Era um dia tranquilo no metrô, com muita gente correndo.
Estava atrasada para a entrevista de emprego.
Finalmente depois de meses, haviam me chamado para uma entrevista e eu estava empolgada, mas naquele dia tudo havia dado errado.
O despertador, que inferno de despertador, não havia funcionado. Me arrumei o mais rápido que pude. Minha sorte mesmo, era que eu tinha deixado minha roupa arrumada. Como era num prestigiado consultório de advocacia eu tive que usar uma roupa social mais...hum... como posso dizer, chique. Já havia feito escova ontem e prendido o cabelo de um jeito que não amassasse.
Por mais que eu corria, acabei perdendo o ônibus e claro, porque havia esquecido de pegar meu currículo.
O curioso é que nesse escritório eu preenchi um formulário onde nele eu coloquei tipo, quase todo meu currículo. Então se as informações estavam la porque diabos eu tinha que levar um currículo?
- Calma Amanda, não reclama. Você é recém formada em Secretariado Executivo e faz apenas meio ano que não consegue nem ser chamada por ninguém, agora foi, então calma.
Era isso que eu dizia pra mim mesmo.
Era foda, recém formada e sem emprego, poxa, nenhum. Nem ser chamada eu era para entrevista. Normalmente era assim: deixava um currículo, muitas vezes para alguma recepcionista com cara de bunda e ela dizia que ia repassar. Ou se não, eu falava com alguém responsável e diziam que iam entrar em contato, mas advinha, nunca entravam.
As vezes pensava que eu ficaria morando com minha mãe e minha tia o resto da vida e que ia ficar como aqueles caras la do exterior que mora na casa dos pais, no porão e fica jogando video games e já tem quase 40 anos ou aquela velha do Simpson que tem um monte de gatos.
Nada contra os gatos eu amo eles eu tenho um chamado pudim.
Outra, dizem que quando você tem uma carreira boa você acaba não tendo muita sorte no amor. Foi a vizinha que disse isso. Não sei se é verdade, mas se for eu to...ai meu deus, me ajude.
Bom, estava descendo as escadas do metro porque o ele já estava chegando e não podia perder, então ia esbarrando na multidão, apenas pedindo desculpas ou jogando praga pela pessoa não me dar licença mesmo.
Quando no último degrau eu me desiquilibrei e adivinha? Cai, bingo.
Eu cai, mas cai em uma pessoa que estava meio que abaixado, porque eu so o vi quando levantei, nem desculpa consegui dar, uma por vergonha demais outra porque o trem já ia sair.
- Ai Meu Deus nem desculpas eu consegui pedi. Bom não o verei mesmo. Pensei comigo.
Por fim cheguei na empresa. Falei com a recepcionista e aguardei, eu e mais dez mulheres.
Por chegar quase em cima do horário, fui a última.
Demorou menos do que eu achei, algumas eu não sei o porque mas foram bem rápidas, já outras demoraram. Era apenas uma vaga, sabia que não ia ser minha. Não estava sendo pessimista, mas sim realista.
Quando a última saiu, eu sabia que iam me chamar, mas não ainda, fiquei uns 10 minutos esperando, então decidi falar com a recepcionista. E sim ela esqueceu de avisar que eu estava la e sim, ela ainda teve a audácia de mentir para a chefe dela dizendo que eu havia me atrasado por isso ela acabou esquecendo de avisar que ainda tinha mais uma candidata. Isso tudo para não ficar feio para ela. Mas ficou para mim, porque não foi verdade, eu apenas cheguei no horário e não dez ou vinte minutos adiantada.
Sai da entrevista muito bem, havia ficado calma e achei a minha entrevista boa, ela demorou comigo o que era bom sinal, mas sentia que a vaga não era minha.
Nem tchau pra recepcionista dei, sai de la e ao virar o corredor estava mexendo no celular e esbarrei em alguém, acabei por deixar o celular cai e adivinha? Não, não era o rapaz do metrô.
Mas era um lindo rapaz. Ele pegou meu celular, viu se o celular não havia quebrado e me entregou.
- Você veio para a entrevista?
- Sim, sim.
-O que acha? Vai passar?
- Ahh acho que não.
- Tome caso não passe na entrevista me ligue.
Peguei o cartão e isso era muito estranho.
Depois de uma semana ninguém entrou em contato comigo então liguei para o rapaz, Daniel era seu nome. Ele não demorou muito para lembrar de mim.
- Porque não me ligou logo?
- Ah desculpe tive várias entrevistas essa semana. Menti é claro.
- Ok, mas não está trabalhando não é?
- Não, ainda não.
- Tudo bem, anote o endereço. Rua Alves de Andrade Filho,1002 5º andar sala 3. Esteja la amanhã as 9 horas.
- Tudo bem.
O que ocorreu foi que ele e um amigo montaram uma sociedade e sim, estavam procurando alguma recepcionista ou secretaria. Então trabalhávamos eu, Daniel e Nicholas.
Não acreditava que eu enfim tinha conseguido um empego, quando completei quatro meses trabalhando e juntando uma boa parte do meu salário eu aluguei um apartamento pequeno próximo ao meu trabalho, assim, não teria gastos para me locomover, so gastaria o sapato mesmo.
Minha mãe fez moh chororo, quando sai.
- Ei segura o elevador.
Puts, era o rapaz que atropelei no metro a um tempo atrás. Espero que ele não lembre de mim.
Eu olhava para o chão, estávamos subindo para o mesmo andar. Ele era o meu vizinho. Bonito.
- Hei você não é aquela moça do..
- Sim, sim, me desculpe não consegui nem me desculpar, estava atrasada.
- Tudo bem, ali também não era o lugar pra ficar abaixado não é?
- Então somos vizinhos?
- Sim, pois é.
Isso foi quase tudo o que conversamos, bonitinho do jeito que era claro tinha namorada. Descobri da pior forma, entrando no elevador e eles estavam bem...bem próximos.
Como morava perto de um parque, era sábado de sol, resolvi me mexer um pouco, andar de bicicleta.
E la fui eu com os fones no ouvido escutando música e pedalava.
E dê repente eu vi uma mulher se desequilibrar e cai, mas ela caiu de um jeito tão engraçado que eu fiquei olhando para ela no chão e comecei a rir, quando olhei para minha frente bati com uma bicicleta parada e um rapaz, ambos caímos. Ralei meu joelho, mas ele foi tão prestativo.
Depois de me desculpar e me ajudar, meio que combinamos de nos trombar como ele disse.
Seu nome é Henrique, trabalha um andar abaixo do meu trabalho, jamais o tinha visto antes, mas nos trombamos no parque.
Namoramos a um ano e meio e no fim do ano iremos nos casar oficialmente, ainda trabalho no mesmo lugar e temos uma linda filhinha de quatro meses. Amo os dois.
Amanda Rios.
São Paulo.
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Pequenos Contos Românticos
Short Story" Você pode encontrar o amor em qualquer lugar comum ou incomum. No trabalho, no metrô, no mercado ou ser atropelado por ele. Eu, encontrei o meu no trabalho. Se você parar para ver sua história foi divertido ou engraçado encontrar o amor ou ele te...