guerra é guerra

229 18 3
                                    

- Emma. – Fiquei sem palavras, ela me deixou sem reação. Respiro fundo, encontrando as palavras certas para dizer. Não queria me expor tanto, por isso era necessário pensar com cuidado minhas próximas palavras.

- Por que você se importa tanto comigo? – Foi uma pergunta genuína no meio da minha tristeza, não conseguia intender por quê.

Ela deveria me odiar mais que todos. Separei-a dos seus pais, mas mesmo assim, ela continuava aqui, ao meu lado, sempre esteve e isso é uma coisa que eu particularmente nunca vou intender. Ela é tão gentil, inocente, doce, às vezes nem parece ter mais de tinta anos.

Eu ainda estava chorando, mas não tanto quanto antes. Sentia sim algumas gotas escorrerem em minha pele, mas ela com delicadeza passaram seus dedos sobre meu rosto enxugando as lagrimam perdidas que ainda estava ali. Sem querer fechei meus olhos ao sentir o delicado toque em mim.

Ela que ainda estava com os olhos marejados e com as bochechas avermelhas, me olhou com seus olhos verdes penetrantes, como se encarasse minha alma de perto, somente encarando meus olhos, que por sua vez também não vacilou, eu também sustentei o olhar. Ficamos por minutos ai, olhando nos olhos uma da outra, sentindo o impacto, o aconchego, até mesmo o amor. – Será que existia amor, ou era somente coisa da minha cabeça?- Aos poucos pude ver a resposta se formar em seus finos lábios, enquanto eles mexiam vagarosamente, em tremores quase imperceptíveis, mas que nunca passavam desapercebidos por mim.

- O porquê eu não sei, mas sei que eu não consigo... – Ela suspirou, talvez analisando, pensando se realmente era uma boa ideia, continuar o que estava falando o que estava entalado em sua garganta, até porque a expressão de duvida que se formou na face de Swan foi gritante.

Assim como eu, era notório que estava à procura da resposta adequada para a ocasião, continuou​ a me encarar, puxando o ar mais uma vez e se pronunciou novamente.

-Quer saber Regina, vai tomar um banho e colocar uma roupa decente. – Ela sorri de canto, eu não entendo o motivo. – Roupa decente? Ela falou sério?- Pelas suas expressões – firme - tive certeza que era serio.

- Para quê? – Eu estava confusa, querendo intender a situação. -Para que me arrumar aquele horário? Sendo que já eram oito da noite, quase Nove- Fazia um tempo que não saiamos mais juntas e, da ultima vez... Será que é isso?

- Pra sairmos juntas. O que você acha? – Me olhos com doçura.

Não sabia o que dizer, eu não saía com ela desde o último 'incidente', que era como Emma gostava de chamar. Já eu... para mim aquela noite foi muito bem vinda.

Ainda sentada na cama comecei a pensar, pesar os pros e os contras da proposta, se era adequado que eu saísse com uma mulher que, além de ser noiva, provocava coisas em mim.

- Gina... Regina... Pelo amor da Deusa, Regina, fale alguma coisa! - Falou balançando as mãos em minhas pernas. Eu fiquei catatônica por muito tempo?

Quando realmente eu senti suas mãos dela em minhas pernas descobertas. – Eu só usava uma camisola um tano curta de seda- me arrepiei. Ela percebeu e rapidamente afastou as mãos dali. Senti uma ponta de frustação se formar, mas engoli essa sensação.

- Desculpa Regina, não era a minha intenção... Eu só. - Vi seu rosto avermelhar violentamente. Era fofo, sua pele alva agora parecia um tomate.

- Não tem problema. - Não entendi, mas naquele momento fiquei com vontade de rir, afinal ela já havia tocado em lugares muito mais íntimos que minhas pernas. Emma me olhou séria. É claro que ela intendeu, mas eu não poderia duvidar da sua capacidade de se fazer de "louca".

- Do que você está rindo? Está rindo de mim, né? – Ela ainda estava com as bochechas vermelhas, mas também podia ser por que havíamos acabado de chorar, então não conseguia distinguir se ela estava com vergonha, ou se apenas era por causa do choro, mas pelo seu tom de voz, ela tinha sim ficado com vergonha.

quando a felicidade date na portaOnde histórias criam vida. Descubra agora