Prólogo

3 0 0
                                    


27 de dezembro de 1719. Mar Das Caraíbas. Travessia do Guerra de Kingston, Jamaica, até Nassau, Bahamas.

O capitão pirata, Jeffrey Goldenberg, um homem de porte médio de bigode comprido e sem barba, usava uma casaca de veludo de cor roxa com as mangas bordadas de amarelo por cima de uma camisa branca. Voltava de Kingston, capital da Jamaica, em seu navio Guerra, um galeão, para Nassau, a capital de Bahamas e refúgio dos piratas do século XVIII, pelas águas Caraíbas, aonde o sol já ia enfraquecendo, o que deixavam os tripulantes cansados e loucos para voltar para suas casas. Jeffrey controlava o leme do navio até decidir que esse era o momento certo para comentar com sua tripulação sobre seus planos. Ele soltou o leme e desceu ao convés para iniciar o seu discurso:

— Rapazes! Quero dizer que temos andado tempos demais juntos. Nossas aventuras por essas águas tem sido as melhores que já fiz desde meu tempo de corsário, porém nossas aventuras, apesar de emocionantes, foram muito pouco produtivas. Eu quero dar a vocês o luxo que um pirata merece, mas só saqueando navios europeus não nos deixarão ricos. Então voltemos para nossas casas e mulheres esta noite, pois amanhã serão homens católicos, rezarão como bispos.

Imaginem a antiga frota de Edward Thatch, a quem vocês conhecem como Barba Negra, colocando todo o excesso dos tesouros adquiridos em um só lugar.

A tripulação toda ficou surpresa com a imagem que o capitão Jeffrey os fez imaginar.

— Não pensem que estou louco! — continuou eufórico — Toda a fortuna que Thatch coletou nesses dois anos foi guardada para sua aposentadoria. E vos digo homens: encontraremos esse tesouro e ficaremos ricos!

A tripulação deu um grito de felicidade, mas Kahli Abdá, contramestre do navio, se encontra em dúvidas e pergunta para o capitão:

— Capitão, o senhor tem o mapa ou a localização do tesouro? — perguntou Kahli enquanto a tripulação esperava a resposta.

— Essa é a má notícia. Por o tesouro ter sido escondido pessoalmente por Thatch, só ele sabia a localização. Não deixou mapas ou pistas para que possamos encontrá-lo. Mas não fiquemos aflitos, pois eu tenho uma noção de onde ele esteja escondido.

A tripulação ficou um pouco confusa com tudo aquilo e todos olharam para o capitão esperando que ele diga algo sobre a localização do tal tesouro.

— Daremos meia-volta, rapazes. Já está ficando tarde e não quero ter que enfrentar Hornigold ou outro problema por hoje!

Todos voltaram ao trabalho: Imediatos, cozinheiro, criado de bordo...

Já estava escurecendo quando o galeão estava voltando para Nassau, a cidade dos piratas, quando Kahli avistou uma fragata, mas muito diferente, era pintado de cores rubro negras, totalmente fora dos padrões dos navios de Portugal, Espanha ou Grã-Bretanha. Ele percebeu que a fragata estava se aproximando do Guerra e avisou ao capitão:

— Fragata se aproximando a bombordo, capitão! Não vejo bandeira e tem cores nada convencionais: vermelho e preto!

— Temos um pequeno problema então, rapazes! Preparar canhões!

Os homens de armas foram para os canhões. Em um galeão eram vinte e sete canhões, no Guerra eram três frontais com balas encadeadas e doze em cada lado.

Os homens já possuíam os canhões carregados à espera do comando do capitão, quando a fragata se aproximou, Jeffrey e Kahli viram que a fragata rubro-negra tinha uma bandeira preta com duas espadas cruzadas que formavam um xis: era uma fragata pirata.

A História de um GoldenbergWhere stories live. Discover now