Capitulo 3 - Perfumes italianos e palavras não ditas

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🌟 reescrito.

Não é como se a presença do menino pelo resto do dia não tivesse inebriado Karol, mas o fato dele não tê-la procurado durante todo o tempo que passaram compartilhando o mesmo ambiente a incomodou. Quer dizer, eles eram amigos antes dele ele partir, melhor que isso, eram melhores amigos, não era nada viável que ele tivesse se esquecido dela, ou era?

Toda a sua extroversão foi enfiada em uma gaveta naquele dia. Ao final dele, juntou suas coisas e despediu-se das amigas, afirmando ter um jantar familiar e que o pai tinha pedido por sua presença.

Ao chegar em casa, encontrou a mãe escolhendo alguns arranjos pra mesa, enquanto haviam algumas pessoas reposicionando os móveis da sala. Cumprimentou as pessoas ali presentes e subiu para o quarto tomar banho e trocar de roupa, não sabia exatamente o que vestir, estão optou pelo vestido azul rodado acima do joelho que havia ganho de natal de algum parente que aparecia apenas uma vez ao ano.

Assim que seu pai chegou, a campainha soou, indicando a chegada dos convidados para o jantar. Ao seu pai abrir a porta, Karol pôde escutar as vozes vindas do hall de entrada, o sotaque italiano no espanhol muito bem falado não deixou dúvidas a menina de quem eram, Antonella e Bruno, pais de Ruggero, sempre foram como uma segunda família pra ela. O casal italiano adentrou a sala de estar acompanhados do único filho, que sorria abertamente para sua mãe enquanto levava a mão da mulher até a boca, em cumprimento.

Quando os olhares se cruzaram, o Pasquarelli mais novo podia jurar que saíram faíscas dos dois, os outros ocupantes do recinto estavam alheios a festa que se armava no interior do italiano e as tentativas falhas da mexicana de calar a boca do monstro na boca de seu estômago. Ao que se pareceram horas na perspectiva do menino duraram não mais que alguns segundos para todo o resto do mundo. O contato visual foi quebrado por uma Antonella que andava a passos apressados e de braços abertos exclamando como Karol tinha crescido e estava linda, opniões que Ruggero concordava totalmente.

E ali estavam eles, frente a frente depois de cinco anos.

- Oi - disse ela com um meio sorriso enquanto estendia a mão para ele.

- Oi - disse ele sorrindo abertamente enquanto a puxava para um abraço pela mão que lhe foi estendida. - É bom ver você de novo - completou

- Posso dizer o mesmo, mauricinho - ela sorriu saindo do abraço.

O coração do menino errou uma batida, ele realmente estava em casa.

Karol não pode deixar de se sentir zonza ao sentir o cheiro do amigo, a saudades fazia isso consigo, fazia muito que não tinha contato com Ruggero, e poder reparar em pequenas partes do seu ser a deixava assim, fazendo com que se sentisse acolhida por cada parte dele.


O jantar ocorreu no melhor dos climas, os mais velhos riam como se nunca tivessem sido separados, enquanto Karol e Ruggero tinham conversas regadas a sorrisos enquanto o mais velho contava de suas experiências na Itália e como o país ficava cada vez mais bonito.

Ao final da noite, ao se despedir, Ruggero pensou em todas as palavras que gostaria de dizer a amiga, em como sentiu sua falta, como havia ficado deslumbrado por passar a manhã toda perto dela e como esse mesmo deslumbre o fez esquecer-se de que ela não era telepata e não poderia ler todos os pensamentos que teve a manhã inteira. Ao invés disso, o italiano despediu-se com a promessa de que se veriam no outro dia na escola, e foi embora com seu coração cheio de palavras que deveriam ter sido ditas e de sentimentos grandes de mais para serem mantidos ali.

Amor de Infância - Ruggarol (Reescrevendo) Onde histórias criam vida. Descubra agora