Amor Proibido - [ Repostando ]

Capítulo - I

      Estava um dia fresco, pois a primavera estava se iniciando no reino de Bleman. Haviam pequenos botões por todo o reino que logo iriam desabrochar.

  Luna, observava o reino no alto da torre do castelo, de lá podia-se ver a beleza do reino todo e as cores das flores tomando conta de todo os lugares. O vento que vinha da pequena janela, e única que existia ali, fazia com que os longos cabelos soltos da princesa voassem e parecesse com uma dança totalmente sincronizada.

  Ela estava com os cotovelos apoiados na janela e o queixo apoiado em suas mãos, guardando cada pedacinho daquela imensidão em sua mente, como se sua vida dependesse disso.

—Luna! —uma voz ofegante chama pela princesa. Por total reflexo ela se vira e coloca a mão no peito com o susto, só que após reconhecer a garota de cabelos pretos e curtos a sua frente relaxou.

—Não chegue como se fosse espiã, Alya! —a princesa abre um sorriso acolhedor e diz com a voz calma e amigável.   

—Perdoe-me Vossa Alteza, só vim avisar que o almoço está pronto e todos só estão aguardando a senhorita. —Luna suspira demonstrando seu cansaço.

—Já lhe disse que quando estivermos sozinhas pode me chamar apenas de Luna. —Alya sorri e abre passagem para que a princesa passe pela pequena porta.

  Alya é filha de um Duque, ela está morando no palácio, pois foi selecionada entre muitas outras filhas de Duques para ser uma das três damas de companhia da princesa. Ela era a mais nova entre as outras duas, tinha apenas quinze anos da idade. Ela foi seleciona porquê uma das damas da princesa se casou e se mudou junto ao marido para um reino que ficava um pouco longe e também pelo carisma incrível da menina.

 Luna já era acostumada com os doze lances de escada, mas a menina ao seu lado se esforça para manter a aparência impecável, não que a princesa se importasse com as aparências e títulos, mas ali tudo importava.

  — Graças a Deus vocês voltaram, o seu pai está muito irritado! — Hadassa, a moça com os cabelos médios castanho claro fala enquanto gesticula com as mãos de um modo rápido.

  — Luna! Olhe para seus cabelos estão embaraçados demais para se apresentar dessa forma para o almoço! —Agora a ruiva de cabelos na altura do queixo já vem pegando uma escova para lidar com os cabelos da princesa.

   Luna as observa agir de forma extremamente exagerada, era apenas um almoço, mas os cabelos de Luna estavam realmente embaraçados por conta do vento. Seu pai odiaria que ela chegasse ao salão com os cabelos daquele jeito, e ela adoraria irritar seu pai.

   Ela leva as mãos para o meio do cabelo e a contra gosto das damas faz um coque no topo de sua cabeça deixando alguns fios soltos, dando um ar totalmente desalinhado. O coque fica extremamente elegante, mas apenas para passar uma tarde no seu quarto.

   Ela ignora o falatório exagerado das damas e parte em direção a sala das refeições.

  Cumprimentando cada guarda que encontra no caminho, se distraindo com alguma pintura velha que ela já tinha visto milhares de vezes, ela enrola o máximo possível.

  Quando chega a sala de refeições as portas imensas já estão abertas como se esperasse por ela e sua entrada espetacular.

   O gêmeo da menina à observa, cada passo descontraído e desalinhado o garoto segura um sorriso. Ele sabia o que ela estava fazendo, afinal, eles haviam planejado isso na madrugada passada.
  A coroa no topo de sua cabeça estava um pouco torta e lutava  com o imenso e desalinhado coque para permanecer ali.

—Vossa Majestade, papai — uma breve reverência é feita, mas foi mais para esconder o sorriso sapeca, que bem diferente do seu pai não tentava esconder a cara de desgosto. — Que bom que me esperaram para o almoço. — Ela toma seu lugar na mesa casual na imensa sala de refeições.

— Esse seu comportamento não vai mudar o fato do seu casamento. — o rei diz repreendendo a menina que coloca a mão na tampa de alumínio que cobre o seu prato. — Nada vai fazer com que esse casamento seja anulado.

— Sim papai. — ela diz com uma serenidade que pertencia da sua mãe.

 
   O menor dos príncipes espalhava comida por toda parte e ria satisfeito da sua façanha, mas a babá não estava nada feliz com o seu novo uniforme.

   Essa era uma ótima idéia, ela poderia dar um novo estilo de roupa para o seu noivo no jantar de oficialização do noivado, se ele for realmente aguenta-lá até lá.

°°°

— Arrume essas costas, Estela! — A estilista pede mais uma vez impaciente. — De que adianta ter vestidos sobe medida se você não colabora para termos medidas exatas!?

— Desculpe, Rachel. — A menina alinha as costas do modo que foi ensinada desde criança. — Tem certeza que esse vestido não é exagerado demais?

— Claro que não! — ela começa — É seu décimo oitavo aniversário, você tem que estar estonteante. Os príncipes vão ir a loucura com o destaque que suas curvas terão!

— Minhas pernas não dizem o mesmo sobre isso! — a estilista ri.

— A beleza dói! Se acostume, os espartilhos são piores!

    A menina suspira vencida, tendo a consciência de que não fará Rachel mudar o modelo de seu vestido de baile, pelo menos a cor seria escolha sua.

  Um preto para combinar com o luto da sua liberdade? Ou então um vermelho para mostrar o quão poderosa ela poderia ser.

— Pronto, terminei!  — Faz uma reverência extremamente exagerada enquanto a princesa balança a cabeça em negação. — Vossa "princesitude"

— Até mais Rach!

    Ela sai do ateliê, que fica em uma das muitas áreas do castelo, sorrindo como sempre, mas não pelo vestido novo, isso não tinha muita importância, apenas pelo bem que sua amiga fazia a ela.
 
   O sorriso some quando ela vira a direita e vê a figura que a espera.

— Meu amor, que saudades!! — Ele se aproxima dela com os braços abertos e o sorriso perfeitamente alinhado. Luna não podia negar, ele era extremamente lindo, mas beleza infelizmente não significa caráter.

— Razão do meu ódio, que tristeza em lhe ver aqui! — Ela finge um tom de animação enquanto se esquiva do abraço.

— Mas olha como ela é um amor. Vim para oficializar nosso noivado no seu aniversário. Vou me hospedar aqui até que chegue o dia.

— Oh, — ela leva a mão ao peito fazendo uma cena extremamente dramática — não há palavras para expressar meus sentimentos!!!

— Fico feliz em saber que minha presença lhe agrada, e isso irá servir para que nós nos conhecemos melhor.

— Não, não agrada!! Desculpe se foi isso que deu a entender. São sentimentos de desgosto e tristeza, não tem nada que me agrada em sua visita.
  
    Luna segue rumo ao seu quarto e parece que seus planos tinham menos prazos para serem aperfeiçoados e executados.