Olhos

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Pov. Guilherme
Essa é a última semana de férias, e pela primeira vez eu estou indo visitar as duas ONGs e dois orfanatos que a minha mãe ajudava. E a empresa continua ajudando, foi o pedido da minha e não tinha razão porque parar.
Hoje eu começo a primeira visita que eu faço sem ela, desde a sua morte oito anos atrás, eu não tive coragem de ir.
Nas minhas férias sempre viajo para a Espanha, onde tem um apartamento e fico por lá. Só que esse, eu decidi ir ver os projetos conhecer mais sobre eles. Quando minha ia, eu lembro de me diverti, só que eu não tinha a noção do que realmente significava.
Estamos no início de fevereiro, e na próxima semana voltam as aulas na Ruth Goulart, por mim eu não ia mas na escola. Mas o meu tutor, diz que sim, que estudar é fundamental. Não tenho escolha. Não faço nenhuma aula extra curricular. Termina as aulas volto para casa e geralmente tenho aulas de carater e leio bastante.
E passado todos esses anos, não prenderam a pessoa que matou a minha mãe.
Faço aulas de caráter para diminuir a raiva, o ódio que tenho pela vida. Não a controla e esse dois sentimentos me sufocam.
A minha mente não para de pensar nisso tudo, vou em um evento público depois de anos. E tem câmera para registrar esse momento. A empresa do minha mãe é a principal do Brasil. E as emissoras sempre querem saber o que aconteceu comigo, se estou bem. Cadê o meu pai. Eu saio do carro e só escuto o barulho das câmeras. Não sei pra quê isso e ainda por cima me irrita bastante, seguranças para todos os lados.
Depois dessas fotos, eu entro e a pessoa que coordena me apresenta o orfanato. Peço que retirem as câmeras, eu quero fazer uma visita menos formal.
Quatro pessoas contando comigo, ela me diz para onde vai o dinheiro doado, que o objetivo do orfanato é mudar as vidas das crianças e adolescentes usando as artes como ferramenta de transformação.
Gostei bastante, andamos bastante, passamos pelas salas de teatro, dança, artes e chegamos na sala de música. Estão tendo aula no momento e tem uma menina cantando, a voz dela faz a sala estremecer ela cantava uma música triste. Eu não consegui perceber qual era.
A mulher responsável pelo orfanato chama Glória e vi que tem um carinho especial pela garota.
Foi chegando abraçando.
Guilherme: Bom dia, você canta muito bem - pegando na mão da garota. Qual o seu nome?
Xxxx: Meu nome é Raquel e obrigada pelo elogio.
Os olhos dela me chamaram a atenção, verdes, um olhar forte, profundo.
Glória: Guilherme, essa é a nossa sala de música, possui bastantes instrumentos, com meninos talentosos.
Eu agradeço e seguimos para a quadra de esportes, estão tendo aula de basquetebol. A Glória interrompe e me apresenta o professor, que fala sobre os alunos e fico assistindo por alguns minutos e logo em seguida, vamos tomar um café na sala da diretora do orfanato.
O Antônio me acompanha, ela agradece o apoio da empresa e eu me despeço da Glória e vou embora.

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