Tudo o que queremos é a Ladybug

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Pov. Marinette

Com aquele tremendo espetáculo que estava a dar na televisão, eu acabei por me ter de transformar outra vez. Era muito secante haver dois akumas por dia. Será que a Miss Clima voltou?

Quando já saltava de telhado em telhado, avistei uma espécie de tornado a vir em minha direção.

Eu pensava que me conseguia desviar dele, mas ele começou a vir atrás de mim. Eu pulava de prédio em prédio, mas ele facilmente me alcançava.

Quando percebi que não me ia conseguir salvar, rendi-me e fui sugado pelo tornado.

Aquilo que pensava ser um tornado normal, era afinal uma sala, aberta por cima. Eu já devia estar a alucinar ou até morta. Já devia ter batido com a cabeça.

-Boa tarde Ladybug. -ouvi uma voz misteriosa de uma cadeira naquela mini sala e virei-me.

-Quem és tu? -perguntei um tanto assustada

-Eu sou Éolo, o deus do vento.

-Muito prazer, mas para que é que me quer aqui?

-Ah, é só para te sacrificares pela deusa da meteorologia.

Este deus não é nada sensível. Pensei para com os meus botões.

-E se eu não me quiser sacrificar?

-Oh, isso é uma pergunta muito severa, à qual eu responderei com o maior prazer. Terás de te sacrificar de uma maneira ou de outra. Seja a bem... ou a mal.

Nesse momento, uma mão feita de vento e terra agarrou-me pelo dorso. Por mais que eu tentasse, não me conseguia soltar.

-Mas quem pensas tu que és para agarrares uma dama dessa maneira? -disse um outro deus que apareceu do nada.

-Deixa-me fazer as coisas à minha maneira Poseidon. -então aquele era Poseidon, o deus da água. Sinceramente, sempre foi ou fora o meu deus favorito das histórias de mitologia que eu lia ou dava a História.

-É realmente uma pena, termos de entregar uma linda garota como esta. Até acho que me apaixonei.

Ok ok, uma coisa é simpatizar comigo, outra coisa é dizer que se apaixonou por mim.

Quando eu lhe ia dar uma resposta, mesmo continuando presa, algo caiu do céu. Não era bem algo, era mais... ele.

-Aqui só eu é que posso estar apaixonado pela Ladybug. -era o Chat Noir. Nunca me tinha sentido tão feliz em vê-lo.

-Mas quem disse que tu podias estar aqui? Vai já lá para fora ou também serás levado.

-Eu por ela faço tudo. -ripostou ele. Eu não sei bem o que senti, mas fiquei muito envergonhada. Aquele comentário tinha sido... muito romântico.

-E o que é que tu podes fazer? Implorar-nos? -disse Éolo.

-Não, mas pelo que eu aprendi na escola, o vento não atinge sítios quando tem uma barreira entre ele e essa coisa.

Dito isto, o Chat pegou no seu bastão e fez um golpe por cima da mão de terra e de vento. Consegui soltar-me graças a isso. De seguida, ele pegou em mim, também pelo dorso e fez o seu bastão elevar-se de uma maneira a que eu não sabia que conseguia chegar. Poucos minutos depois, já estávamos em terra firme.

Enquanto os deuses ainda estavam atrapalhados sobre o que tinha acontecido, eu e o Chat aproveitámos para nos escapulir dali para fora.

Fechados numa sala no interior do hotel do presidente, pudemos descansar por fim.

-Muito obrigada Chat, eu nem sei o que me teria acontecido se não tivesses aparecido. -disse eu avançando até ele e dando-lhe um abraço.

-Não tens de quê, Mylady. Afinal, é para isto que as duplas servem. -disse ele retribuindo o abraço. - Agora, o que achas de me explicar o que aconteceu.

-Eu acho que isso era uma ideia estupenda. Hoje, depois de ver as notícias, eu pensei que havia um novo akuma à solta, por isso transformei-me. Enquanto andava à procura de um sinal que fosse, um tornado veio em minha perseguição. Eu tentei fugir, mas ele acabou por me apanhar. Lá dentro, estava aquele deus do vento, o Éolo e ele disse-me que precisava de mim...

-Precisava de ti? Para quê?

-Eu não sei bem. Ele falou qualquer coisa sobre me sacrificar pela deusa da meteorologia. Depois agarrou-me com aquele braço constituído de terra e vento. O Poseidon apareceu de repente e começou a dizer que estava apaixonado por mim. Foi deveras nojento. A partir daí, tu já sabes o resto da história. E a melhor parte, fim.

-Se eles te querem sacrificar, vão estar à tua espera como Ladybug.

-E... onde é que queres chegar?

-Eles vão perceber assim que saíres daqui transformada. Eu tenho um plano.

Eu abri os ouvidos e a mente o mais que podia.

-Então é assim, eu não quero que tu te sintas mal, tipo não estares à vontade, mas, ah, o que eu quero dizer é -ele já está a enrolar há muito tempo.

-Desembucha Chat!

-Se nós soubéssemos a identidade um do outro, era mais fácil para mim proteger-te.

-Chat, eu não sei... -esta era daquelas situações que me deixava a pensar durante horas ou até mesmo dias. O problema é que a minha transformação já só devia continuar ativa mais uns dez minutos. Dez minutos para tomar uma decisão daquelas era demasiado arriscado.

-Mylady, esta é uma questão de vida ou morte. Eu tenho as minhas sete vidas, mas tu só tens uma. -até mesmo em situações deste tipo ele fazia piadas.

-Eu acho que vai ter de ser então. Mas deixa-me ficar transformada até ao fim.

-Claro. Eu também me destransformarei perto do teu tempo de destranformação.

Depois disto, eu sentei-me numa secretária e o Chat sentou-se num sofá a ver televisão. E foi assim que o tempo foi passando. Sempre que soava um beep beep, tanto dos meus brincos como do anel dele, eu ficava cada vez mais nervosa.

Acho que mais nervosa era impossível. Quando os meus brincos chegaram ao seu último beep, eu corri para a casa de banho, mesmo a tempo do Chat não me ver.

-Mylady, está tudo bem? A transformação já se desfez?

Quando ele disse isto, um beep do seu anel fez-me ouvir aquele barulho de destransformação.

-Quero camembert! -ouvi um bichinho dizer. Aquele devia ser o kwami do Chat.

-Plagg? -gritou a Tikki de onde eu estava.

-Tikki! -ouvi o bichinho gritar.

-Eu vou sair! -gritei eu ganhando coragem.

Mal abri a porta, deparei-me com a pessoa que menos esperava para Chat Noir... Adrien Agreste.

Lembram-se de eu ter dito que não podia ficar mais nervosa do que já estava? Afinal, eu estava muito enganada

Um sacrifício dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora