Capítulo Dois

456 28 25
                                    

CAPÍTULO DOIS

—Vamos! Temos que alcança-lo! Como foi que deixamos alguém se infiltrar?

—E interessa agora? Já perdemos um pessoal nisso. O que você esta vendo no visor térmico?

—Hum, vai ficar difícil. Esqueceu que o intruso pode burlar o sistema de visão térmica de nossos capacetes? Ele está com as mesmas roupas que estamos, e usando nossas táticas.

Quando se está fugindo geralmente há sempre desvantagens. Todos te procuram, e só se sabe fugir. É igual a um corço fugindo do leão que está faz tempo atrás de você. Agora mais nada para fazer. Se correr para a direita eles notam, para a esquerda também. O que resta é continuar onde jaz.

O desespero de quem se esconde é perturbador. Por mais necessário que seja respirar sem afobação, não é possível. A respiração sempre fica acelerada e aumenta o barulho que faz ao respirar — parece que o coração pulsa até nas costas da mão — o suor desce da testa e vai até o fim do rosto e cai em forma de gota até o chão. O singelo e frio piso molha com o suor e mais gotas caem. O tempo voa e nada ao redor fica lento, muito pelo contrário, tudo corre numa velocidade incrível. Os que a procuram estão chegando cada vez mais perto, e a esta altura  já não sabe mais se conseguirá manter a respiração controlada. Bota a mão na frente da boca em tentativa de fazer com que não se sinta e não ouçam o respirar. É inútil ficar aqui, pensa ela.

—Vamos logo com isso! Apareça! Não tenho o dia todo. É simples. Só precisamos mais sobreviventes do que vítimas, mas acho que você quer se transformar em vítima mesmo — Responde o soldado afoito a procura do intruso.

“Essa pessoa tinha que aparecer para atrapalhar o plano”. Era tudo o que pensava o homem segurando o botão de seu capacete acionando a visão térmica. Mas eles ainda não repararam o salto de dobra.

A missão deles era simples. Entrar na espaçonave. Furtar. Sabotar. E deixar a deriva no espaço. Mas deu algo errado. Quando entraram na espaçonave, usavam uma espécie de moto que flutuava pelo espaço, E ao chegarem próximo à nave cargueira, entraram pela abertura de pequenas naves, mas as motos ficaram lá do lado de fora, depois voltariam e pegariam. Eram um pouco mais cinco homens que invadiram a espaçonave, o plano seria perfeito, já que somente trabalhadores locais estariam lá. Mas não foi o que aconteceu.

Já que antes de iniciarem o ataque, esperavam num compartimento que ali tinha, ficaram numa sala que sabiam que eles não usam tanto, a sala de limpeza. “Se alguém entrar na sala nos o apagaremos” foi esta a orientação do líder. O tempo passou, e a hora chegou para iniciar o plano. Cada um dos intrusos sabiam aonde ir e o que fazer. Era o plano perfeito, e necessário para o avanço do império que buscavam incessantemente o poder.

Todos estavam em silêncio lá dentro da sala de limpeza.  Mas parece que alguém resolveu usar este compartimento para pegar produtos para limpeza, e assobiando vinha distraidamente. O líder dos intrusos fez sinal de silêncio com os dedos. Os passos do distraído homem lá fora estavam somando, e antes de abrir a porta com a chave, a deixa cair. Com sinal de frustação reclama em sua língua. “a’aisi”. Sempre era atrapalhado e fazia esses tipos de coisas, por sorte só pode, conseguiu entrar na academia. Quando pegou a chave do chão percebeu que a trinca estava danificada. “malditos, vão me pagar” é o que arrazoa logo em seguida, já que seus amigos viviam tramando peças de mau gosto contra ele. Só que desta vez não foi uma brincadeira dos companheiros, mas sim um perigo eminente que avançava com precisão e perspicácia. E sem preparo abre a porta, e no mesmo tempo dizia “dessa vez não vão me pegar”. E não o enganaram desta vez. Hoje seria seu destino final.

O líder do esquadrão, logo que vê a mão do desastrado, a corta fora. E a pistola silenciosamente o faz parar de respirar. O plano dá se início. Sabiam que encontrariam pouca ou nenhuma resistência. E correm pelos corredores parando nas quinas que levavam a outros corredores. Apenas estouraram a porta com uma bomba taciturna, o barulho da porta e cacos se escutou, mas a explosão não. E depois da porta viram o que não imaginariam. A nave estava repleta de armamentos, munições e protótipos de novos armamentos. Nada de mantimentos para a guerra. “se têm isso tudo aqui quer dizer que há soldados” pensa rapidamente o líder. E com um breve sinal os imperiais usam seu sistema de camuflagem de desvio de luz. Agora ninguém mais os vê.

Portopus : Conflito IntergaláticoOnde histórias criam vida. Descubra agora