Sempre sua, Angel Benz

•five•

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Chegou então o que temíamos.

Eu voltaria no dia seguinte.

Nós tínhamos discutido uma noite antes lembra?

Por você ter acabado com o jantar que sua mãe fez para nós.

Eu estava cega de raiva. Tão brava por você sempre ser tão inconsequente. Tão imprevisível.

Tão brava por você saber que eu estava acabada por ter de me separar de você, e simplesmente não dizer como se sentia em relação a nós.

Eu queria tanto te consertar. Que acabei me destroçando no caminho.

Confesso que naquela noite antes da minha partida, eu não esperava que você fosse me encontrar.

Esperava que você simplesmente iria sumir como já tinha feito antes.

Isso que me matava. Você achava que estava sozinho! Não me contava o que sentia. Caramba Dylan, eu disse que estaria com você.

Mas você apareceu.

Abriu a porta do quarto enquanto eu escrevia.

Seus olhos estavam tão tristes, que meu coração se estilhaçou mais um pouco.

Você chorava.

Pela primeira vez na minha frente.

Eu te abracei, lembra? Eu queria dizer que no final nós ficaríamos juntos. Mas eu não consegui.

Era como se o destino não permitisse que eu falasse.

Não permitisse que eu mentisse.

Você se desculpou. Não entendi o porquê. Mas você somente me abraçava enquanto se desculpava.

Seus soluços me assustavam tanto quanto qualquer melhor filme de terror já feito.

— Você é tudo Angel. — ele segurou meu rosto com as mãos. — Tudo pra mim.

— Dylan... o que aconteceu? — perguntei

— Nada! Nada mesmo Ang. Só quero que você saiba disso. — ele afastou meu cabelo da testa. — Eu sou um idiota. E você não me merece. Mas sou egoísta o bastante para aceitar uma das únicas coisas boas na minha vida.

— Não fala assim... — contrariei

— Conheci você há um mês atrás. Mas nada. Nenhum momento da minha vida, vai ser tão eterno enquanto isso pra mim.

Você sabia exatamente o que dizer.

Poderia virar poeta. Eu já te disse isso antes não?

Depois daquilo, ficamos trocando juras de amor. Ah Dylan, se eu soubesse que fazer aquilo só me deixaria pior, eu não teria falado nada.

Nós não nos despedimos.

Não queríamos nos separar. Então fizemos um trato. Eu te mandaria cartas. Lembra?

Você me mandaria de volta.

Isso até finalmente podermos ficar juntos novamente.

Então você só beijou minha testa. Hábito comum que você sempre fazia. Se eu soubesse que aquela seria a última vez... ah Dylan.

Eu olhei para trás, quando entrei no carro. Você olhou para mim, e aquela foi a última vez que nos vimos.

Esta Dylan, é a carta número 137. E é a última que lhe escrevo.

Confesso que as primeiras cartas que você enviou, me deram a esperança que ficaríamos sim juntos.

Mas as outras não foram respondidas.

Então o que resta para nós, é a lembrança de um passado. Porque o futuro não vamos viver. Pelo menos não juntos. E tudo bem. Contanto que você esteja feliz.

Espero, que onde quer que esteja, se lembre de mim. Quero que você acredite em finais felizes Dylan.

Podemos ter um, mesmo que não juntos.

Você foi a pessoa que me fez viver. Que conversava profundamente comigo, que acreditava que eu poderia publicar meus textos, que olhava as estrelas comigo.

Sinto muito por tudo que poderíamos ter vivido.

Eu só queria, se você pelo menos me amou Dylan. Esta carta, somente essa, leia e mande um sinal.

Não precisamos ficar juntos, só preciso ter uma explicação. Preciso saber onde está você.

Se você ainda canta mesmo que não maravilhosamente bem. Se ainda tira fotos. Se ainda não acredita em finais felizes. Se ainda acredita que fomos um amor passageiro.

Responda essa carta Dylan.

Querendo ou não, de certa forma sempre vou te amar.

Somos apenas obras mal acabadas do destino. E preciso colocar um ponto final nisso.

Me desculpe, mas lutei demais por nós dois. Mas quando se luta sozinha, acho que nem sequer existe uma batalha.

Dylan, o azul do mar é humilhado por seus olhos.
Nenhum mistério se compara a você.
Austen não escreveria algo tão maravilhoso igual.
O fogo não me queimaria igual você fez, e nem o oceano me afogaria da mesma maneira.
Hemingway não escreveria nada mais trágico que nós dois.

Então me responda, e me tire dessa furacão que você mesmo nos enfiou.
       

                                                       Sempre sua,
                                                          Angel Benz"

...

Então é isso gente! O que me dizem?
O que acham que aconteceu com o Dylan?
Quem sabe descobriremos em breve...
Agradeço demaiss a quem leu o conto, mesmo que sendo pequeno me envolvi muito com a história.
Não esqueçam de comentar e votar.
Já já tem nova história para vocês!
Beijos❤️