Quando o sinal que marcava o fim da hora do almoço tocou, eu e Penny saltamos dos cotocos de plástico duros que serviam como assento para os estudantes que sentiam fome. Talvez por isso, os alunos que sofriam bullyng, não reclamavam mais por sentar no chão do refeitório. Isso é complicado.
— A Srt Delynsky é um pé no saco — comentei com Penny.
— Embora eu não tenha aulas com ela, que aparentemente está um caco, acredito em você.
— Ela parece que pode morrer a qualquer momento. E ela fica respirando com dificuldade — falei, imitando a Srt° Delynsky respirando. Penny riu.
— Pelo menos você não vai ter dois horários seguidos de geometria. Isso não é legal. — disse Penny decepcionada.
— Sim, percebo isso. Sinto muito por você. Mas eu, vou participar de um grupo de apoio, por causa do meu irmão. Você sabe, o garoto problema.
— O Aaron ainda está traficando drogas?
— É. A mamãe já está desconfiando, e eu não quero que ela saiba, entende? Nem o David. Eu quero resolver isso sozinha.
— Se precisar de ajuda é só chamar. Eu faço de tudo para não ter que ficar 24 horas presa em casa com a vovó. Ela me explora e sempre reclama de tudo. — disse Penny, antes de seguir para a aula de geometria.
— Boa sorte! — falei, antes de entrar na sala 413, onde estava previsto nossa reunião de apoio. Aaron estava sentado em um canto da sala, sozinho, rabiscando em seu caderno de espiral. O cabelo escuro caindo sobre os olhos castanhos.
Caminhei até lá e me sentei ao seu lado.
— Você veio. — ele disse.
— Pois é. Tudo pelo meu irmãozinho caçula. — falei — Você está bem?
— Defina "bem" — ele disse, erguendo o olhar rapidamente na minha direção.
— Aaron. Aaron, olhe para mim, por favor — falei, puxando seu rosto na minha direção — O que aconteceu? Eu sou sua irmã, você pode me contar, está bem?
— Detenção após a aula — ele disse firme.
— O que você fez?
— Não importa — ele disse — Não importa porque o papai me odeia. Eu sou o gênio "mau" e você é o gênio "bom".
— Então é por isso? Por que o papai odeia você. Eu amo você. A mamãe ama você. Seus amigos amam você. Você é um garoto maravilhoso e o papai é um grande idiota por não perceber isso.
Ele pareceu decepcionado consigo mesmo.
— Vem cá —falei, o trazendo par perto e lhe dando um abraço apertado.
— Por favor, Nora, nem a mamãe faz isso.
— OK. Então eu acho que nós não precisamos ficar até o final, não é?
— Acho que não — ele disse. Então nos levantamos e saímos.
— Você está afim de um sorvete? — Aaron perguntou — Hoje é por minha conta.
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Diários de Nora.
RomanceEleanor Duchannes, também conhecida por Nora, é uma jovem de 17 anos, bonita, tímida, com um senso de humor adolescente autêntico, engraçada, empática e loucamente apaixonada por seus amigos e familiares. Seus pais (David e Eliana) se separaram quan...