Eticamente imoral

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【・Moral & Ética・】

Hitoshi Shinsou sempre foi diferente dos outros, não era difícel de se notar tal objeção ao garoto de cabelos arroxeados. Suas fortes olheiras embaixo de seus olhos pintadas pelo tom mais escuro do mais puro roxo entregavam suas noites mal dormidas.

E lá estava o garoto, deitado em sua confortável cama totalmente perdido sobre seus diversos pensamentos. Deitado de barriga pra cima, tinha os fortes braços apoiando a cabeça enquanto olhava afoitamente o teto escuro do quarto, sem algum motivo. As horas passavam lentamente na mente do estudante da escola de heróis.

Pensamentos vazios transbordavam em sua cabeça, que neutralizava o corpo de emitir quaisquer emoções ou feições. Sua mente passeava pelas lembranças do festival esportivo da U.A. ocorrido a alguns meses já passados. As lembranças da corrida inicial, da batalha de cavalaria e do combate final pareciam estar sendo expostas no teto do quarto como um filme que passa na tela do cinema.

A corrida para si forá fácil, sua peculiaridade não era a das melhores para tal desafio, mas Hiroshi sempre dava a volta por cima.

Hipnotizar alguns idiotas no meio do caminho era façanha, brincadeira de criança. Não forá o primeiro a passar pela linha de chegada porém o garoto de tal peculiaridade passou pelo primeiro desafio do festival esportivo. Logo o segundo desafio forá lançado: uma batalha de cavalaria.

Grupo de quatro alunos lutariam pelas bandanas pontuadas de cinco a cinco pontos de acordo com sua colocação na atividade anterior. O primeiro lugar pontuaria dez milhões de pontos. E quem forá o vencedor do desafio anterior?

Shinsou se lembrava muito bem do vencedor. Midoriya Izuku era o nome do possuidor dos dez milhões de pontos registrados em uma bandana branca amarrada na testa. Dono de cachos esverdeados e orbes tão verdes quando a coloração de uma esmeralda. Hiroshi lembrava-se muito bem de Midoriya, e tinha em sua consciência que não seria fácil esquecer do esverdeado.

Novamente Shinsou utilizou sua individualidade para ganhar a prova, começando com um "tudo bem?" e logo destravando o muro existente entre a sua mente com as dos demais, manipulado-as a seu favor. Ganhará facilmente a segunda prova, aliás quem não ganharia com três babacas fazendo tudo por você? Era assim que Shinsou pensava naquele momento, naquela vitória em terceiro lugar.

Sua moral dizia que aquilo era o certo, que era correto agir tão friamente com os demais competidores do festival. Controlar as mentes a seu favor para conquistar a vitória era o caminho certo para se seguir. Não havia nada de errado, o torneio se baseava em ganhar utilizando seus poderes, e esse era a sua individualidade: o controle mental. Não havia trapaceado, certo?

Era assim que mentes fracas pensariam. Controlar os outros competidores para sua vitória em vez de pedir? Que atitude grotesca da parte do garoto que hoje se arrepende de ter agido de tal forma tão éticamente errada. Poderíamos até entender que essa é sua peculiaridade, mas o uso da bondade e do respeito ao próximo não foram aplicadas naquele festival por Shinsou.

Após vencer a batalha da caralaria e toda a confusão que ocorreu com os competidores que acharam melhor não participar da próxima e última fase por causa do uso da individualidade de Hitoshi, finalmente havia chegado o desafio final. Um combate frente a frente, corpo a corpo. A utilização das peculiaridades eram liberadas, e caso ultrapassassem o limite um professor pararia a luta.

O primeiro desafiante de Shinsou não foi ninguém mais, ninguém menos que o próprio possuidor da primeira vitória, dono dos olhos esmeraldos e cachos esverdeados com o nome Midoriya Izuku.

Hitoshi não sabia o que esperar dessa batalha. Apesar de não parecer, era bem observador. Perceberá que Midoriya não utilizou em nenhum momento sua individualidade, nem para ganhar a corrida, o que gerou olhares curiosos para si. Ma batalha da cavalaria poderíamos perceber certo uso de sua peculiaridade, mas parece que o garoto de cabelos esverdeados estava se contento. Como se estivesse guardado sua arma principal para o final.

Apesar de não saber com quem estava enfrentado, Hitoshi não recuou. Seguiu em frente com a mesma estratégia de todos os desafios anteriores - fazer o oponente responder qualquer pergunta para destravar sua mente para então, controla-la.

Apesar de ter sido avisado, Midoriya de descuidou. Uma pergunta forá respondida, dando a Shinsou o controle de sua fraca mente. Fez Izuku recuar, ir em passos calmos em direção a fora da área estabelecida de combate. Apenas atravessar a linha branca e a vitória seria do controlador de mentes.

Mas algo inesperado aconteceu. Poucos sabem o que realmente aconteceu, mas Midoriya recuperou o controle mental. Depois disso, a vitória foi certeira para o esverdeado que mesmo sem utilizar sua individualidade conseguiu ganhar de Hiroshi Shinsou.

Tudo passou tão rápido e sem fragmentos na mente do arroxeado. Só se lembrava de estar no chão e logo depois, fora dos limites do rinque de combate.

Sentia-se humilhado, um perdedor com as mãos sujas. Todo seu esforço foi para nada? Mas que esforço que ele fez, afinal? Talvez aquele fosse seu destino como seguidor da moralidade incorreta? Só por que seguiu o caminho contrário a ética?

Apesar dos elogios finais sobre sua peculiaridade que lhe fez sentir feliz no momento, a culpa pelas suas acções começaram a correr sua alma podre. Tudo apenas por causa daquele esverdeado.

Midoriya não saia dos pensamentos de Shinsou, o controlador dos pensamentos. Parece até algo clichê, alguém com a individualidade de controle mental não conseguir controlar seus próprios pensamentos sobre uma pessoa que mal conhecia. Porém isso não passava da mais pura realidade, e não de um clichê de livros e fantasias para dormir.

Sentia-se perdido nas memórias antigas do festival, o primeiro, único e último momento que conversará com Midoriya. Queria conhece-lo melhor, conversar com o menor e descobrir mais sobre o pequeno herói, mas o jeito que agiu no festival esportivo fazia-lhe se envergonhar. Tinha medo do que o garoto de cachos esverdeados poderia pensar sobre si por causa daquele comportamentos infantil.

Shinsou nunca se arrependeu tanto de ter seguido sua moral naquele momento em vez de caminhar pelo caminho certo para seguir a filosofia da ética. Ele sempre se achou tão impassível, como se nada fosse feri-lo ou causar-lhe ferimentos, que acabou esquecendo que no fim, os machucados que hoje Hitoshi possui foram feitos pelas suas ações mal pensadas de um passado nem um tanto distante.

Im.pas..vel.]

▷Que não pode sofrer ou acontecer;

▷Que não está sujeito;

Hitoshi sempre se considerou alguém impassível aos sentimentos alheios, mas no final, descobrimos que ninguém é totalmente feito de ferro.

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2018 ⏰

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