Bônus | Primeiro encontro

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Olá, fofuras!

Um bônus só para amenizar. Como no primeiro livro, serão três bônus antes de começar as postagens oficiais.

Ainda não tenho uma data certa para começar, porque como muitos sabem estou me recuperando de um problema de saúde. Mas no máximo até o mês que vem Ash e Petter chegam de vez.

Tenham uma boa leitura! Não tive como revisar.

Pov - Ashley

Sinto o cheiro maravilhoso das rosquinhas que estão no prato do senhor ao meu lado. Meus dedos batucam uma melodia qualquer sobre o balcão enquanto espero o café ficar pronto. Não costumo sair, mas algo me faz levantar da cama hoje e resolvi vir até a cafeteria que tanto gostava quando adolescente.

Isso me faz lembrar da época em que tudo em mim era alegria e inocência, tinha uma grande ilusão por tudo, parecia que vivia em uma bolha. Quando meu pai faleceu tive que me reinventar, encontrar uma maneira de superar, consegui.

Lucy foi fundamental em minha vida nessa época, sempre estávamos juntas, sempre nos apoiando. Quando ela partiu achei que fosse o momento certo para me tornar independente, descobrir o mundo, só não sabia que ele podia ser tão cruel e cheio de maldade.

- Mais alguma coisa, senhorita? - A mocinha simpática quationa ao depositar o café sobre o balcão.

- Duas rosquinhas com cobertura de chocolate, por favor. - Consigo pedir saindo do lado obscuro da minha mente.

- Só um instante.

Volto minha atenção para as pessoas ao redor, parecem tão felizes, como se suas vidas fossem perfeitas, sorriem umas para as outras como se nada pudesse estragar seu dia. Como eu gostaria de ter toda essa paz interior. Talvez elas estejam fingindo, pode ser uma máscara para encobrir toda dor que os corrói.

Assim como você. Meu subconsciente acusa.

Sim. Também uso uma máscara, fazem sete anos que uso uma armadura para me proteger, ninguém entra, nada sai daqui de dentro, guardo as maiores angústias em um lugar que só eu posso entrar.

- Tão jovem, deveria carregar um brilho no olhar de quem está desfrutando da vida, não a tristeza de alguém que não soube viver. - Olho para o senhor ao meu lado que me observa atentamente.

- Talvez a tristeza de alguém que não soube disfrutar, agora os olhos não conseguem ver a vida com o mesmo brilho. - Respondo, ele me oferece um sorriso de compreensão.

- Escolhas, minha jovem. Você pode fazer uma errada e sofrer as consequências por toda a vida, mas uma marca pode ser coberta, ainda vai estar lá, mas você conseguiu deixá-la invisível.

- E onde eu compro essa poderosa maquiagem? - Tento brincar.

- Só você vai saber onde encontrar. Quando finalmente descobrir as marcar irão desaparecer, toda essa dor não vai mais existir. - Ele fica de pé, coloca umas notas sobre o balcão. - Essa armadura te sufoca, daqui uns anos não vai mais suportar o peso. - Sua mão toca meu ombro gentilmente. - Se livre dele, ou divida com alguém.

Acompanho seus passos lentos com o olhar até que atravesse a porta. Fico pensando em suas palavras, será que posso superar? Será que consigo viver sem angústias? Ter uma noite sono tranquila novamente? Me parece quase impossível.

- Aqui está! Deseja mais alguma coisa? - Sorrio para a jovem atrás do balcão.

- Não, obrigada. - Pago a conta e me viro para sair, tomar meu café ao ar livre vai me fazer bem.

Quando giro meu corpo em direção a porta sinto o impacto de uma parede de músculos. Suas mãos me seguram pela cintura impedindo uma previsível queda, mas o estrago já está feito, metade do café se foi e não é difícil saber onde encontrá-lo.

- Meu... terno. - O homem me solta para averiguar o tamanho da catástrofe.

- Desculpe, estava distraída. - Meu rosto deve queimar de vergonha nesse exato momento.

- Muito distraída mesmo, eu... vou ter que ir em casa trocar de roupa. - Ele tenta inutilmente limpar a mancha com as mãos. - Lá se foi um ótimo terno.

- Posso pagar o estrago. - Ofereço constrangida.

Desde que nos esbarramos seus olhos encaram a mancha de café com tamanho horror que não se atreveram a me olhar um instante sequer.

- É um terno caríssimo, não poderia...

- Arrogante. - Não deixo que termine, seu olhar finalmente encontra o meu e a primeira reação de surpresa é substituída por algo que não decifro. - Só porque não visto uma roupa elegante não quer dizer que não posso pagar por uma.

Não posso. Mas ele não precisa saber.

- O quê? Acho que tem problemas com estereótipo, senhorita. Eu não quis dizer isso...

- Você quem deve ter problemas com estereótipos. - Seu olhar parece divertido. - Acha que porque trabalha em um prédio elegante, veste roupas caras, as outras pessoas não estão a sua altura, não podem ser como você.

- Ainda não decidi se registro a sua beleza ou o seu humor, quer dizer a falta dele. - O idiota ri da minha cara.

O fato dele mencionar minha aparência me desarma um pouco, não costumo receber elogios de desconhecidos, muito menos de homens bonitos, porque sim, eu reparei em sua beleza.

- Também acha que com um elogio vai me ter aos seus pés? Eu já vi esse filme, seu exatamente como acaba.

Não sei exatamente o porquê de distorcer tudo que ele fala, talvez eu saiba. Eu projeto aquele canalha em todos, tudo sempre me faz pensar que vai se repetir e tenho que aprender a controlar isso.

- Eu acho que viu tanto que arranhou, está parada em uma determinada parte, isso está bem claro. - É como um choque, um tapa bem na minha cara pedindo que desperte.

As pessoas ao redor estão todo esse tempo acompanhando nosso pequeno embate, ou melhor, minha cena ridícula. Essa não sou eu, parece uma defesa sempre que algo foge do controle.

- Eu... sinto muito pelo terno. - Passo por ele em direção a porta, nem sei seu nome. Melhor assim, pelo menos esqueço mais rápido os olhos castanhos que me fitavam com intensidade.

Quando sinto o vento bater no meu rosto uma sensação familiar me invade, uma sensação que eu conheço tão intimamente. Só preciso chegar em casa, chorar em público não me parece uma boa idéia.

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Quem diria que a Ash tão doce reagiria assim? Haha

Mal sabe ela que o Petter decidiu registrar a beleza, coitado, não superou!

Gostaram do bônus? Até o próximo!

Amo vocês, minhas fofuras!



Série Amor Furtivo - Cuide de Mim - RETIRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora