CAPÍTULO 4 - A surpresa

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  Kenzo estava sorridente. Luísa aproximou-se dele, tentou puxar um assunto para conversarem, mas nem precisou, ele já tinha tomado a iniciativa.

  – Oi, Luísa – seu rosto mudou de expressão quando a avistou, era uma cara de admiração, seguida por tristeza.

  – Oi, Kenzo. Legal sua fantasia... – disse ela, enquanto olhava pra sua roupa.

  – Eu ia vir de Harry Potter, mas minha mãe disse que eu pareço muito mais o Rony... E você tá linda de Ladybug – ele nem havia olhado muito pra fantasia dela, apenas nos seus olhos, a todo o momento.

  – Obrigada. Ei, pera, quem é aquele cara vestido de galinha? Que engraçado!

  – Era exatamente dele que eu estava rindo, de todas as fantasias dessa festa, a dele é a segunda melhor.

  – Qual a primeira? A fantasia daquele cara vestido de Silvio Santos? – ri Luísa.

  – Não, a sua – ui, essa foi despercebida.

  Luísa deu um sorriso bobo, e então foram pegar um refrigerante. A festa era num apartamento, tinha sacada e era bem espaçoso, provavelmente só havia adolescentes ali, de 14 a 18 anos. Foi complicado achar refrigerante puro na cozinha, em geral era Coca-Cola misturada com uma bebida alcóolica. Claro, como é uma festa adolescente, e adolescente é mongolão, havia drogas. Álcool, maconha, cocaína, LSD, lança-perfume etc. Todo PROERD feito foi por água abaixo.

  Os dois foram para a sacada, onde não tinha muita gente, pois a maioria estava dançando na sala, o som muito alto. Lado a lado.

  – Cara, desculpa. Sério. Aquela foto... Era uma brincadeira de Porto, não tem nada haver com...

  – Luísa, tá tudo bem – Kenzo interrompe.

  Eles se encaram, com os copos de refrigerante na mão. Olho a olho.

  – Eu te amo – sussurra Luísa.

  Boca a boca. Um beijo.

  – Eu também – diz Kenzo, e continua a beijá-la.

  Enquanto Kenzo e Luísa estavam abraçados, num beijo demorado, ela sente a presença de mais alguém ali e, envergonhada, se afasta um pouco de Kenzo. Mas não era uma pessoa qualquer presente, era alguém que ela já conhecia há algum tempo.

  – Mat? É você? – pergunta Luísa à pessoa vestida de zorro. Como usava máscara nos olhos, era difícil identificar. Mas, o cabelo com luzes, as sardas, eram características de Matheus. O mesmo da foto.

  – Oi, Luísa... – diz ele – Sim, sou eu... Hehe... Estou interrompendo algo?!

  – Sim, est... – disse Kenzo, mas logo foi interrompido por Luísa.

  – O que você está fazendo aqui?! – pergunta Luísa – Ai, meu Deus, que saudade! – e correu para abraça-lo.

  Kenzo ficou no mesmo lugar que estava, encarando-o com uma cara brava enquanto Luísa abraçava Matheus. Ela não viu a expressão dele, pois estava de costas, e sem saber direito o que estava acontecendo ali.

  – Na verdade, Luísa, tem outras pessoas querendo te ver... – falou Matheus, saindo do abraço e ignorando Kenzo.

  Ela e o amigo saíram da sacada e Kenzo foi meio que obrigado a sair, não porque estava com ciúmes, não, ele não iria admitir isso. Era porque estava frio mesmo (preciso lembrar que estamos em Curitiba?) Na porta da sacada estava Bolt vestido de gatinho, Manuela vestida de Carrie White, Pedro vestido de Rafael (de Tartarugas Ninja).

  – Ah! Vocês aqui! – Luísa abraçou todo mundo – E o Finn também veio! Vocês estão com fantasias de casais: Carrie White e Tommy Ross de "Carrie, a Estranha", ah, que demais!

  – Hi! I am Tommy Ross and I love Carrie – falou o ator Finn Wolfhard.

  A festa foi rolando e eles se divertiam muito, dançando, rindo... Até Kenzo parou com a bobagem do ciúme e aproveitou.

  – Cara, essa é a Clarice, ela é mais velha, e bom, eu acho que a gente tá ficando, né?! – disse Bolt para a roda de amigos que estavam dançando. Ele a conheceu ali mesmo, na festa.

  Mas nem tudo estava alegre. Havia sim, uma rivalidade entre Mat e Kenzo. Eles competiam em quem faria o melhor passo de dança, quem traria um refrigerante para Luísa, quem ficaria mais perto dela... Enquanto isso, Bolt imaginava como iria assar Clarice em seu forno; Manuela e Finn não paravam de dançar juntinhos; e Pedro, bem, o Pedro era o mistério do grupo, ninguém sabia onde ele estava, provavelmente usando todo o tipo de drogas daquele lugar.

  – E aí, como estão as coisas com o Kenzo? – pergunta Manuela, a sós com Luísa na sacada.

  – Ah, a gente tá ficando... – responde.

  Elas então olham o grupo de garotos reunido: Matheus, Kenzo, Bolt e o Finn. Eles todos conversando (com exceção de Finn que ainda não entende português), tendo aparentemente um diálogo normal.

  – Galera, como faz pra pôr a Clarice no forno do hotel? – pergunta Bolt.

  – Tu realmente vai comer ela, Bolt? – pergunta Matheus.

  – Claro, Mat– responde o famigerado 'comedor de Clarice', que depois direciona para Kenzo – Bah, Kenzo, tu é um guri que não fala muito, né?

– Não... Desculpa, é que não conheço muito vocês...

– O que tu e a Luísa são? – pergunta Bolt, se esquecendo, naquele momento, que o Matheus estava ali, e que ele ainda não tinha superado ela.

– Acho que ficante... É, acho que isso...

Matheus saiu, putasso como sempre. Pegou um refrigerante, "Não", pensou, "Melhor ainda" largou a Coca-Cola e pegou um copo de cerveja. Tomou num só gole. Outro copo. E outro, e outro. Três copos de uma só vez.

Foi até a sacada, onde estavam Manuela e Luísa conversando.

– Ei, Luísa! – grita Matheus.

– O que aconteceu com ele? Pera, você bebeu, Mat? – pergunta Manuela – Nossa, tá um puta cheiro de álcool, credo!

– Luísa eu te amo, e aquele Kenzo é um idiota! – diz Theu, com lágrimas nos olhos, aproximando dela e beijando-a.

SEXO GRÁTIS AQUIOnde histórias criam vida. Descubra agora