Os primeiros sons que ouvi ao acordar foram o da chuva e alguns pássaros cantando, só de saber que mais um dia chuvoso começou ja me deixa um pouco feliz. Na verdade o mês de chuva estava sendo maravilhoso.
Olhei as horas no celular e marcava 7:32, para quem geralmente acorda depois das onze eu estava saindo no lucro. Levantei da cama, fui até a janela e abri as cortinas deixando o quanto ser iluminado pela aquela luz cinzenta, depois vesti a minha blusa e sai do quarto em direção ao banheiro para fazer minha higienização. Voltei para o quarto, coloquei uma música para tocar e a primeira que veio direto do aleatório foi You Get Me So High da The neighbourhood. Aquela música veio como um soco na cara me fazendo lembrar da noite passada e fazendo que as minhas poucas horas de tranquilo fosse jogado janela a fora.
Depois de uns cinco minutos ajeitando a cama peguei as moedas que estava na mesinha do notebook coloquei no bolso da minhas calça de moletom, catei meu casaco e sai para comprar pão.
Faltava pouco mesmo de dois metros para chegar a padaria e o cheiro de pão quentinho ja estava presente no meu nariz e fazendo a minha fome aumentar mais ainda, entrei e logo fui recebido por uma fila mediana, depois que alguns minutos faltava eu e mais uma moça para ser atendidos.
- Próximo aqui. - disse meu amigo batendo no balção. Como eu era o último fui até ele. - a cama te expulsou de casa? - disse brincando.
- Quem dera, mas não foi.- respondi tirando as moedas do bolso, - pesadelo e o resto foi insônia.
- Que bosta. - respondeu reconhendo as moedas e jogando no caixa. - quer sair comigo hoje?
- Não estou muito no clima para isso. - coloquei meus braços no balcão.
- E se eu comprasse as bebidas e ficasse lá na sua casa, você aceitaria? - disse terminando de colocar os pães na sacola.
- Sim. - dei um pequeno sorriso. - se quiser passar lá na hora do almoço, é só me chamar no portão.
- Beleza, ainda vou levar refrigerante. - me entregou os pães.
- Tá. Eu vou indo porque tenho que arrumar a casa, depois a gente se fala. - respondi saindo da padaria abraçado com o saco de pães.
Em poucos minutos ja estava de volta em casa tomando café da manhã e pensando na bagunça que eu teria que arrumar na casa. Desde que retirei alguns móveis da sala e do quarto eu não tive muita coragem de limpar e isso já tinha três dias.
Terminei meu café, troquei de roupa, peguei os matérias de limpeza, coloquei música no celular e comecei a fazer faxina na casa. Comecei limpando o quanto passando pano no chão e depois tirando poeira; depois foi a vez da sala; a cozinha e por último foi o banheiro.
Por volta das onze eu ja estava fazendo o meu famoso macarrão com salsicha e queijo, as 11:30 escuto meu amigo me chamando e logo respondi que o portão estava aberto.
- Achei que só sairia meio-dia. - disse fechando a porta.
- E eu saio a essas hora, mas como o movimento estava fraco me deixaram sair mais cedo. - disse Bryan indo até a cozinha e colocando o refrigerante na geladeira. - fez a especialidade da casa, ne?
- Claro. É mais fácil. - respondi olhando para ele que estava voltando para sala.
- Eu estou muito cansado, Snoppy, e hoje ainda é quarta. - se jogou no sofá.
- Quer que eu te faça uma massagem nas costas? - o olhei.
- Não precisa, mas se quiser... - respondeu tirando a blusa e deitando de bruços.
Me ajoelhei ao seu lado, coloquei minhas mãos em seus ombros e dei uma leve apertada para começar, Bryan deu uma gemida de dor, mas depois seu corpo começou a relaxar aos meus toques. Cada parte que eu tocava podia sentir o corpo do meu se arrepiar e ao mesmo tempo ele se mexia no sofá e parecia muito a tática que eu usava quando ficava excitado nas casas dos meus amigos ou parentes nos piores momentos possíveis.
- Terminei. - o avisei.
- Valeu mesmo, estava precisando disso. - disse dando um sorriso. - será que poderia estalar as minhas costas também?
- Tudo bem. - respondi levantando e me espreguicando. Quando Bryan levantou, ficou na posição e logo o abracei por trás e me curvei para trás fazendo suas costas estalar. - Faz comigo também, eu sei que você sabe. - disse lhe dando as costas. Quando ele fez o mesmo comigo foi impossível não notar que ele de fato estava excitado.
- Pronto, seu chorão. - disse me soltando.
- Bryan, por que você está de pau duro? Não que eu não saiba porque, mas... - tentei achar as palavras certas.
- Me desculpa, me desculpa mesmo, eu não.... meu Deus, onde que eu estava com a cabeça? - ele disse nervoso.
- Relaxa, fica calmo . - coloquei minhas mãos em seus ombros e encarei meu amigo nos olhos. - isso não é o fim do mundo.
- Mas cara, você é meu amigo e... é errado.
- E daí?
-E daí que... você sabe que eu não curto garotos.
- Você se nega a gostar, eu sei disso porque te conheço mais do que você mesmo.
Brian não disse nada apenas colou nossos corpos, passou a língua nos meus lábios e em resposta disse sim. Ele me pegou no colo com tanta vontade e rapidez que eu só tive tempo de soltar um gritinho de susto, me agarrar forte em seu pescoço, tirar seu óculos e o jogar no sofá.
Estávamos com tanta vontade de ter um ao outro que só percebemos isso quando já estávamos nus na cama e não tendo nenhum medo de gemer ao pé do ouvido do outro. A cada estocada eu pedia mais, meus labios estava quase aoponto de sangrar de tanto eu apertava comprimir meus gemidos. E quando chegamos ao ápice foi a coisa mais foda do mundo para nós dois, para ele dizer meu nome ofegantemente era algo libertador, e para mim, a melhor foda que já tive em sete anos.
Depois de vinte minutos após ao sexo e depois da gente ter tomado banho nos encontrávamos na sala assistindo vídeos do YouTube na televisão e almoçando.
Assim que deu 12:50 nós dois nos despedimos com um longo e apertado abraço, sem falar na troca de sorrisos, ele me deu o seu melhor sorriso que pude ver em anos e que poderia fazer daquele dia chuvoso o mais quente de todos.
Tudo que tenho de Bryan hoje em dia são as inúmeras memórias de amizade, criminalidade banais e sem contar os nossos melhores três anos juntos como namorados, mas de uma hora para outra tiraram ele de mim o matando banalmente em um assalto na padaria. Desde a sua morte meus dias se tornaram um inferno, eu não tinha mais ninguém para me manter seguro nas minhas crises nervosas causadas pelo meu pior trauma.
You're my best friend, I love you forever
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My Feelings
PoetryEsse livro é basicamente o desempoiranento de alguns textos que tenho guardado ou que escrevo em momentos aleatórios da minha vida.