O4. Surprise!

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"Bom dia"

Cumprimentei Christian e Stella que se encontravam na cozinha a tomar o pequeno almoço.

"Bom dia"

Christian respondeu de boca cheia.

"Christian!"

Karen chama a atenção do filho pelo seu ato, olha para mim e sorri.

"Bom dia querida. Queres comer alguma coisa?"

"Não obrigada. Vou sair com o meu pai. Sabe onde ele está?"

"Deve estar a descer num minuto."

Agradeci-lhe e sai da cozinha em direção ao hall de entrada onde se encontrava um pequeno sofá onde me sentei à espera do meu pai.

"Bom dia princesa"

O meu pai cumprimentou-me ao descer as escadas, depositando um beijo na minha testa assim que me alcançou.

"Bom dia pai"

Retribui com um beijinho na bochecha.

"Vamos?"

Assenti e segui-o até ao carro estacionado à frente da garagem.

"Hoje temos um dia muito atarefado hoje! Primeiro vamos fazer compras para o teu quarto. Para que o possas decorar como quiseres. Depois vamos a almoçar juntos como fazemos todos os domingos! E por fim tenho uma surpresa para ti."

O meu pai falava enquanto conduzia em direção a um centro comercial que o nosso gps comandava.

"Surpresa? Como assim?"

Perguntei curiosa. Acho que o meu já me tinha falado que estava a planear uma pequena surpresa para mim, mas nunca me disse o que era.

"Verás hoje à noite!"

Ai! Detesto isto! Surpresas são fixes, mas quando me dizem que têm uma surpresa para mim e ainda falta muito tempo para a surpresa deixa-me sempre muito ansiosa.

"Estava a pensar em continuar o teu tratamento aqui."

"Aqui? Eles têm médicos para isso?"

Perguntei descontraida. Sabia que ele nunca iria desistir do meu tratamento e isso deixava-me feliz, porque significava que ele nunca desistiria de mim. Afinal ele era meu pai.

"Espero que sim. Se não eu levar-te-ei até Londres uma vez por semana. Também não é assim tão absurdamente longe."

Sorri sem dizer nada e sei que ele percebeu. Poucos minutos depois chegamos ao centro comercial. Entramos e percorremos os corredores até encontrar uma loja de decoração.

"Vamos começar pelas tintas!"

Pedi e assim fomos em direção às tintas de interiores. Depois de muito procurar decidi levar um cor de rosa muito clarinho. A seguir dirigimo-nos aos texteis. Comprei umas cortinas brancas e umas com detalhes de renda para enfeitar um pouco. Quanto à roupa de cama. Escolhi 4 pares de lençóis brancos e rosas. E um edredon branco com um padrão de flores rosas e pretas. Depois passei para os quadros e molduras. Comprei muitas molduras pretas e um quadro verde menta e rosa claro com umas frases modernas e mais dois quadros vintage. E por fim comprei uns quantos objetos decorativos em tons de branco, rosa e preto, afinal seriam as cores do meu quarto.

"Tens a certeza que já está tudo?"

O meu pai pergunta quando nos aproximamos das caixas registradoras. Olho para o carrinho já cheio, penso um pouco e chego a uma conclusão.

"Sim."

Olhei para ele e sorri. Chegamos à funcionário e pouco depois pagamos. Tivemos alguma dificuldade em colocar tudo no carro, mas assim que conseguimos fomos almoçar. Após uma grande pequena discussão decidimos ir a uma pizzaria.

"Eu quero uma pizza carbonada com extra queijo e uma garrafa de água natural, por favor."

Pedi à empregada que apontava tudo o que dizia com um sorriso forçado na cara.

"Eu quero uma pizza tropical e uma coca-cola light com gelo e um pouco de limão"

"Sabes a nossa casa em Londres?"

O meu pai perguntou assim que a empregada se afastou e eu acenei como resposta.

"Bem, eu acabei por não vende-la."

Olhei para ele com uma cara que nem eu mesma conseguiria decifrar. Por um lado estava feliz, por outro confusa.

"Porque? Não tinhas já falado com uma agencia imobiliária e tudo?"

"Sim, mas ontem disse-lhes que mudei de ideias."

Mudou de ideias? Como assim? Será que vamos voltar para Londres?

"Eu quero ficar com aquela casa. Ou melhor, eu quero que fiques com aquela casa."

Neste momento não sabia se haveria de chorar ou de gritar.

"Como ainda és menor de idade eu vou ter que ficar com a casa no meu nome. Mas assim que fizeres 18 aquela casa é tua!"

Levantei-me do meu lugar e fui abraçar George.

"Tu mudaste-te por mim e eu quis fazer isto por ti"

Ele sorriu olhando e eu nem sabia bem o que dizer. Agradeci-lhe vezes e vezes sem conta durante o resto do dia. Ele apanhou-me desprevenida. Afinal não vou ficar aqui para sempre. Afinal eu vou poder voltar para casa de vez em quando. Nem acredito nisto. Fechei os estores e acendi uma vela na minha comoda e baixo da janela. Apanhei o meu cabelo num coque e sentei-me na cama colocando um pequeno cobertor peludo em cima das minhas pernas inclinando-me para o visor do meu portátil. Twitter, Youtube, Facebook, Instagram fui em todas as minhas redes sociais acabando por assistir Pretty Little Liars em Netflix. Não bastou 20 minutos depois da série ter começado e eu já tinha adormecido. Não pelo facto de não gostar da série mas estava simplesmente cançada.

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