Prólogo

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Estava na biblioteca procurando um livro para me distrair quando meu pai aparece na porta, com seu semblante sério e frio, seus cabelos negros contrastando com seus olhos castanhos quase dourados. Depois da morte de minha mãe pela pneumonia ele ficou assim, quase desumano e muito frio, mas nunca deixei de o amar.

- Bom dia minha filha.

- Bom dia querido pai. Estas a minha procura?

- Sim. Tenho um assunto formidável que gostaria de discutir com você.

- De certo que sim. Pois fale.

Ele veio em direção a poltrona mais próxima a mim, de um marrom escuro, fez um gesto para que eu me sentasse e assim o fiz, seguiu se sentando a minha frente em outra poltrona logo em seguida.

- Pois bem, acaba de sair daqui o Senhor Versalhes, estávamos discutindo sobre seu casamento. Acabo de acertar o dote, e está tudo nos conformes para que se casem em um mês.

Meu pai revelou esta tragédia a mim com uma grande naturalidade que por um momento me mantive imóvel.
Como poderia ter feito isto comigo? Senhor Versalhes era um homem muito velho com provavelmente quase sessenta anos, e eu apenas completei dezenove recentemente.
De certo que nunca fui muito romântica, porém jamais pensei em me casar com alguém por dinheiro. Porque obviamente não era por amor, pois havia visto o Senhor Versalhes somente umas três vezes ou menos. Como poderei levar uma vida feliz assim? Meu pai não deveria estar falando sério.

- Me diga meu pai que isto não passa de uma brincadeira descabida, por favor? - Praticamente implorei.

- De certo que não minha filha. Não há brincadeira alguma, apenas um acerto entre cavalheiros.

- E como espera que eu concorde com isto? - Perguntei em um tom elevado.

- Contenha-se Charlotte, está tudo arranjado e se é com amor que se preocupa, não tema, isto aparecerá com o devido tempo e familiaridade.

- Mamãe me contou que não foi assim com vocês, que se casaram porque se amavam. Pretende me condenar a uma vida de tristezas e sem amor algum? O que acha que aquele pária fará comigo?

- Não importa como aconteceu entre sua mãe e eu, nenhuma história é igual, elas não se repetem. E não chame-o de pária, não deveria dizer tal ofensa a seu futuro marido. Está decretado, você irá se casar e viver com ele, é o melhor para você.

Com sua palavra final ele deixou a biblioteca e a mim muito indignada. Nem mesmo citando minha amada mãe ele desistiu desta loucura, terá de ser por mim mesma.

De uma coisa eu tenho certeza.
Minha obstinação, talvez teimosia, não me permitirá deixar que minha vida seja desperdiçada por um velho caquético em hipótese alguma. Nem que minha única e mais provável opção seja fugir desse casamento, ou não me chamo Charlotte Carter!

◆♡◆

Espero que gostem, é minha primeira história de época.

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Morgenstern

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