Capítulo 16

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Hoje completa três meses que eu me mudei para NY, três meses que eu estou longe de casa e longe da minha família. Eu achei que seria pior, que não me adaptaria, mas me sinto bem aqui, me sinto em casa.

Gostaria que eles estivessem comigo, mas algumas semanas atrás eu falei com Abe, ele disse que é mais seguro dessa forma, mas que em breve me visitaria e eu tenho esperança de que essa visita seja na sexta feira que é quando eu vou completar meus dezoito anos.
E adivinhem, é depois de amanhã. Se fosse em outros tempos eu iria adorar sair espalhando a data do meu aniversário, e adoraria ainda mais receber muitos parabéns, mas ao invés disso eu pedi a Lissa que não contasse a ninguém e que não inventasse nada. Porque nenhuma festa, ou qualquer presente enviado do Nepal seria mais importante do que os meus pais comigo e em segurança. É sim, eles estão no Nepal.

Mas não é apenas isso que tenho desejado de presente, porque faz exatamente dois meses e vinte e nove dias que aquele Russo por quem eu aceitei que estou terrivelmente apaixonada vem sendo indiferente a mim. E eu sei que é loucura alguém que mora na mesma casa não se esbarrar com frequência, tudo bem que o lugar é enorme, mas agora eu sei que é proposital.

Antes eu achava que era desencontros até que um dia  eu o confrontei na sala de aula, eu queria me desculpar por ter sido imatura, afinal relatórios fazem parte do trabalho dele também.

Flashback on

- Quer que eu te espere, Rose? - Natalie perguntou quando percebeu que eu não me levantei.

- Não. Eu preciso tirar umas dúvidas antes da prova. - Sorri, ela é um pouco estranha, mas é legal. - Pode ir, a gente se ver depois.

Eu esperei um pouco até que a sala ficasse totalmente vazia, e fiz o caminho até Dimitri, ele sinicamente  fingiu que eu não estava na sala até que parei em frente sua mesa.

- Algum problema, Hathaway? - Ele levantou os olhos do  livro que fingia ler.

- Mas que... Mas que porra. - Exclamei  sem saber o que dizer. - Eu sei que te devo um pedido de desculpas, sim eu sei, agi como uma tola. - Esperei que ele falasse algo que me fizesse sentir menos idiota, mas ele apenas levantou uma sobrancelha em um gesto confuso e então abaixou os olhos para o livro novamente.

Como se fosse possível, senti meu rosto ferver de raiva. Será que ele não percebe?
Arranquei o livro de suas mãos e enfim consegui uma reação dele, não era boa mas era alguma coisa.

- O que você quer, Rose? - Ele rosnou ao se levantar, parando ao meu lado me fazendo encolher um pouco. Acho que esse seria o melhor momento pra eu dizer que o que eu queria era ele. Talvez não.

- Que você pare de me tratar como qualquer uma, e que você pare de me tratar como uma criança. - Vociferei

Vi sua postura mudar. Ele se aproximou perigosamente de mim, ele realmente se aproximou e levou sua boca até o meu ouvido. Aquele contato me fez estremecer.

- Você não sabe como eu trato qualquer uma, Roza. E você jamais seria tratada dessa forma. - Sua voz estava rouca, seu hálito quente no meu pescoço me fez arrepiar. E Deus sabe o quanto me agrada ouvir meu nome em russo.

- Então por que está fazendo isso comigo? - Perguntei quando ele envolveu minha cintura e apertou me fazendo soltar um leve gemido.
E então ele estacou, ele me olhou e eu pude ver tantas coisas ali, inclusive dor. E logo voltou a sua expressão imparcial de sempre. Será que eu estou enlouquecendo?

- Eu não posso deixar de te ver como uma criança imatura, porque é exatamente o que você é. E ainda é muito jovem. Não vejo outra forma de tratamento.

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