Slenderman: A História Nunca Contada

V. Grandes Poderes, Grande Insanidade

Max Baskerville, 1988, Área 51

Vinte anos se passaram desde que Benjamin Alfred assumiu o projeto Seederman. Todos os seus pesquisadores falharam em sua contenção e deixaram pouquíssimas informações sobre o alienígena. Vários pesquisadores morreram sobre o mandato do senhor Alfred, por isso, o magistrado Charles me promoveu para major e me colocou no comando da pesquisa. Aposentei Alfred assim que alcancei o cargo. Coloquei como prioridade a localização do Seederman II, mas divergências ocorreram. No laboratório, todos estavam focados em encontrar uma forma de destruir e impedir a reprodução do alienígena. Eles fizeram diversos testes misturando bases e ácidos, mas nada funcionava. A reprodução celular do Seederman era impressionante. A equipe não parava para me escutar em momento algum, então fui obrigado a tomar outros caminhos. Contratei o agente do FBI, A354C, membro do ramo HSID-FBI(Highly Secret Investigation and Defense of the FBI*). Seu nome não existia, simplesmente por ele ter sido criado para ser um agente. O mandei para as áreas onde mais havia incidência radioativa.

Dois meses se passaram. A354C estava desaparecido, e não conseguiam acha-lo nem através do seu rastreador integrado. Eu já estava ficando enfurecido. Saí correndo para uma floresta no leste de nevada, onde havia recebido o último sinal do agente. Nem me vesti para combate, por isso ainda portava meu traje costumeiro. Estava usando um terno italiano de costura fina, uma gravata vermelha com um prendedor de ouro e uma camisa branca fabricada pelo alto escalão de fabricação de tecidos inglês. Torci para não me sujar em hipótese alguma. Enquanto eu andava pela floresta, um animal me atacou repentinamente. Atingi seu focinho com socos firmes e ele recuou. Era um animal extremamente estranho. Ele possuía dentes fortes e grandes, seu corpo era como de um cachorro, mas coberto de uma gosma negra e grudenta. Ele possuía tentáculos, assim como Slendwoman.
—Estava me procurando?—disse o animal. Me preparei para o ataque, mas ele continuou dizendo:
—Eu sei que você está cansado disso tudo. Major Baskerville, tenho absoluta certeza que está cansado de apenas receber ordens. Você quer ser poderoso, quer ser um homem lembrado pela humanidade, eu sei disso! Junte-se a mim, seja meu receptáculo, e irei mostrar para todos o seu poder.
Por um minuto pensei. Ainda com dúvidas, resolvi testar sua proposta, então aceitei. A gosma negra e gelatinosa saiu do animal e se fixou em meu braço direito. Metade do meu corpo estava diferente. Encostei numa árvore e, brincado, pressionei-a, destruindo a árvore por completo. Então me decidi: vou destruir a Área 51.

Usando o poder do Seederman, me transportei para a Área 51 e desci as escadas para a parte subterrânea. Eu precisava encontrar as células adaptadas que havia no laboratório. Seederman precisava dessas células para se misturar completamente ao meu corpo e desencadear sua real habilidade. Peguei o vidro contendo uma parte do Seederman(o primeiro) e o abri.
—Senhor, o que está fazendo?—disse o estagiário, que estava se formando em bioquímica. As células se misturaram com o Seederman II e eu senti um estranho formigamento. De repente, todos na sala começaram a vomitar e a passar mal, um atrás do outro.
—Esse é o imensurável poder de Seederman!—falei, triunfante. Certamente eu era o receptáculo necessário para excitar o poder desse alienígena. Seederman ainda estava cruzando informações genéticas para se misturar ao restante do meu corpo, mas enquanto isso eu fazia uma "baguncinha". Do meu braço direito surgiu um único tentáculo, algo parecido com um chicote. Frenéticos açoites feriram e mataram alguns dos homens naquele laboratório. Destruí todos os tubos e levei anos de pesquisas para a ruína. Ergui minha mão e uma massa escura se moveu velozmente bagunçando completamente o lugar. Apenas Dylan, especialista em citologia, sobreviveu. Usei o tentáculo para segurá-lo pelo pescoço e o arrastei para a Área 51. Matei os três guardas que estavam na porta do 19º aeródromo. Quando saí da instalação, milhares de soldados estavam me esperando. Soltei Dylan e investi. Eles disparavam freneticamente, mas eu desviava facilmente. A velocidade das balas não eram suficientes para me atingir, de forma que eu conseguia vê-las como se estivessem presas em âmbar. Lancei espinhos negros feitos a partir dos tentáculos, acertando a carótida de um dos guardas. Caso aquilo não o tivesse matado, a toxina presente no espinho certamente o mataria. Eu estava em vantagem, mas os soldados estavam prontos para matar e morrer. Um tanque de guerra entrou no combate. Ele disparou um míssil contra mim, mas Seederman o engoliu. Segundo ele, dentro de seu corpo existe uma segunda dimensão, na qual há uma floresta negra onde os humanos são absorvidos. Decidi atacar, então foquei em minhas duas mãos e formei uma esfera negra e maciça. Lancei contra o tanque, e ela tomou uma forma cônica. Atingi exatamente no tanque de combustível, e houve uma explosão. Aquilo ainda não era nem metade do meu poder. A massa negra cobriu apenas meu dorso e meus dois braços. Eu me sentia um deus. O sangue que escorria me deixava em êxtase. Matar é muito bom! Enquanto eu lutava, Dylan planejava me matar. Ele havia preparado algo como um dardo, utilizando uma seringa e uma cápsula balística. Dylan colocou aquela coisa no pente da minha arma, que havia caído no chão, e engatilhou. Eu estava demasiadamente distraído com o prazer do sangue, que nem notei sua trama. De repente, Dylan mirou e atirou logo em seguida. Ele não recebeu treinamento algum para usar armas, então, sem saber do recuo, Dylan caiu. O projétil acertou meu abdômen, mas eu não esperava que fosse fazer efeito algum. De repente, Seederman sussurrou em meu ouvido:
—Seu corpo está ficando alcalino demais. Vou ter que abandonar o hospedeiro.
A massa negra se desfez e simplesmente desapareceu. Enfurecido, tentei investir contra Dylan, mas caí no chão, pois minha perna havia sido corroída.
—O que você fez?—perguntei com ódio. Então ele me respondeu dizendo:
—Nessa seringa havia hidróxido de sódio, e eu usei a pressão provocada pela arma para bombear uma parte dessa substância no seu sangue e expulsar o Seederman. Em pouco tempo você morrerá, já que vários vasos sanguíneos irão ser corroídos pela substância. Aproveite seus últimos minutos, major Baskerville.