A música é basicamente um complemento pro texto lol-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
A morte é algo em que penso constantemente, é para onde minha mente voa quando todos estão contra mim, é uma escapatória, o caminho mais fácil.
Penso na morte como uma saída dos xingamentos vindos de quem eu amo,das mãos sujas de quem eu confiava me tocando, das bocas cheias de segredos gritando-os contra meus ouvidos, dos olhares indesejados me olhando de forma perversa.
Uma saída das coisas que eu penso. Uma saída do corpo manchado por marcas de mãos que nunca deveriam ter estado la. Uma saída da mente de alguém que cresceu muito rápido. Uma escapatória de mim mesma.
Quanto mais continuo existindo, mais caio nesse abismo que milhões de pessoas estão. Que milhões de pessoas não conseguem escapar. Quando meu corpo sentir o chão do abismo, eu vou saber, vou saber que minha vida se foi.
Tudo que tenho que fazer para acabar com o sofrimento rapidamente é encher minha mão de pílulas desconhecidas e enfiá-las em minha garganta com um pouco de álcool. Nunca olhando para atrás.
Porque olhando para trás eu vejo a família que um dia quis se orgulhar de mim, os amigos que uma vez tentaram me ajudar, as pessoas desconhecidas que uma vez me fizeram rir. Eu vejo a lua que eu nunca mais irei ver, as séries que não terminarei, o barulho da chuva que nunca mais irei ouvir.
Mas a angústia de ficar viva é tanta. "Será que realmente vale a pena?" a pergunta invade meus pensamentos.
Quanto mais eu penso nisto, mais a coragem se esvai de meu corpo.
E quando a coragem se esvai, é nesse momento que os cortes em meu punho começam a surgir.
A pele se rasga aos poucos ao encostar da lâmina em minha pele. O sangue vibrante se acumula e cai lentamente na superfície da pia. A dor e a ardência se fazem presentes. Elas substituem a dor mental. As lágrimas surgem em meus olhos. A lâmina volta para a pequena caixa decorada em baixo da cama.
Meus punhos são mergulhados na água congelante fazendo com que o sangue já não seja mais vibrante. Minha pele pálida volta para debaixo das inúmeras pulseiras usadas para esconder os punhos abertos pelos cortes.
Meu corpo enfraquecido volta para debaixo dos cobertores fazendo com que eu afunde minhas mágoas em meu travesseiro. Gritos são abafados. Dores são substituídas. Mas a tristeza de continuar vivendo continua ali.
Acordo no outro dia pondo um grande sorriso em meu rosto, ponho meu casaco e finjo que nada nunca aconteceu.
Nada nunca acontece.
Mas o pensamento constante da morte continua ali.
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I will be dead soon
Não FicçãoA morte sempre me pareceu algo distante, mas agora ela esta mais perto do que nunca