Capítulo 1

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TEXTO NÃO REVISADO - OBRA REGISTRADA - PLÁGIO É CRIME
*Antes que comece, convido você para ler "Príncipe do Meu Destino"! Corre lá!  É um bagulho cheio dos paranauês (+18). Você vai entender que nem tudo é o que parece...

Portugal - Porto - Alguns anos antes.

Não estava aguentando mais. Minha cabeça fervilhava com a proposta de uns amigos. Minha mãe estava se matando de trabalhar e meu pai, meu pai estava começando a trabalhar como jardineiro em uma casa de uns ricaços. Minhas provas para terminar o oitavo semestre em arquitetura já estavam próximas e eu tinha que estudar - apesar das dificuldades e do dinheiro contado, eu queria ter um diploma para poder dar orgulho aos meus pais -, mas ver minha mãe se matando para ajudar meu pai, me cortava o coração. Ela era uma mulher de força e que sempre fazia de tudo para me ver feliz, mas eu queria que ela fosse feliz também.

Com os seus cabelos brancos já em evidencia e as marcas de expressões em seu rosto, não me surpreendiam mais do que suas mãos calejadas do trabalho árduo, como empregada. Queria poder dar uma vida digna a ela e ao meu pai, eu sempre os via como heróis na minha vida. A tentação de assaltar um dos supermercados mais frequentados da região, pairava por minha cabeça e entrava em mim como uma doença.

Uma doença suja.

Um vírus quimera.

Já havia tentado arrumar um emprego, mas nunca aparecia nada. Eu fazia de tudo para ajudar meus pais, mas, do jeito que as coisas estavam indo, não está dando.

Meu pai sempre me dizia para ser honesto e bom - assim como todos os Ottos da família -, mas a tentação de obter dinheiro fácil e ajudar eles, não saia do meu pensamento. Quando eu era criança, meu pai me deu um carrinho de brinquedo, mas o meu carinho de brinquedo não era o mais moderno, era de madeira, com as rodas fixadas com pregos e pintado com tinta vermelha. Lembro que todos zoavam da minha cara, por ter um brinquedo de pobre. Acabei deixando o brinquedo de lado e deixei meu pai magoado, e hoje eu sei que ele trabalhou uma semana para poder juntar dinheiro para comprar o carrinho. Um mero carrinho de madeira:

"Um dia você vai entender o que fez" foi isso que disse ele, quando pegou o brinquedo que eu havia abandonado por vergonha e guardou entro da minha mochila.

E a partir daquele dia, eu tentei ser um homem melhor, falhando logo depois.

~*~

- Vamos... - disse Antonio sacolejando as mãos como um gangster.

- Não sei se é uma boa ideia... - eu podia sentir o medo se formar dentro de mim. Só a ideia de ser preso, não me deixava à vontade.

- Você precisa de grana ou não? - perguntou franzindo o cenho. Antonio era o cara das sombras dos becos escuros e das vielas. Quando se precisava de dinheiro, ele estava lá e como num passe de mágica, o dinheiro já estava em suas mãos, mas isso viria com um grande custo. Se eu aceitasse, eu sacrificaria meu tempo, minha vida e a minha liberdade.

- Preciso, mas assim não é a melhor forma... - hesitei ainda incerto, mas com a convicção de que meus pais mereciam uma vida melhor. Eu tentando conseguir um emprego, não estava conseguindo dar essa vida melhor.

Aos vinte e três anos, eu estava prestes a cometer o maior erro da minha vida, e eu ainda sabia disso.

- Você é um otário - resmungou ele irônico, com sua voz irritante e desafiadora - você sabe quando vai surgir outra oportunidade como essa? Nunca mais. O cara que arrumou a parada, vai entregar umas armas sem munição. São apenas para fazer medo. Vai ser moleza - ele disse revirando os olhos, vendo a minha expressão assustada.

Por Você, eu faço tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora