Capítulo II

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I know it's not the same
But I feel it anyway
Tell me if that's okay
Now I'll be on my way
Should've known
Now I feel insane
Am I insane?

(Three days late...)

Todos os parentes se encontram reunidos para o enterro da avó de Taehyung, alguns chorando, outros orando e consolando uns aos outros. Com exceção do de fios cor-de-mel, que está diante ao túmulo da falecida que do qual era extremamente apegado. Segurando uma única margarida, com o semblante melancólico, olhos pesando e lábios totalmente retos. O único sem lágrimas no rosto naquele ambiente.

Ele respirou fundo e engoliu seco fechando os olhos por um momento e logo os abrindo, jogando aquela flor no local onde sua avó seria enterrada, junto com o caixão. Uma única lágrima escorreu sua face, e ele mordeu o lábio inferior sentindo mais uma vez aquela mesma dor, que acabou em abstinência.
Virou-se de costas ao escutar que já jogavam terra naquele túmulo. O garoto se arrastou para os parentes, passando reto, se distanciando. Ele senta no gramado encostado em uma árvore, não deixando-se totalmente exposto naquele tronco que se encontra escondido para os demais. Suspirou alto e chorou em silêncio, abaixando a cabeça e se encolhendo fraquejado.

(First week...)

Taehyung acordou com o barulho do despertador, suspirou e abriu os olhos, decepcionado em ainda estar acordando todas as manhãs ao envés de estar ao lado da própria avó no céu, já que acreditara que ela virou uma estrela. A mais bonita e brilhante. Se sentou na borda da cama, sentindo a cabeça pesar e um vazio mental e corporal o assombrando, respirou fundo e esfregou o rosto e bagunçou os próprios fios, sentindo-se agonizado com o mesmo barulho do despertador, que do qual, o desligou descansando a mão no aparelho com certa indiferença.

Levantou e rumou para fora do quarto, entrando no banheiro e se trancando. Olhou para o próprio reflexo e ficou se encarando. A pele estava mais pálida, o olhar é profundo e depressivo e olheiras.
Ignorou, ficando em frente para a pia jogando água no próprio rosto. Fez as higiene básicas sem vontade, almejando se trancafiar no quarto e nunca mais sair. Se sentia morto internamente.

Secou o rosto e os lábios na toalha, e destrancou a porta deixando o banheiro. Retornou para o quarto e caminhou ao guarda-roupa, abrindo-o, pegando o uniforme que era separado no cabide e o largando na cama. Catou seu casaco predileto e sua máscara, fechando o móvel e vestindo-se entre algumas lágrimas que diariamente surgem em seus olhos. Quando arrumado, não fez questão de pentear o próprio cabelo levemente desgrenhado, por já ser naturalmente alisado. Sentindo os olhos ardendo ajustou a máscara e pôs os óculos de grau, abandonando seu cômodo para não se atrasar para a aula, que não queria ir.

Passou reto pelos pais que tomam café-da-manhã, calçando os sapatos e saindo da residência de estômago vazio.
Andando inerte, concentrado com os próprios pensamentos suicidas à cada carro que passa na rua, coloca as mãos nos bolsos da calça e entreabaixa a cabeça, em trajeto para a escola que não era tão distante dali. Quando chegou, cumprimentou os mais velhos e escutou de muitos cochichos sobre sua perda entre algumas risadas debochadas.

- Ei Taehyung, como está a sua avó hoje? - Um garoto aleatório perguntou sorrindo provocante, sabia o que o de fios cor-de-mel passava. Mas atormentá-lo é algo "necessário" para que se sentisse mais elevado ao rebaixá-lo.

O mesmo revirou os olhos e cerrou os punhos intensamente, continuando a andar. O aluno insatisfeito se ergueu do banco que estava sentado e se dirigiu até Taehyung o empurrando.

- Me responda quando eu falar contigo! Sua avó não te ensinou bons modos? - Ele berrou indignado. - Não acredito que ela morreu sem mesmo ter te dado educação, que velha idiota...

Quando o Taehyung se viu, já era tarde demais. Havia dado um soco no rosto do garoto e partido para cima dele, chorando de ódio, começando uma briga com violência que atraiu muitos alunos que rodearam os dois.
A diretora foi chamada, assim que chegou interrompeu ambos e perguntou o motivo daquela discussão. O garoto culpa Taehyung, se dizendo como vítima. Taehyung com os óculos quebrados no chão, nariz sangrando e cortes pelo rosto foi erguido pela mulher e foi arrastado para dentro do colégio.

Ela o questionou com tamanha seriedade e severidade, em segundo ou outro o xingando. Ele apenas se encolheu na cadeira, mesmo que a culpa não fosse dele. Já estava ali, e se defender não iria adiantar.
Tombou a cabeça levemente para o lado e fechou os olhos, pedindo para que morresse naquele exato instante.
Os pais são chamados, sem entender, pois o mesmo nunca se envolveu em brigas na escola, porque sequer tinha amigos, e assim que souberam o que houve realmente não pareceram acreditar.

O mesmo foi suspenso, voltando para casa correu chorando para o quarto e se trancou, catando de sua lâmina e se mutilando o máximo que conseguia. Se menosprezando em palavras retóricas, dizendo o quanto se odiava e queria se suicidar.
Os pulsos pingavam, do peito até os tornozelos estava encharcado de sangue, manchando o próprio uniforme sujo.
Quando os pais viram a situação de seu menor se desesperaram e tiveram contato imediato com um terapeuta. E assim ele foi diagnosticado com depressão severa e transtorno de humor bipolar. Guiado ao psiquiatra, iniciou tratamento com antidepressivos, com as doses de fluoxetina e risperidona cada vez aumentando mais.

In My Head | kth x jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora