♆ 2° escama de Hardar ♆

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Algo dentro de mim ficou tão estranho quando estive perto daquele Deus irritante, não sabia decifrá-lo, no entanto, sabia que não sentia raiva, frustração, era algo como

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Algo dentro de mim ficou tão estranho quando estive perto daquele Deus irritante, não sabia decifrá-lo, no entanto, sabia que não sentia raiva, frustração, era algo como... Alegria.

Sentia-me acolhido e feliz com sua presença, era como se algo que emanava dele fizesse meu corpo ficar mais relaxado e meus sentimentos mais aflorados. Era estranho falar isso sobre um estranho, alguém que você acabara de conhecer, porém tinha gostado de sua companhia.

Caminhando pelo corredor rumo ao meu quarto, tentei me apressar, sabendo que logo a cerimônia começaria mais cedo ainda. As cerimônias dos Deuses sempre consistiam na apresentação para todos do clã, falavam o que podiam expor para todos diante do grande altar e, assim, o líder e o Deus conversavam deixando apenas aqueles de alto nível, ou seja, apenas papai.

O único filho que passou pelo teste de Ranzel.

— Que cara de bebê chorão. — Uma voz brincalhona soou no corredor fazendo-me reconhecer o dono na mesma hora.

Ergui o olhar para quem tinha falado, revelando o tritão portador da voz suave e brincalhona, o Sereiano que estava em minha cama ainda hoje, que tinha falado que voltaria para seu clã.

Balancei a cabeça vendo Erial escorado na parede.

Ele cantarolava, irritando-me, com uma canção de bebê chorão que inventara; eu queria socar seus dentes, no entanto, admitia que ele tinha uma bela voz para cantar; aquele tritão quando abria sua boca para a melodia, era a mais mágica das maravilhas escondidas em nosso oceano, mas raramente Erial cantava.

Seus pais são extremamente rígidos e o querem com um ar sério, não aceitam dar o trono para um tritão brincalhão ou fraco, eles queriam poder e isso apenas colaborava para matar o clã deles, pouco a pouco. Ele remexeu em sua cabeleira vermelha fazendo suas madeixas o chicotarem nas costas enquanto ele sorria safado para mim.

— Pensei que estaria em direção para o palácio Alkes. — Destaquei a palavra Alkes para ele, rindo.

Ele deu de ombros caminhando em minha direção.

— Senti saudades. — Ele fez um biquinho. — Queria apenas ver meu Hardar e ganhar um beijinho a mais.

— Você quer muito mais do que um beijinho, pervertido! — O provoquei tocando em seu queixo e continuando a caminhar.

Ele adentrou meu caminho fazendo-me parar e encará-lo.

— Que rabugento! Além de socador é rabugento! — Ele falou manhoso. — Soube da cerimônia e quis ficar para ver esse novo Deus, fiquei curioso. — Deu de ombros. — Por ser herdeiro dos Alkes tenho permissão para participar.

Isso era verdade: um herdeiro e os próprios líderes podiam vir visitar o clã caso quisessem ver a Deusa, e eram sempre convidados para todas as cerimônias importantes, e isso valia para qualquer um dos três principais clãs.

Hardar -  Série Triton 01Onde histórias criam vida. Descubra agora