Capítulo 1 - Não mais um sonho de festa

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- Lia! Lia! Lia! – todos aqueles adolescentes, alguns já bêbados, gritando meu nome em um coro delirante no jardim da minha casa era muito até para mim, mas nesse momento, meu cérebro se inebriou com aquilo tudo. Se um dia contar para alguém só essa parte da história, a pessoa certamente me perguntaria se eu era alguma cantora famosa que estava chegando de uma longa tour pelo exterior.

O ônibus para bruscamente em cima do meio-fio e quase invadia o jardim. Convenhamos que o Pedro não fosse a melhor pessoa para estar dirigindo e eu expresso isso com o meu olhar ao mesmo tempo em que ele fala:

- Ora, é o que temos! E Cecília, isso é um ônibus escolar, não um Audi.

- Eu sei droga. Pegamos o ônibus escolar e trouxemos para a festa. Seu pai irá te matar! – começo a ter um acesso de riso.

O plano foi: o Pedro conseguir pegar as chaves do ônibus hoje pela manhã, ao mesmo tempo em que eu distraía o motorista com uma conversinha banal sobre carros do ano. O resto do dia só ouvimos a mensagem no alto-falante do colégio de que não haveria transporte escolar na volta para casa de um dos bairros da cidade, enquanto eu e Pedro espalhávamos pelas redes sociais "A grande Festa dos 15".

- Meu pai? Ele nem vai desconfiar!

- Meu Deus! – coloco as mãos na boca.

- O quê?! – Pedro fez uma cara icônica de susto.

- Pegamos a droga do ônibus! – eu falo e começo a rir ainda mais finalmente dando conta da proeza.

Desci do ônibus e fui para o meio de toda aquela gente. Parecia até clipe de música: alguns andando de skate, outros de bicicleta fazendo manobras na pista e dando voltas ao redor da mansão, garotas e garotos com copos dourados na mão, alguns jogando sinuca na sala de jogos, outros conversando pelos cantos, pessoas dançando loucamente e muita euforia na piscina.

Passando pelo meio de todos enquanto era felicitada pelos meus 15 anos de vida, eu precisava beber algo. Fui até o outro lado da piscina onde um barril de cerveja reluzia em seu prata chamativo. Pego minha caneca "A Rainha da Festa" e encho até a espuma ultrapassar o limite. Não gosto tanto de cerveja, mas quem se importa quando se está querendo beber até enjoar?

Aos poucos, vou passando por todos e vi um menino vomitar nas petúnias ao fundo da casa. Bom, é uma boa forma de regar as queridas flores da mamãe! Como em toda festa que têm muitos adolescentes juntos, sempre tem alguém fazendo loucura (opa, um vaso acaba de quebrar) e nessa não podia ser diferente. Uma grande pirâmide de gente pelada na piscina. Eu ri muito e engasguei com a cerveja. Na verdade, não sabia muito o porquê de todo aquele pessoal estar ali, eu nem falo muito com todos, só o básico (oi, bom dia). Meu pensamento foi interrompido por um beijo na boca dado por Arthur, todos gritando muito e um "Vão para um quarto, seus safados!".

Puta merda! Acabo de receber um beijo do capitão do time de vôlei da escola.

Minha opinião é que ele é realmente um pedaço de mau caminho. Claro que ele é cobiçado por muitas garotas da escola e é o queridinho dos professores. Acho que eu não tinha como ter um Primeiro Beijo melhor que esse.

- Feliz Aniversário, Cecília! – o moreno me deu um sorriso de fazer qualquer uma se derreter de amores e saiu me dando uma piscada rápida. Eu que ainda continuava sem reação, só raciocinando que eu tinha acabado de deixar de ser BV (boca virgem, ou seja, nunca foi beijada), quase morro do coração quando alguém me empurrou na piscina. E lá se foi minha cerveja! Espera, não!

Quando submergi, a visão de um Pedro com cabelos eriçados e tendo uma convulsão de rir. A propósito, minha caneca em suas mãos:

- Meu Deus! Como você é lerda! – e dobra a sua risada perturbadora de gato estrebuchado.

* Y O U N G - Internato *Onde histórias criam vida. Descubra agora