Estupefato

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Uma pessoa especial me mandou mensagem sobre essa história, esquecida como várias outras aqui pra mim. Então eu tratei de reler e avaliar se pra mim valia a pena, e eu acho que sim.

Estou reformulando os capítulos que antes tínhamos, e vou preparar a volta dela para o dia 16, no qual haverá várias outras postagens, por ser o aniversário de Oliver.

Esse é o novo recomeço, me digam o que acham dela!

twitter: jimintheme


MT OBG@UCHylAMA  por ajudar na tag  aaaaavisitem o perfil dela


#OsilêncioEntreNós

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Tic-Tac, fazia o relógio no criado mudo ao lado de sua cama, às duas da manhã, ou talvez três, não sabia ao certo quanto tempo tinha passado desde que desligou aquela chamada de vídeo. De olhos fechados mesmo sem dormir, a única coisa em que conseguia pensar é sobre como, ou melhor, porque não conseguia cair no sono nos últimos dias. Seu coração se inquietava sempre que as memórias recentes surgiam como um curta metragem em sua mente, passando de cena em cena fazendo o órgão bombear seu sangue cada vez mais forte, de forma que no silêncio podia ouvi-lo em suas orelhas. Apenas um som vinha em sua mente, um único rosto. Um sorriso.

Aquilo estava arrastando sua sanidade para qualquer lugar bem longe de si. E a verdade é que não gostava nada de não ter controle sobre isso.

Deitado ali imaginou suas memórias como uma estrada, na qual a sua frente havia tudo que poderia viver, dependendo de suas decisões. E atrás de si, tudo que fez para chegar até ali. Havia várias ruas, algumas obviamente sem saída, outras movimentadas, cheias de outdoors com fotometragens das coisas que mais marcaram sua vida naqueles últimos tempos. Outras telões iluminados mostrando coisas que não queria esquecer. Conseguia imaginar tudo aquilo, mas entre todas aquelas coisas a rua logo atrás de si era a que mais chamava sua atenção. Seu passado recente. E foi para lá que sua mente o direcionou.

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Andava apressado no corredor da faculdade. Enquanto isso sua mente calculava quantas palavras caberiam naquela folha, e quais colocaria para corrigir seu erro. Um ajuste no seu trabalho que certamente o irritou, já que tinha que refazer aquela página, por conta de uma palavra. Palavras... Aquelas que mais o encantavam e ao mesmo tempo tinham o poder de tirar do sério.

Ou melhor, deixá-lo colérico, como gostaria de falar.

Cursava letras, e iniciando seu mestrado, com bolsa garantida pela instituição, não tinha muita escolha a não ser alterar o documento. Mas aquilo não era grande problema, certo? Não havia motivos para ficar irritado logo cedo, certo? Não podia permitir que um simples erro de um trabalho estragasse de vez seu humor. Mas aquele acontecimento apenas se somou ao fato de ter acordado meia hora antes do despertador, queimado a boca com café e batido o dedo mindinho do pé, ambos ainda doloridos.

De qualquer forma, não eram razão suficiente para se irritar, se continuasse naquele ritmo, teria cabelos brancos antes do tempo. Ele se direcionou até a papelaria do campus, ignorando o vento frio que bagunçava seus cabelos enquanto as nuvens no céu se apressavam em se juntar, formando nuvens maiores e mais escuras, entrou rapidamente e já procurando uma cadeira em frente a um dos computadores para sentar-se. Ele ajustou o corpo sobre ela abrindo a aba da internet, olhando rapidamente um fiapo rebelde de sua calça jeans, atentado à puxá-lo, mesmo ciente que poderia desfiar toda aquela região. Sua perna se movia freneticamente, talvez fosse o café que além de quente estava forte demais, gerando correntes de ansiedade por seu corpo.

A voz do Silêncio | JikookWhere stories live. Discover now