XVIII.

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Quando Hoseok mencionou sobre o lugar para onde iam não ser "especificamente gay", Jimin pensou que fosse, no máximo, uma boate normal. Se soubesse que o motivo pelo qual Minjae estava procurando Taehyung era para convidá-los para a festa que ele daria (convenientemente naquele mesmo dia, porque avisar as coisas em cima da hora é sempre o mais recomendado a se fazer), Jimin teria educadamente solicitado para deixarem a saída para outro dia — um dia que não tivesse nenhuma festa de Minjae, de preferência.

Praticamente todas as festas que Minjae dava terminavam com um de seus amigos ou ele mesmo fazendo alguma merda, e ele suspeitava de que sua cota de merdas naquele ano já havia excedido os limites do aceitável fazia um bom tempo. Na última vez, a vizinha do rapaz fora prestar queixa na polícia por Yoongi ter jogado uma garrafa vazia de cachaça no seu quintal e quase acertado o seu cachorro. Houve outra em que Taehyung acionara o alarme de incêndio da casa e a festa acabou recebendo os bombeiros como convidados especiais. Jimin não estava especialmente ansioso para descobrir o que aconteceria naquela vez.

Ninguém mais os chamava para festas depois de tudo isso. Não sabia nem como Minjae ainda tinha coragem de convidá-los. Devia mesmo estar querendo reatar com Taehyung para continuar arriscando.

Além disso, estar lá significava uma reunião quase obrigatória com seus ex colegas de Ensino Médio. E, de fato, foi o que aconteceu: conseguiu reconhecer os rostos de praticamente todos na sala da casa de Minjae, exceto por alguns que, Jimin imaginava, ele havia conhecido durante o tempo em que estavam afastados. Mesmo assim, não era muito agradável.

Taehyung o puxou pelo braço para falar em seu ouvido.

— Isso pode ser um pouco desgastante.

Jimin quase não conseguiu ouvir por causa da música alta. Não respondeu, mas não precisava. Nenhum deles era muito fã de ninguém que estava ali, e era recíproco.

A única coisa que o impediu de ter dado meia volta e arrastado seus amigos consigo para irem embora foi ter se virado e percebido que eles não estavam mais ali. Taehyung, que há um segundo estava falando com ele, desaparecera. Hoseok praticamente havia evaporado. Nem sinal de Yoongi.

Ele suspirou. Olhou para Jungkook, que era o único que ainda estava ali com ele.

— Quer conhecer meus colegas do Ensino Médio?


Foi uma pergunta retórica, obviamente. Jimin nunca teve a intenção de tornar aquela frase uma deixa para um dos colegas em questão chegar na mesma hora, animadamente colocando um braço em volta dos ombros dele, quase o derrubando. A bebida do copo dele quase caiu por cima de Jimin, que deu um passo para o lado fazendo uma careta.

— Ei, Jimin! — gritou mais alto do que a música. — Não imaginei que você viria!

Jimin conteve a vontade de grunhir com irritação, mesmo sabendo que nenhum som de desgosto que ele fizesse poderia ser alto o suficiente para ser ouvido naquele barulho.

— Nem eu. — ele tentou não ser muito rude ao tirar o braço do garoto de cima dele. — É bom ver você também, Pablo.

Não era, na verdade. Pablo era um intercambista latino que chegara lá por volta do segundo ano. Jimin não costumava ter nada contra intercambistas, nem latinos. Passara a ter uma aversão quase cega depois de conhecer Pablo e os amigos dele (porque, obviamente, intercambistas chatos nunca estão sozinhos. Sempre têm amigos chatos para incomodar junto.)

human angel ; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora