❝ Como posso resolver se até meus sonhos estão contra mim? ❞
DESEJOS A FLORESCER.
Estava ofegante.
E todos estavam dormindo.
Menos duas pessoas.
Completamente e incondicionalmente em um estado de que nem ela mesma imaginaria estar numa hora dessas.
Deveria ser o que? Uma hora e meia da madrugada?
Talvez.
— Despertarse, garota. — começou a abrir os olhos, mostrando que havia tomado um susto. Seu rosto estava tão molhado por conta das lágrimas que haviam sido despejadas ao longo do sonho em que teve, mas não sabia qual era o motivo principal. No entanto, não conseguia se recordar sobre o que era. Mas, pela sua ação, não deveria ser boa coisa.
Passou a mão em seus cabelos e só então se deu conta de que tinha alguém no quarto em que estava hospedada. Alguém que estava tentando acordá-la. Ao perceber toda a movimentação, acabou notando que a sua vestimenta não era à das mais plausíveis, afinal, ao adormecer sempre optava por um conforto.
— Paulo? Eu... te acordei? —
puxou vagarosamente o lençol que antes a cobria. Pensou se não teria acordado mais alguém da casa, e por um momento se arrependeu de ainda continuar na residência mesmo amando a todos. Ou talvez, nem todos.— Estava sem sono. Seu choro foi baixo mas como o meu quarto é ao lado deu para escutar e vim.... Saber. — ele reponde, meio sem graça por perceber que ela estava envergonhada ainda tentando se cobrir. Mas, para tranquilizá-la de que não era nada demais, buscou mudar o rumo do assunto. — O que sonhou?
— Não me lembro.
Uns segundos que pareciam décadas de silêncio havia começado, e ambos estávamos sem ter o que dizer depois disso. Depois de tudo. Por incrível que pareça, o argentino era um imã na qual mesmo ela colocando-o longe, ele sempre dará um jeito de juntar-se ao seu par.
Porém, ela não é o seu par.
Seu par é a cantora. É a Argentina. É a Sabatini.
— Obrigado! — disse antes mesmo dele chegar em seu quarto, já que ele tinha começado a se levantar e provavelmente seguir seu rumo. —Tem algo que eu possa fazer por isso?
— Eu não iria cobrar nada, mas já que se ofereceu... Sim.
E outra vez o arrependimento lhe atingiu tal como a flecha acerta em seu alvo. Um pequeno sorriso brota em seus lábios e aquilo a faz ficar mais apreensiva, entretanto, ele parece notar a situação da modelo. Se diverte com a preocupação visível, ouvindo um riso baixo do mesmo.
— Não irá conseguir dormir tão cedo novamente. Então, por que não vem assistir a um filme? — Paulo a olha sugestivo, escorado na porta do quarto. Só então percebeu que o mesmo está sem blusa alguma. Recua!
— E se os demais acordarem?
— Não é na sala. Es en mi cuarto. — ele prossegue, de início pensou na possibilidade de negar esse pedido. Só que ele tinha razão. Ela não conseguiria dormir tão cedo após o ocorrido, e mesmo sendo na sala ou em qualquer lugar da casa estariam sozinhos. Os outros dormem. Não teria escapatória.
— Tudo bem. Mas...
— Como amigos. Que sempre fomos.
Ele ergue os braços em rendição, como se de alguma maneira tivesse lido os pensamentos dela. Quase revirou os olhos, porém se levantou ignorando totalmente o fato das suas vestes e o seguiu para o seu quarto que por acaso era do lado do dela. O de hóspedes. Paulo abre a porta mas não entra, apenas se certifica de que ela já esteja no cômodo. Ele relata que iria pegar algumas coisas na cozinha, então ela adentra ao seu quarto como forma de o esperar.
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Clandestino
FanfictionCLANDESTINO ✓ | Paulo e Kyara se conheceram inesperadamente às vésperas do ano novo, deixando que os sentimentos se aflorassem sem a possibilidade de um compromisso sério. No entanto, anos mais tarde eles acabam se reencontrando em um acaso familiar...