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 Harper 

 Assim que avistei a pequena placa de pedra com o nome da rua que me indicaram onde seria a minha nova casa, um suspiro de alívio abandonou os meus lábios. Tinha andado às voltas por toda a cidade à procura da maldita rua. Porra!

 Estacionei no pequeno espaço em frente ao prédio pintado de bege, quem diria que o meu mini carocha coube-se ali. Não sejas parva Harper, avisou o meu subconsciente.

 Tirei o cinto, em seguida retirei a chave da ignição e abri a porta com alguma dificuldade, pois o carro já era deveras velho. Caminhei até ao pequeno porta-bagagens que o meu pequeno carocha branco continha, retirei de dentro da mesma as minhas malas de viagem. Tive alguma dificuldade em levar as malas até à porta do meu pequeno T0. Assim que lá cheguei, inseri a chave na pequena ranhura e rodei a chave. Empurrei a porta mas a mesma não abriu, voltei a empurrar e a mesma continuava a teimar em não abrir. Soltei um guincho deveras agudo e voltei a rodar a chave e a mesma abriu. Que grande parola, é obvio que a porta tinha de estar trancada, a não ser que queiras ser assaltada! Avisou meu subconsciente.

 Pousei as malas no meio da sala e voltei a descer as escadas, deixando a porta entreaberta. Voltei a abrir o porta-bagagens, retirando de lá agora três caixas enormes. Fechei o porta-bagagens, tranquei o carro e subi as escadas com alguma dificuldade, pois as caixas pesavam para caraças. Agora pergunto-me o que é que eu meti aqui dentro, pedras? Talvez.

 As caixas tremiam nas minhas mãos e eu temia que as mesmas caíssem e criassem um estronde. Bem dito bem feito. Uma das caixas que se encontrava no topo caiu, criando um grande estrondo que aposto que foi possível ouvi-lo em todo o prédio. Em seguida ouvi berros de velhos, mas que ricos vizinhos que eu tenho! Vaiam todos levar no cu, velhos rabugentos.

 Voltei a pegar na caixa, com alguma dificuldade e em seguida subi as escadas.

 Pousei as caixas em cima do pequeno sofá. O meu olhar percorreu todo o espaço. Do meu lado direito, estava uma pequena cozinha já equipada com electrodomésticos e mais algumas coisas que iria necessitar, nomeadamente frigorifico, máquina de lavar a roupa, máquina de lavar a loiça, cafeteira e microondas. Do meu lado esquerdo, um pequeno sofá preto encostado à parede, uma televisão, uma pequena mesa de centro e uma grande estante vazia.  À minha frente estava uma cama feita de madeira para casal que por sua vez, ficava em frente da grande janela. A madeira era branca, a colcha que revestia o colchão era branco e as almofadas dispostas em cima da cama eram pretas. Ao lado da cama, mais ou menos a um metro de distância, estava um guarda fato, branco com pegas pretas. Num sítio escondido, estava uma pequena porta, que logo supus ser a casa-de-banho.

 Comecei a arrumar os objectos que trouxera dentro das caixas. A estante vazia na sala, foi logo preenchida por inúmeros livros dos quais gostava.  Os armários da cozinha foram ocupados por pratos, copos, tachos e talheres. E no meu armário, foi guardada toda a minha roupa.

 Assim que acabei de arrumar as coisas, ouvi um batuque na porta. Rastejei até á mesma, destranquei-a e abri-a. Assim que fiz tal acção, pude observar uma figura deveras alta apenas de boxers, cabelo bagunçado e uma expressão irritada em seu rosto. Arqueei um pouco a sobrancelha, esperando que aquele indivíduo falasse.

 “Vesse fazes menos barulho, à pessoas que querem dormir! ” – Cuspiu, num tom de voz arrogante.

 “Desculpa, mas apenas estava a arrumar as coisas!“ – Cuspi também, semicerrando os olhos.

 “Apenas te vou avisar. Não faças barulho!” – Ele murmurou, num tom de voz autoritário.

O seu corpo virou-me costas e entrou na porta entreaberta ao lado da minha.

 Óptimo um vizinho que tem a mania que manda!

 “Apenas te vou avisar. Não faças barulho! Paspalho.” – Murmurei, imitando a sua voz.

 Voltei a entrar dentro de casa fechando a porta com alguma força, apenas para o irritar. Mas quem é que aquele paspalho pensa que é? O Papa? Não, é apenas um rapaz estúpido que tem a mania que é o Papa.

 A minha barriga começava a dar horas, e como é que eu sabia? Não para de roncar!

Compus o meu cabelo acastanhado, grande que caia em cascata pelas minhas costas, peguei na minha mala, verifiquei se tinha dinheiro suficiente para parar num café e comer algo.

 As ruas londrinas era muito bonitas, encantadoras até! As pessoas eram amáveis, todas me cumprimentavam com um ‘Olá’ bastante amigável. Talvez eu nunca me habitue a esta simpatia. Em Seattle, as coisas não eram assim. As pessoas passavam por nós, não nos falavam, ignoravam-nos.

 Avistei ao fundo de uma rua, um café. O mesmo parecia bastante confortável, caminhei até ao mesmo. Assim que abri a porta, o som de um pequeno sino ouviu-se em todo o espaço, anunciando assim a minha chegada. Caminhei até ao pequeno balcão e fui logo atendida por uma senhora com um sorriso deveras doce, que provavelmente estaria na casa dos quarenta. Apenas pedi um tosta mista e um café com leite. Sentei-me numa mesa livre, visto que o café estava um pouco cheio, mas mesmo assim sossegado. Assim que o meu pedido chegou, ‘devorei-o’ literalmente.

 Entrei dentro do prédio, no primeiro degrau das escadas encontrava-se uma pequena placa a avisar que o piso estava molhado. Em seguida, vi um senhora idosa que rapidamente me cumprimentou com um sorriso.

 “A menina deve ser a nova moradora aqui do prédio.” – Proferiu com um sorriso no rosto.

 “Sou sim senhora.” – Murmurei num tom de voz doce.

 “Sou a Camille, e a menina? – Interrogou.

 “Sou a Harper, muito prazer.” – Respondi, lançando-lhe um pequeno sorriso.

 “Harper, Harper, Harper…” – Ela murmurou o meu nome inúmeras vezes. – “Ah, a tal menina que vive ao lado do Ashton.” – Ela sussurrou.

 “Desculpa, mas quem é o Ashton?” – Questionei com a sobrancelha arqueada.

 “Oh, o tal rapazinho que é muito arrogante e….” – A voz de Camille foi interrompida.

 “E oque?” – Uma voz grave e arrogante soou.

 Reparei que Camille engoliu em seco e saiu daquele espaço rapidamente, deixando-me a sós com ele.

 “Diz lá, vizinha. Oh espera, o gato comeu-te a língua, foi?” – Ele cuspiu num tom de voz sarcástico, soltando sem seguida uma gargalhada irónica.

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» Olá my loves!

» Gostam da minha nova fic?

» Gostava que a acompanhassem, que dessem voto e que comentassem.

» Kiss na bunda, sweeties :)

Harper ➸ a.i [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora