Scooby: Apocalypse

Daphne Blake (Parte II)

— Você já ouviu falar no paradoxo do Pinóquio? — Perguntou Daphne dentro do furgão.

Era um pretexto para fazer com que Velma conversasse. Ela estava parecendo um robô.

— Hm, nunca ouvi. — Respondeu Velma atenta ao asfalto.

— E quer ouvir?

— Ué, se você quiser falar, fale porra. Não tem ninguém te segurando.

— Nossa, que rude! Mas é o seguinte... suponhamos que o Pinóquio afirme "meu nariz vai crescer agora", o nariz dele cresce ou não? — Daph tirou o cinto de segurança e olhou para Velma.

— O quê? Que porra é essa vadia? — Estranhou. — Sei lá, o nariz... hm, cresce?

— Errou.

— Mas ele contou uma mentira. — Argumentou Velma.

— Mas se o nariz crescer, deixa de ser mentira e passa a ser verdade.

— Então o nariz não cresce?!

— Errou de novo!

— Que porra é essa caralho?

— Calma, essa é a moral do paradoxo....

— Qual? — Velma olhou com rapidez para Daphne, parecia interessada.

— A dúvida.

— Seja específica.

— Nunca saberemos se o nariz dele vai crescer ou não. — Explicou Daphne. — Entendeu? Podemos ficar horas e horas julgando uma pessoa, mas só saberemos o que ela realmente é quando a conhecermos melhor. Nesse caso, só saberíamos se coexistíssemos com o Pinóquio.

Velma virou os olhos. — Que bosta.

— Bosta nada. Isso é bacana e ajuda você a pensar mais antes de agir.

— Tudo bem, tenho um paradoxo pra você também. — Exaltou Velma.

— Sério?! Vai, fala.

— Chamo de "Paradoxo da Morte".

— E como é isso?

— Se eu frear com muita força e a Daphne estiver sem cinto de segurança, ela morre rápido ou vira lanche de zumbi? — Velma deu uma risada.

— Nossa, que engraçadinha. — Daphne colocou o cinto de novo.

Velma apertou o freio com pressa. — Droga.

— Você estava falando sério sua puta? — Daphne assustada.

— Puta merda! Olha aquilo. — Velma apontou o dedo para o além da neblina.

Dali uma multidão de zumbis saiam de todos os cantos, mirando o furgão.

— Droga, não deveria ter deixado minha Mercedes.

— Porra de Mercedes, aqui não é Glee caralho!

Alguns dos infectados pareciam mais rápidos e conscientes que o normal, provavelmente haviam se demudado a pouco tempo.

Velma abriu a porta do furgão e olhou a imensidão do grupo esfomeado. — Há armas na parte de trás. Pegue-as.

— Agora sou seu pau mandado? — Disse Daph.

— Não. Mas vai virar espetinho de peitos se não fizer o que eu mando.

Daphne correu e puxou dois rifles pelo fundo. Olhou para os lados e se assustou. Eram mais de duzentos contaminados. Todos encarando as duas mulheres.