E lá estava Kim Jun-myeon. Correndo para chegar o mais rápido possível em sua casa, e poder afogar suas lágrimas em seu travesseiro.
Por que Jun-myeon estava assim? Bom, a escola inteira havia descoberto sobre sua sexualidade. Logo após ter dito a sua melhor amiga que era gay, ela riu da cara do garoto, lhe disse que tinha nojo dele por isso, e espalhou a escola inteira o que ele havia acabado de lhe contar. E assim veio o motivo de seu choro, todos passaram a ofende-lo e zoa-lo por sua sexualidade, condená-lo como se houvesse cometido um crime.
Assim que atravessou a porta de sua residência, nem ao menos se preocupou em saber se seus pais estavam ou não. Apenas correu e se trancou em seu quarto. Já estava chorando, se odiando por ser o que era, como se fosse culpado por algo. Até que ouviu algo, na verdade um grito vindo do lado de fora de sua casa, no início ignorou tendo em mente que era um dos garotos de sua escola que haviam o perseguido para humilha-lo mais um pouco. Mas parece que quanto mais tentava ignorar, mais o grito ficava estridente, e mais o incomodava.
-Hey, Kim Jun-myeon- E lá estava o indivíduo, será que nunca desistiria de incomodar o Kim?
E então, já cansado daquilo, Jun-myeon rapidamente se levantou de sua cama, abriu a janela de seu quarto que ficava no segundo andar da casa, e rebateu o garoto:
-Já não basta me humilhar na escola, tem que vir até minha casa também?!-disse com os olhos ainda cheios de lágrimas.
-Mas eu quero apenas te ajudar-disse o ser. Mas Jun-myeon obviamente não acreditou nisso.
-Ahaha-riu irônico voltando a fixar o ser lá em baixo-O que te faz pensar que eu vou acreditar nisso? Por que alguém iria querer ajudar um, um viadinho como eu.
-Talvez um outro "viadinho" que nem você-Fez aspas com os dedos ao mencionar a palavra "viadinho".
Jun-myeon ficou confuso. Do que diabos aquele garoto estava falando?
-O que você está dizendo idiota?-perguntou Jun-myeon sem entender o que o ser ali embaixo queria dizer.
-Eu sou como você, sabe? Gay?-disse o garoto de lá debaixo pra Jun-myeon.
Jun-myeon estava em choque, seria mesmo verdade? Ou aquele garoto estava apenas dizendo aquilo pra que confiasse nele e depois o zoasse? Mas neste momento o que veio a cabeça de Jun-myeon foi outra coisa.
Seus pais
Céus, se estivessem em casa e também tivessem ouvido o que o garoto disse? Os pais de Jun-myeon não faziam ideia de que o filho era gay, e ele tinha medo da reação caso eles soubessem. Mas então por um breve momento o coração de Jun se aliviou, pois se seus pais estivessem em casa, sem dúvida alguma teriam ouvido o grito do garoto desde o início, e ido lá fora para saber o que ele queria.
Assim criou coragem pra responder o garoto depois de raciocinar sobre o que lhe preocupava:
-Por que eu acreditaria em você? Como vou saber que não está mentindo apenas pra que eu confie em você pra depois fazer algo comigo hein?-disse Jun com o olhar ainda fixo para aquele ser-E mesmo que seja verdade, por que diabos você me ajudaria?!
-É sim verdade! E eu quero ajudar por que me dói o coração ver você sendo humilhado-disse o garoto abaixando um pouco a cabeça-A gente não se conhece, eu sei, mas por favor me deixe ajudar você-Disse o garoto, dessa vez olhando fixamente pra Jun-myeon e dando um belo sorriso.
Jun-myeon tinha que admitir que aquele garoto tinha um sorriso lindo, e falava de maneira extremamente convincente. Mas mesmo assim ainda tinha dúvidas se podia realmente confiar no garoto, pois nem ao menos o conhecia, e se ele quisesse lhe fazer mal? E se quisesse humilha-lo mais ainda? E se quisesse fazer algo pior? Mas Jun-myeon não tinha nada a perder. Afinal. Já havia sido humilhado e pisado durante o dia todo, o que seria mais uma humilhação? Né?
-Por favor me deixe entrar, eu só quero ajudar você, te dar um apoio, eu sei como está se sentindo, e sei exatamente como te ajudar-disse olhando pra onde Jun-myeon estava, o reflexo do sol batia diretamente em seus olhos, o que os deixava com um brilho lindo. Jun-myeon não precisou mais pensar, não tinha nada a ganhar, mas também não tinha nada a perder, por que não dar uma chance ao garoto? Mas antes:
-Poderia pelo menos me dizer o seu nome antes de eu te deixar entrar dentro da minha casa?-perguntou Jun-myeon. Pelo menos se seus pais chegassem poderia dizer que o tal garoto era seu amigo, mas para isso precisava saber seu nome.
-Eu sou Zhang Yixing-disse o garoto sorrindo-prazer em conhece-lo.