Uma promessa

Música

Pov. Raquel

Nesses dois anos que eu estou aqui, não quis fazer amigos e me socializar com ninguém, a pessoa que mais converso são com a Glória, ela se transformou em uma pessoa tão importante na minha vida, que minha mãe deve agradecer a ela por eu não ter me transformado em uma pessoa tão diferente daquilo que ela sonhava pra mim. Ela e a professora Sophie são como meus anjos da guarda. Estudo aqui, brigo bastante com as pessoas daqui, também, quando consigo baixar a guarda temos uma conversa interessante com algumas crianças. Elas passaram por coisa parecida igual a minha. Com o pessoal da minha idade eu converso mais com o Luca.

Sempre fomos eu e a minha mãe desde que o meu pai desapareceu, eu tinha 8 anos. E a minha mãe pouco falava da minha da minha família. Cresci com a minha melhor amiga, mas não a vejo faz tempo.

Hoje é um dia especial aqui no orfanato, depois de uns anos o filho da mulher que ajudou muito aqui, vem para uma visita.

Todos estão ansiosos. A Verônica foi a responsável pela vinda do esporte e da arte para aqui. Prático vôlei e faço aula de música.

Levanto pela manhã, faço as minhas higienes, coloco minha calça jeans, uma blusa, tênis vou tomar café da manhã. E depois vou para a aula de música. As aulas normal voltam daqui duas semanas.

Recebo algumas roupas de vem em quando e bastante livros. Não quis mais usar celular, meu amigos me abandonaram.

A Glória me apresentou artistas que eu não conhecia como Elis Regina, e ela junto com a banda Coldplay viraram os meus artistas favoritos.

As letras das músicas me tocam. E me inspirou a começar compor. Eu já gostava só que comecei a escrever um diário de todos os meus aqui e a contar todos. Como falasse com a minha mãe. Sentávamos e conversamos como foram os nossos dias. A minha mãe tinha uma empresa de publicidade. E não sei o que aconteceu com ela. Recebeu vários prêmios. E ela sentia muito orgulho que conseguiu realizar o sonho dela. Assim que ela tinha um tempo, saíamos juntas. Cinema, teatro, shows e viagens. Quando ela morreu uma parte de mim foi junto com ela. E vivo por viver.

Estou na sala de música, com a professora Sophie e a Glória aparece nos cumprimenta, me abraça ela gosta de abraços.

O menino que a maioria conhece e viu quando ainda era uma criança. Ele diz que eu canto bem e pergunta o meu nome. Falo que é Raquel e agradeço o que ele faz pelo orfanato. Ele estendeu a mão e eu apertei a mão dele, que é macia. O perfume me chamou a atenção. E os olhos castanho escuro. E claro quase ninguém vem aqui, é bom ver pessoas diferentes a Glória fala da sala dos instrumentos e eles saem.

Volto a cantar com a professora Sophie e o Luca chega e cantamos juntos. Eles ensinam músicas, mas antigas aqui. Eu estranhei no início, mas passei a gostar. O Luca quer ser meu amigo, mas eu evito. Minhas amigas desde que eu para o orfanato ninguém procurou por mim. Acho que tenho medo de ser amiga dele e depois ele ir embora também. Todos vão, um dia ou outro todos me deixam só.

Fiquei bastante tempo na sala de música.

E saio de lá para almoçar, almoço com os meus colegas. E acabamos que fazemos uma guerra de comida. Eu não sei quem começou, porém nos divertimos muito. E a bronca depois foi pesada. E tivemos que arrumar o refeitório.

Fui para o quarto das meninas, tomei banho lavei o cabelo e a Glória aparece.

Glória: tudo bem, Raquel?

Raquel: tudo Glória, a senhora quer alguma coisa?

Glória: sim, você sabe quem começou aquela bagunça?

Raquel: não, desculpa. Se soubesse não falaria, e foi divertido

Glória: Raquel por favor

Raquel: o que?

Glória: sem brincadeiras, você sabem quem começou?

Raquel: eu não sei eu já falei

Glória: chegou livros novos para você, mas eu só vou da pra você amanhã

Raquel: não por favor. Um dia você vai me falar quem me manda esses livros?

Glória: chegam aqui pra você eu só sei disso Raquel

Raquel: tudo bem, então.

Glória: não fica chateada, eu me importo com vocês e todos aqui gostam de você

Raquel: obrigada

A Glória sai do quarto e do lado da minha cama está o meu diário, pego ele e começo a escrever. - Esse é aquele dia que uma conversa, uma palavra muda tudo.