Capitulo #1 - Chuva

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Estava eu sentada no banco de trás do carro, olhando a janela por onde escorriam as gostas de chuvas. Quando mais nova nunca gostei de chuva por um motivo, um pensamento, e ainda penso na mesma forma.

Aqueles que partiram deste mundo choram pelo o que perderam, pelo o que têm saudades , saudades de pessoas, sentimentos , aventuras. Agora apenas podem observar e chorar pelo o legado perdido.

-No que pensas Liv? - falou a minha mãe no banco ao lado do condutor com uma voz calma e verdadeira. A pergunta dela desvia me dos meus pensamentos. A minha mãe sempre foi muito paciente comigo, depois da morte de um amigo de infância ela sempre me apoiou, talvez protetiva demais, mas sei que é para o meu bem. Por fim respondo á pergunta dela igualmente calma enquanto olhava a chuva a deslizar pela a janela.

- Apenas pensamentos, lembranças talvez... - e assim acabou a conversa com o leve sorriso da minha mãe, tranquila , sabendo que fez um bom trabalho em educar me.

Enquanto o carro andava pela a estrada fazia pelas as montanhas , reconhecia o caminho que o meu padrasto fazia. Estávamos a caminho para visitar a minha tia. Ela falou que tinha uma prenda para o meu aniversario de 16 anos, o qual já faz dois dias que passou, e apenas agora tivemos a oportunidade de poder a ir visitar. Tinha saudades dela. A Tia Lili sempre foi carinhosa comigo. Ela é escritora , sempre teve uma enorme imaginação, lembro me quando fazia tudo para ficar dias na casa dela, a dormir, a comer , a brincar , a cima de tudo a ouvir as histórias das personagens e dos contos que criou. Infelizmente distanciei me dela quando o meu amigo de infância Ethan morreu atropelado. Foi um momentos trágico. Alem de melhor amigo era meu vizinho. Depois daquela noite tudo mudou. O sangue, ele estendido no chão. A pior visão que tive. Ele só queria ir ver de um gato vadio que andava pela a rua maltratado. Uma coisa tão inofensiva leva a algo tão mortífero. A ideia ainda choca-me. Atormenta. Já passaram 12 anos desde o acidente. É incrível a mente humana, algo consegue ficar eternamente na nossa mente, fazendo ter sonhos ou bem no meu caso...pesadelos. A tia Lili costumava de chamar de as "Sombras" . Nunca entendi , ou simplesmente não lembro-me. Quem saiba hoje tire essa duvida.

- Olívia, chegamos. - falou o meu padrasto se virando para trás e olhando com um olhar carinhoso. O meu pai deixou a minha mãe quando soube que estava gravida de mim, fico feliz em saber que antes de nascer a minha mãe arranjou um homem decente. Peter é como um pai. Nem tudo corre mal.

- Certo, vamos andando então. Já tenho saudades da tia Lili. - Falei dando um sorriso feliz. Tenho mesmo muitas saudades da tia. Olho pela a janela e vejo que a chuva acalmar, assim nós os três saímos do carro.

Ao sair do carro olho para a enorme cada da tia Lili a reconhecendo perfeitamente. Arquitetura clássica antiga, outra hora a casa estaria melhor ,mas hoje está muito velha, pedaços em falta e raízes que cresceram pelas paredes. Não deixa assim de ser uma casa bonita, gostava de a ter quando mais velha. Apenas umas remodelações e ficaria mais bela ainda, é quase como a peça de um museu , um tipo de arquitetura e já não se encontra. Por dentro também era algo clássico e elegante , se ainda estiver como me lembro de certo que esta lindo.

Por fim a minha mãe bate á porta esperando resposta. Enquanto esperamos a tia nos receber olhei em volta olhando a total floresta por trás da casa. Uma vez quando mais nova perguntei á minha tia o porque de uma casa num lugar tão isolado, ela respondeu que era calmo, que tinha tudo o que precisava e o mais precisa para compor as boa historias, paz e tranquilidade, ela sempre contou me que trabalho sobre pressão nunca sai tão bom quanto um trabalho feito com calma nos maiores momentos de inspiração e imaginação.

Mais uma vez saio dos meus pensamentos, ouvindo a porta pesada ranger, provavelmente inchada da humidade e da agua na chuva. Consigo ver quem abria a porta era a tia, como sempre sorrindo imensamente alegre. Continua com o mesmo estilo de roupas simples, não a imagino de outra forma, não a lembro de outra forma.

BETWEEN STORIES #1 - Jayne E. SeattleOnde histórias criam vida. Descubra agora