Something Happened (Oneshot)

Something happened

Camila era uma jovem menina de 17 anos. Doce, meiga, gentil e simpática, ela e sua mãe faziam viagens até vilas necessitadas, levando consigo comida e agasalhos. Elas ajudavam todos ao seu alcance.

O ano é 1903. Camila e sua mãe acabaram de sair de outro vilarejo necessitado. Elas estão perto da Áustria, no inverno, portanto já é de se imaginar um caminho coberto de neve. Antes de partirem o cocheiro já lhes avisa dessa possibilidade.

A carruagem atola. Logo o velho cocheiro desce para tentar desatolá-la. Em seguida se ouve um rápido e abafado grito do homem. A doce senhora, mãe de Camila, sem pensar duas vezes, dá um beijo na testa da filha e fala para a mesma para não se preocupar, que há de ficar tudo bem, e então sai da carruagem para ver o ocorrido. A mesma coisa acontece. A menina, já apavorada, não sabe o que fazer. Então com muito medo e um aperto no coração, ela sai.

Ela não vê nada demais além de uma floresta sombria e coberta por neve. Então ela olha para o chão. Dois corpos. O cocheiro, coberto de sangue ao seu redor e com os olhos esbugalhados, como se não soubesse o que lhe atacara. O segundo corpo era o de sua mãe, era já tinha por volta de 54 anos. Seu longo cabelo ruivo estava espalhado pela neve, junto ao seu sangue. O ferimento dos dois parecia ser no mesmo lugar em ambos os corpos. De acordo com a posição do sangue relativa aos corpos parecia ser uma enorme pancada, que os levou a falência.

Camila, após ver essa cena desmaia.

Acorda nervosa e com medo. Sente o Sol queimando em sua pele, apesar de ser inverno. Ela então olha ao seu redor e percebe não estar no mesmo lugar onde desmaiara. Ela está no vilarejo, sim, no mesmo que ela e sua mãe visitaram no dia anterior. O vilarejo foi massacrado, não sobrou uma infeliz alma. Homens, mulheres, nem crianças foram poupadas, todos mortos... menos ela.

Atordoada ela vai até o local onde aconteceu o acidente. Chegando lá ela vê os corpos queimados pela neve. Ela logo se pôs a chorar, nunca tinha havido de chorar tanto. Ela procura algum lago próximo - que não esteja congelado, o que vai ser difícil - para lavar o rosto.

Seus cabelos negros bagunçados, a pele branca como nunca, os lábios rosados e úmidos, uma coisa que antes não havia percebido era que sua roupa estava completamente coberta de sangue, mas ela não estava ferida, pode-se perceber manchas de sangue no seu cabelo e ao redor de seu pescoço. Ela tenta se lembrar do que houve na noite anterior. Antes de olhar para o chão e deparar-se com os corpo, ela vê na mata uma criatura, parece ser uma pessoa encapuzada, mas ninguém seria louco o suficiente para vagar pela mata naquele frio. Ela poderia dizer ser a morte - Okay, daqui a pouco vai estar vendo passarinho verde que fala também -.

Após o rápido flashback ela volta a realidade, achando que deve ter feito chá com alguma erva que não devia. Ela se assusta com a movimentação repentina na mata, vindo em sua direção. Logo, ela dá um passo à frente, para tentar enxergar melhor o que está vindo. É a mesma coisa/criatura que ela viu na mata. Se parece muito com um homem, mas ela não consegue ver o rosto, por estar tapado pelo capuz. Ela, sem hesitar, pergunta quem é, ele a responde dizendo ser um ser das sombras, igual a ela.

Ser das sombras? Igual a ela? Mas do que ele está falando? Então ele começa a explicar:

- Você é especial Camila, não é como outra menina da sua idade. Estou ficando cada vez mais cansado e solitário, está no infeliz momento de eu ''passar o manto'', continuar a história. Você quer saber o que somos? Somos seres que vivem nas sobras, há uma enorme batalha com os nossos demônios internos a cada suspiro, imortais, transmorfos, velozes e sedentos por sangue. Cheque o seu pescoço. Agora você é uma vampira.