porcelain

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O brilho nos olhos de Kim Sojung era quase tão suave quanto o toque de suas mãos na cintura de Eunbi, que estava sentada por cima de si na cama de solteiro. A luz da lua criava padrões interessantes na pele amorenada da mais velha, dançando pelo seu rosto e peito. Naquele quarto, no meio da escuridão quase completa, ela era tudo o que Eunbi podia ver.

Se abaixava, prendendo os dedos curtos nos cabelos lisos alheios, e a beijava. Podia sentir os cílios de Sojung se agitando contra suas bochechas, leves como borboletas — tudo era suave, cuidadoso, e calculado.

Talvez fosse porque Eunbi é pequena, parecida com uma bonequinha de porcelana. Talvez ela temesse deixar marcas permanentes se aplicasse a menor pressão. Talvez por isso tudo fosse resumido a beijos ternos, suspiros e gemidos abafados.

Ou, talvez, Sojung simplesmente não acreditasse na sorte que tinha — achava que ela sumiria, se dissolveria ao toque. Mais um sonho bom demais para ser verdade.

Mas não há tempo para pensar nisso, não agora. Eunbi apenas varre o pensamento para baixo do tapete, e se abaixa para roubar mais um beijo.

𝑔𝑙𝑎𝑠𝑠 𝑏𝑒𝑎𝑑Onde histórias criam vida. Descubra agora