que doía muito, todas as vezes que eu fechava os olhos, e via a imagem do meu pai de braços abertos para mim. Digo a mim mesmo, que quando chegasse a casa, iria falar com Alexya e pedir desculpas: era o certo a fazer, mesmo ela tendo errado comigo no começo. Eu estava em um carro separado, uma caminhonete, junto com os outros jardineiros, seguindo o carro dos Drummond. Eu não tinha coragem de dirigir o Belair que era do meu, e tive que vender guardando o dinheiro na conta dela, já que minha mãe não queria ficar com ele. Quando chegamos a casa, fiquei boquiaberto com o tamanho da casa, que era, quase, duas vezes o tamanho da casa da cidade, também com a natureza.

Era tudo perfeito.

Estacionei o carro e corri para ajudar a levar as malas dos dois, para dentro de casa.

Casa enorme construída com pedras escuras e grandes, com portas grossas de madeira, as janelas de vidros, tinha o teto de madeira escura, formando duas águas. Era impressionante. Subi a escada trabalhada com entalhes em madeira, que formavam rosas dos ventos no corrimão. Levando as malas pesadas e deixo no corredor, e parei, admirando os quadros. Observei os quadros na parede e vi o retrato de Alexya - acho que tinha uns dezoito anos - enroscada no pescoço de uma linda mulher de longos cabelos pretos, olhos castanhos, expressivos e carinhosos, assim com os dela, com um sorriso fácil e dentes perfeitos. Deveria ser sua mãe, pois se pareciam muito.

- Bonita não é? - perguntou Alexya baixinho, ao se aproximar.

- Muito bonita - respondi me direcionando para descer a escada, ficando de costas para ela.

- Espere - exclamou com a voz ainda baixa, e no mesmo momento eu parei - quero pedir desculpas, novamente, por ter tratado você daquela forma. Espero que me perdoe.

- Era eu, quem deveria está pedindo - suspirei ao me virar, ficando de frente para ela e olhar em seus olhos - me desculpe pelo modo como agi... É que não está fácil, e você não é um exemplo de uma pessoa humilde, e depois que meu pai morreu, a lembrança de suas palavras machucaram ainda mais - continuei - não gostaria que você tocasse no meu passado. Eu não me orgulho do que fiz, e foi por causa do meu passado, que perdi um tempo valioso, tempo esse, que queria ter passado com o meu pai e minha mãe.

- Eu entendo você. Eu perdi minha mãe da mesma forma que você, e isso sempre vai me deixa, e sempre vai me deixar triste - falou olhando para a foto na moldura de aço frio - prometo deixar você em paz.

- Paz é tudo que eu mais quero - disse me virando para poder descer a escada, enquanto ela permanecia parada observando o retrato de sua mãe.

Andei pela casa, e me peguei admirado com a estrutura. Um dia eu ira ter minha própria casa, e era não sentimento de inveja, era um sentimento de querer ter algo melhor na vida. Sai, e observei novamente a natureza, árvores frondosas: umas floridas e outras não.

Respirei fundo o ar puro, sentindo aquele ar preencher meus pulmões, e logo depois de soltar o ar, sentindo um leve sorriso de alegria se formando, por contemplar uma maravilha da natureza.

- Magnífico, não é? - perguntou senhor Drummond, me tirando do meu deslumbre.

- Perfeito - afirmei contente.

- Já escolheu seu quarto?

- Não... Achei que eu iria ficar na casa anexo - respondi confuso.

- Você vai ficar na casa sede - olhou com firmeza.

- Senhor Drummond, não acho que seja uma boa ideia...

- Você está falando isso por causa de Alexya? - arqueou sua grossa sobrancelha em modo de questionamento.

Por Você, eu faço tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora