Gaia olhou para a cama king size, estava perfeitamente arrumada nem parecia que ela havia dormindo quase todos os dias da última semana ali. A sua cama estava cheia de roupas para dobrar e ela estava com tanta preguiça e tanta coisa da faculdade para fazer... Gaia olhou minuciosamente o quarto, não parecia nada fora do lugar, tinha até cheirinho de limpeza. Mas achou um farelo de Doritos no chão, não deve ser sido aspirado quando ela limpou. Gaia foi até a área de serviço do grande apartamento em Toronto e pegou o aspirador.
Tudo estava em perfeita ordem, seu amigo não teria nada pra reclamar nada que nem a última vez. O dono do apartamento, seu melhor amigo não era lá a pessoa mais organizada do mundo, mas Gaia conseguia ser ainda mais bagunceira do que todo mundo. As únicas coisas que nunca estavam bagunçadas era a área de trabalho do seu computador e os livros, de resto tudo estava em "modo Gaia".
A garota parou na sala com a TV grande, a mesinha de madeira e o sofá claro. Na TV anunciava uma tempestade feia para a cidade, esperava que Shawn tivesse chegando em segurança no aeroporto. Ela conferiu os armários, tinha comida o suficiente para o final de semana. Gaia sempre tinha a mania de ter os armários cheios, Shawn não podia reclamar isso dela, pelo menos. A jovem voltou para o quarto de hospedes que era seu há cerca de três meses, ela tinha trabalho na faculdade para entregar e por isso continuou programando com seu computador de três telas. Os outros faziam careta quando viam os diversos códigos que ela usava e como tudo parecia fazer sentido na sua cabeça, mas a verdade é que de fato fazia sentido. Gaia sempre foi assim, via sentido em coisas que os outros consideravam ilógicas. Mas ela era a menina da lógica, das coisas certas, da robótica e que ''arrumava" o computador como dizia sua mãe para os outros.
Gaia se espreguiçou, olhou para as três garrafinhas de água ao lado da mesa do computador e teve preguiça de enche-las naquele momento. Pegou o celular e viu a notificação do seu "colega de quarto".
Encosto: eu espero que tenha algo para comer
Eu to tipo há muitas horas sem comer
A jovem sorriu e respondeu afirmando que tinha. Nesses meses dividindo a casa com ele, sabia que Shawn sempre chegava com fome de viagem. Só não chegava quando ia direto para a casa de Karen e Manny. Gaia tinha feito um bolo e comprado pão de queijo no mercado de produtos brasileiros que frequentava. Sentia falta dos da sua mãe, aqueles era meio borrachudos e sem gosto, mas davam para o gasto.
(...)
Shawn brincava com as chaves entre os dedos, sentia um pouco de dor de cabeça, talvez devesse tomar um remédio. O que será que tinha pra comer? Sentiria falta de quando Gaia tivesse se mudado e ele não tivesse ninguém lhe esperando em casa. As portas do elevador se abriram e tiraram o jovem dos seus pensamentos.
O coração de Shawn veio parar na boca e seu corpo vibrou com o susto que levou. Gaia tinha dado um grito agudo quando viu a porta se abrir.
-ME DA UM AUTÓGRAFO PELO AMOR DE DEUS, SHAWN!! – a garota falou com uma voz estranha e em um ritmo assustadoramente rápido – PUTA QUE PARIU PRA QUE TÃO LINDO?!
Shawn após o susto começou a rir. Gaia estava lá com o mesmo sorriso largo e um tanto debochado, ela segurava uma revista de grande circulação que ele foi capa no último mês. Sua melhor amiga estava como se lembrava, os cabelos castanhos claros soltos em cachos de tamanho médio, tinha uma calça jeans que marcava suas coxas grossas e uma camiseta de algum jogo de vídeo game que Shawn desconhecia. Gaia sempre foi "meio gordinha", quando pequena era mais, emagreceu um pouco na adolescência, mas ainda estava longe de usar um "34". Talvez estava mais perto do "44".
-Você me assustou! – Shawn falou com a mão no peito ainda.
-Você sempre se assustou por nada – Gaia deu de ombros e aceitou o abraço de Shawn – sua mãe pediu pra avisar quando chegasse, estava preocupada por conta do tempo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
One Night (S.M)
FanfictionGaia e Shawn são amigos desde os seis anos. Um enorme temporal cai sobre a cidade de Toronto, junto com a chuva vem todas as lembranças que contam um pouco da história deles que talvez tenha algo além da amizade.