° capítulo 2 °

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MAIA COREY

Aeroportos eram um dos meus lugares preferidos, a não ser quando alguém que eu gostava tinha que ir embora. Mas, dessa vez, não estava aqui para uma despedida.

— O voo dela está atrasado, não está? — perguntei, roendo as unhas. Ser calma em momentos felizes não era o meu forte.

Estava no limite estabelecido para visitantes. Tia Georgia deveria estar descendo do avião ou pegando suas malas a essa hora. Eu já deveria estar vendo ela com um carrinho pegando suas coisas na esteira rolante.

— Claro que não. Você é que está adiantada. — Deneb, meu irmão, disse, sem me dar muita atenção. Ele usava o celular enquanto Meissa estava ao lado dele, lendo um livro. Eles estavam sentados um banco um pouco distante de onde eu estava.

Se as emoções pudessem definidas em pessoas, eles com certeza seriam a calmaria. Apenas Deneb e Meissa puxaram a paz interna do meu pai, mas, por outro lado, eu tinha puxado toda a espontaneidade da minha mãe. Talvez, também, um pouquinho de sua ansiedade. Minhas unhas roídas e machucadas provavam isso.

Mas, elas diminuíram muito quando eu comecei a namorar. Shaun sabia bem como lidar com minha ansiedade, e minha manicure agradecia. Quando eu estava com ele, era como um guarda-chuva que impedia que a chuva dos meus pensamentos sobre o futuro chovessem em mim. Eu não sei como ele conseguia isso, mas sempre funcionava. Minha mãe dizia que meu pai fazia o mesmo efeito quando estava ela estava assim, então era mais um motivo para ela gostar dele.

Mas, infelizmente, Shaun não estava aqui. Minha manicure que me perdoe.

Olhei no telão o horário do voo e conferi com o número do avião que a Tia Georgia tinha passado. Tinha acabado de pousar.

— O avião chegou, ela chegou! — gritei, em comemoração.

Um segurança olhou para mim, vendo que eu estava passando da faixa de segurança estabelecida. Ele pediu que eu me afastasse e fizesse silêncio.

— Maia, quer se comportar como uma adolescente normal? — Deneb disse, depois de ouvir o que o segurança disse.

— Você não parou de falar desde que chegamos. — Meissa reclamou, ainda lendo.

—  Me desculpem se eu não consigo manter meus sentimentos de felicidade dentro de mim, ao contrário de vocês. — respondi.

Deneb deixou o celular em cima da perna e olhou para mim, com cara de tacho:

— A mamãe só deu uma simples ordem mim: buscar a Tia Georgia no aeroporto enquanto ela terminava o almoço com o papai. Você está aqui de intrusa.

— Claro que não. — cruzei meus braços. — O papai disse que era para vir com você. A Meissa que não deveria estar aqui.

Ela abaixou o livro que estava lendo:

— Eu não queria ficar lá como assistente de chefe de cozinha cortando cebola. Fala sério, vocês falam como se nunca tivessem feito algo parecido!

— Eu nunca fiz! — Deneb apontou para si mesmo.

— Para de mentir, Neb! — Meissa bateu nele com o livro. — E quanto todas aquelas vezes que você saia a noite e eu te acobertava porque você estava de castigo por já ter saído outras vezes?

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