Prólogo

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  -Acho que é por aqui... - disse Mônica olhando o antigo livro de magia dela.
  Com os pés afundados em neve, olhou em sua volta, procurando a
caverna de Yarnon, uma caverna antiga que continha itens místicos os quais precisava para terminar sua poção.
   Avistou a caverna, com a entrada coberta de gelo e neve, impedindo sua passagem.
-Ignis Sib Logo! - Exclamou Mônica, apontando seu dedo para o monte de neve.
   Uma bola de fogo saiu de seus dedos, deixando a neve em forma líquida, facilitando a passagem de Mônica.
   Mônica fechou seu livro e foi em busca do artefato antigo, o Artefato de Glacies, que possuía um imenso poder do elemento gelo armazenado.

  Mônica chega em sua casa, que estava coberta de neve. Uma casa linda, feita pelos melhores construtores de Vallis. Seu interior decorado em harmonia entre plantas e madeira, formando
um ambiente muito reconfortante. Mônica, que estava com seus sapatos cheios de neve, deixou-os em sua porta para não sujar a casa. Ao entrar, colocou seu chapéu herdado de sua mãe em seu cabideiro, liberando seu cabelo marrom e liso, com uma franja que as bruxas invejavam.Sentou-se em sua poltrona e começou a treinar alguns feitiços.
  Mônica é a Bruxa mais forte de seu reino, mesmo não querendo admitir isso por pura humildade. Herdou o poder de sua mãe, que morreu na batalha travada entre Bruxos e Demônios. A mãe de Mônica, Anna, treinou sua filha por toda a vida, dizendo que ela iria fazer uma decisão muito importante algum dia. Esse dia ainda não chegara, mas Mônica ainda ouvia sua mãe sussurrando em seu ouvido.
  Ela deixou seu livro de lado e recostou-se em sua poltrona, estava cansada da missão do dia: Combater orcs, ajudar o reino, e a busca pelo Glacies, um elemento essencial para a poção de fertilidade, pois combateria o frio rígido quando a época chegasse.
  Era outono em Vallis, as folhas caíam na floresta de Wohwood, próxima à casa de Mônica, onde adorava ir se conectar com a natureza. As crianças pulavam em pilhas de folhas: filhos de Guerreiros, Arqueiros e Magos, todos viviam em harmonia lá, sem discriminação.
  Mônica olhou a hora: 16:27, hora de ir à biblioteca recitar algumas magias. Mesmo que Mônica não gostasse de rever toda as magias, era bom pra ela, ela ia descobrindo cada vez mais. Como aquela vez que conseguiu transformar-se em um gato, aquele dia foi marcante para Mônica. Ou aquele dia que ela quase explodiu a biblioteca pra conseguir fazer um feitiço de meteoro que estava escrito em uma linguagem antiga. A bibliotecária até hoje mantém esse livro longe dela.
  O caminho estava calmo, uma brisa suave levantava os cabelos de Mônica, jogando-os para trás. As folhas das árvores estavam com um tom Marrom-alaranjado, a maioria no chão. O caminho de pedras que ela sempre percorria estava diferente naquele dia, estava mais bonito. Mônica não sabia o porque de estar com uma sensação leve, talvez por completar sua missão? Ou talvez por poder ajudar tanta gente que vive no reino? Ela realmente estava diferente.
Era dia 19/07, dia que o reino havia assinado um tratado de paz com os orcs, que logo depois iriam desfazer ele invadindo e matando vários cidadãos de Vallis.
  Mônica já avistava ao longe a Biblioteca quando ouviu um barulho estranho num arbusto ao seu lado. Não temeu, pois já havia enfrentado de tudo. Fechou um dos olhos enquanto o outro se virava para o arbusto. Um olhar frio e penetrante, que faria qualquer um temer o que poderia vir. O arbusto foi se mexendo cada vez mais, e mais constantemente.
  Parou. Mônica hesitou se movimentar por um minuto, para ver o que sairia dali.
  Em um pulo Carlos saiu do arbusto assustando Mônica.
  - Há! Assustei você!
   Carlos era um mago de especialidade em pirotecnia, sabia um pouco de magia da terra, mas não conseguia conjurar um feitiço de levantamento de pedra.
  - Não me assustou, eu só achei que poderia ser um demônio ou um orc - Disse Mônica com um sorriso de canto de boca, voltando seu olhar para o percurso a ser percorrido.
  - Ah, para Mônica, você se assustou sim que eu vi. - Disse ele rindo.
  - Carlos, Carlos, sempre com as suas piadas, quando que vai amadurecer?
  - Quando você parar de ser Cafona.
  Mônica fechou a cara por um momento, lembrou-se da frase de sua mãe.
  - Mônica? - Disse Carlos em um tom preocupado
  - Hum? Ah, desculpa, tava só pensando.
  - Sua mãe?
  - Sim... já faz 10 anos sem ela...
  - É, mas pensa que ela fez isso para salvar o reino, e todos são gratos por ela fazer isso. Mas você ainda me tem, esqueceu? Vamos sair desse clima ruim.
  Mônica tenta esquecer pelo menos por um momento sua mãe, e volta-se para Carlos.
  - Você sabe que eu te amo, né? - Mônica diz com um suspiro.
  - Você sempre diz isso.
  - É porque eu te amo mesmo.
  - É... eu também me amo - diz Carlos rindo.
  - Ei! - Mônica ri dando um soquinho nele - É sério!

Pythonissam MônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora