O mundo visto de cima

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Ana caminhava pelas ruas do centro de São Paulo  imersa em sua dor, porque? Perguntava a si mesma porque nasci e porque ainda estou viva? Sentia um imenso vazio em seu peito, o  gosto de fracasso amargava sua boca, sua mente tumultuada não via saída. Parou enfrente a uma vitrine e encarou seu reflexo
- Que coisa mais estranha e horrosa, não te conheço disse ela para si mesma.
- e você que inútil ? Tem a audácia de me criticar, riu o reflexo - não se enxerga não é? Faça um favor ao mundo e se mate.
Ana engoliu a seco aquelas palavras pensando que estava enlouquecendo ouvir e ver coisas que ninguém mais podia, voltou a sua caminhada parando na ponte do viaduto Santa Efigênia gastou um tempo olhando para baixo, deixando um  suspiro solitário escapar.
- Será  que voarei? Sorriu e em sua mente respondeu - vai ser engraçado ver você batendo os braços para continuar o vôo.
Segurou a grade e passou para o lado de fora da ponte, de costas para ponte com os braços abertos e mãos nas grades alheia aos transeuntes as lágrimas começaram a rolar e mais uma vezes
- porque Eu? Porque está ideia fixa será que  Pular ira resolver? mais um passo e tudo está acabado.
Olhou para baixo onde carros passavam e se pareciam com brinquedos minusculos - um passo, um único passo é o mais longo de toda minha vida.
Uma escuridão tomou conta de sua visão, alguém colocou uma mão em seus olhos e outra em sua cintura tirando a do perigo. - um assalto pensou ela - era só o que me faltava, devo estar com muita "sorte".  Aos poucos foi se recompondo do susto e reparou em volta um amontoado de curiosos com seus celulares na mãos  filmando - aposto que adorariam gravar o meu vôo para repassar nos seus grupos e fazerem memes, hahaha não será desta vez pensou Ana voltando sua atenção ao seu salvador achando o um intrometido sem nada mais a fazer além de atrapalhar.
- Você está bem? O que ouve? Pode me dizer irei te escutar mas o suicídio não é a solução disse ele sem dar tempo de resposta
- quem é você? E o que você sabe?
- Desculpe meu nome é Cesar e o seu?
- Ana - respondeu virando as costas e tentando sair da Roda que os cercavam
Cesar a segurou e a arrastou consigo.
- vamos tomar um café assim a gente conversa
Deixando se conduzir pelas mãos  Ana começou a prestar atenção em Cesar
- espero que ele me mate logo - pensou Ana

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