"27"

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Como o Supremo previu, não demorou para que os culpados notassem o desaparecimento de sua espécie.

Todos eles estão assustados, não esperavam que o Supremo fosse tão radical até chegar a esse ponto.

__Temos de entregar a menina, é isso que ele quer- diz a mulher encarando o seu mestre.

__A menina é quase uma morta viva, Daniel não conseguiu se controlar- responde em contra partida se ajeitando na cadeira.

__A menina ainda não morreu, o corpo dela está lutando contra o vampirismo- diz fazendo o mestre calar por um momento.

__Você acha que o corpo dela pode aceitar as duas espécies?- pergunta o mestre depois de um tempo.

__Sim eu acho mestre, se fosse para ela morrer, teria morrido no dia em que foi mordida- esclarece e vê o seu mestre empalidecer.

__Céus, criamos um mostro- exclama assustado__ Nós iremos morrer se a entregarmos sabes disso não é?- pergunta a menina a sua frente.

__Eu sei mestre, mas não podemos permitir que a nossa raça fique em extinção por um erro nosso- responde decidida.

__Mande trazerer a criança- ordena e a menina sai o deixando sozinho.

Ele não achou que a sua sede de vingança pudesse os levar até ali, ele percebeu que a sua raça é mais importante que a vingança.

Ele subestimou o Supremo, subestimou os lobos.

E agora o seu povo foi quem pagou pelo seu erro.

Todos os seus aliados viraram as costas, ordenando que ele devolvesse a menina.

Eles ainda tem a esperança de que o Supremo não tenha matado todos.

Dois homens entram um deles arrastando a menina pelos cabelos.

O seu corpo pequeno corpo nu, desprovido de qualquer roupa, mostrava as cicatrizes que ganhou desde que chegou ali.

Um dos homens lança o corpo da menina até ele, o pequeno corpo fica aos seus pés e ele pode observar de perto as cicatrizes, as feridas ainda frescas.

__Por que ela não fala nada, não geme nem de dor?- pergunta o mestre aos homens que foram encarregados de cuidar da menina.

__Já tem uma semana que ela não diz uma só palavra e não faz nenhum som- responde um deles.

__Saiam- ordena e eles saiem.

O mestre se abaixa para carregar o pequeno corpo, a carregando ele nota o quanto o seu corpo está fraco, o quanto ela não pesa nada.

A pequena abre os olhos, e o mestre encara aqueles olhos tão azuis quando o oceano que estão tão vazios e opacos que algo dentro dele apertou.

Deitando a menina na mesa, ele pode observar melhor os seus machucados e não pode impedir que o arrependimento chegasse.

__O que eu fiz?, ela é só uma criança- Lamenta vendo o estrago feito na menina.

Ele não pode deixar de se lembrar da sua menina, que na idade dela brincava pelos campos, cheia de energia e alegria.

E agora ele havia retirado a alegria de uma criança, por algo tão tolo e pequeno.

Que ele só está notando agora encarando a pequena menina.

Ele retirou uma criança de seus pais, assim como aconteceu com ele, quando a sua menina se matou.

Ele se tornou um monstro, ele criou um monstro e sabia que a menina pode vir a ser o pior monstro que já existiu.

__Jasy- grita pela mulher que logo aparece.

__Sim mestre- anúncia a sua presença.

__Vista a menina, desfaz a barreira, irei retirar a proteção de cheiro e localização, iremos deixar que eles venham até nos- diz e a mulher o encara chocada.

__Não vamos nem ao menos tentar fugir?- pergunta e o mestre sorri com escárnio.

__Para que?, você viu o que fizemos com essa menina?, você já reparou nela?- pergunta Alterado e a mulher engole em seco.

__Não tenho coragem de a encarar mestre- confessa virando o rosto.

__Pois olhe bem e me diga se o Supremo não irá atrás de nós nem que fossemos até ao Inferno.

(...)

Depois de retirarem todos os feitiços que dificultava na localização deles e da menina.

Todos os bruxos naquela casa esperam pela sua morte ansiosamente.

O mestre está em sua sala com a menina.

Ele está sentado de frente para ela, a observando atentamente.

Vendo que ela não mexeu nem um centímetro desde que a colocaram ali e tem o olhar perdido.

Eles colocaram uma roupa nela que fechava todo o seu corpo, um blusão, calças e botas.

Olhando assim ela parece uma menina linda e intocável, mesmo com o rosto sem expressões.

O seu rosto não contém nenhum machucado, os seus cabelos foram devidamente penteados.

Os gritos começaram do lado de fora da porta e nem isso fez com que a menina tivesse alguma reação.

Os lobos chegaram e pelos gritos, estavam matando sem dó, eles estão com raiva e ódio.

Querendo acabar logo com tudo aquilo e tendo a esperança de encontrar a futura Suprema.

A porta do escritório é aberta por um lobo.

__Supremo, eu encontrei- grita entrando no escritório e vai para cima do homem que não tenta se defender.

Não demora muito e o Supremo entra pela porta e observa a sua menina sentada no sofá sem encarar ninguém.

O Supremo vai até o homem e o tira de perto da mesa.

__Eu não tenho tempo para perder, mesmo que eu queria te torturar, eu tenho que acabar com esse pesadelo logo- diz o Supremo se transformando  em lobisomem.

__Eu lamento muito- diz o senhor e logo depois o Supremo afunda as garras em seu peito retirando o coração.

__Queime todos- ordena e se volta para a menina__ Eu prometi pequena, vamos para casa.

Tenta pegar a menina no colo mais ela nega saindo do escritório sozinha e mesmo estranhando o Supremo a segue.

O Supremo está feliz por ter a sua filha de volta, mas ele não sabia que ali já não é só a sua filha, ela já não é a mesma, ela nunca será a mesma.




Futura Suprema-[Triologia Irmãos Winchester]Onde histórias criam vida. Descubra agora