Duas semanas depois...
Os preparativos para meu suposto casamento estava a todo vapor, mas o que ninguém sabia era que eu também tinha alguns preparativos a fazer, entretanto não para o casamento e sim para minha fuga.
Estava quase tudo planejado, assim que eu estivesse na carruagem a caminho da igreja, iria mudar o caminho da carruagem. Consegui convencer meu pai a esperar-me na porta da igreja e já havia subornado o cocheiro com algumas moedas de ouro para mudar o caminho rumo a cidade vizinha. Não poderia continuar com essa besteira de casamento arranjado.
Estava em meu quarto enclausurada, a minha própria opção como forma de protesto aos olhos de meu pai. Mas a meus olhos eram apenas dias roubados para planejar cada detalhe de minha fuga.
Batem a porta.
- Com sua licença senhorita. - Quem está na porta é Maya, com seus cabelos claros arrumados e olhos castanhos prestativos minha dama de companhia estava me ajudando na fuga.
- Claro Maya, entre, algum problema com os preparativos? - Ninguém duvidaria das minha mais sinceras preocupações com o casamento, portanto não desconfiariam da pergunta velada.
- De certo que não senhorita, apenas que o patrão está chamando na sala de visitas, Senhor Versalhes está aqui, veio lhe fazer a corte.
Bufei. Teria que aguentar mais umas horas com aquele pária novamente. Toda semana ele vinha me visitar, ao que apenas fazia era falar de suas terras e ovelhas. Teria mais uma sessão de tortura.
Me arrastando da cama, passei a mão nas saias de meu vestido rodado rosa-salmão para desfazer os amassados. Olhei-me no espelho da penteadeira, estava com uma postura aceitável. Meu pai era muito rigoroso com como me porto perante as pessoas e logicamente quer causar uma boa impressão no meu futuro marido.
Essas palavras fazem meu estômago se revirar de tão ruim que soam meus próprios pensamentos.Me encaminho para a sala a passos leves e lentos, os encontrei conversando sobre algo inesperado. Ovelhas.
Que besteira!- Com licença. Senhor meu pai. Senhor Versalhes. - Os cumprimentei com uma leve reverência como manda a etiqueta.
Ambos se levantaram me fazendo uma educada mesura.
- Boa tarde minha noiva. - Senhor Versalhes pegou minha mão a beijando.
- Boa tarde. - Assim que me sentei eles também o fizeram.
Optei por me sentar o mais distante possível do homem asqueroso intitulado meu noivo.
- Senhor Versalhes veio lhe fazer uma visita, Charlotte.
- Percebo meu pai e admiro sua empolgação em ver-me. - Lanço um pequeno sorriso em direção ao Senhor Versalhes.
Por dentro tudo que gostaria de verdadeiramente dizer é: Jamais vou me casar com você, seu velho asqueroso e nojento, deveria se envergonhar por querer desposar alguém tão jovem apenas por um acordo deturpado!
Porém me resigno apenas a me comportar como esperam de minha parte: Quieta e submissa.
Senhor Versalhes monopolizou a conversa com assuntos de suas propriedades e coisas entediantes. Graças ao bom Deus, se negou a jantar conosco quando meu pai o convidou, alegando afazeres que lhe tomariam boa parte da tarde e anoitecer antes do jantar.
Em alguns dias seria meu casamento e não poderia sair nada errado para minha fuga.
Meu pai decretou não apenas o casamento mas também a quebra de nossos laços no momento em que me vendeu como uma vaca premiada aquele pária.
Agora estaria por minha conta neste mundo inexplorado por minha parte, porém meu desejo de liberdade seria combustível suficiente para manter-me em meus planos de uma vida nova.
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Eu Faço Meu Destino
RomanceA vida pacata de Charlotte toma um novo rumo assim que seu pai concede sua mão em casamento a um homem de muitas posses e de idade avançada, mas em momento algum lhe foi perguntado sobre este casamento arranjado. Porém nem tudo está perdido, pois Ch...