euphoria

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Capítulo 6.

A casa estava silenciosa e o espaço ao seu lado, vazio, quando acordou. Taehyung foi em direção ao banheiro, usando a escova amarela, comprada especialmente para si, e que já lhe pertencia há alguns meses. Quando passou pela sala notou que o sofá estava vazio - Jimin provavelmente tinha se arrastado para o próprio quarto quando recobrou a consciência em algum momento da noite.

A cabeça de Taehyung pesava e o estômago embrulhava. Ele se lembrava claramente da noite passada, de como cantou, dançou e bebeu no karaokê, de como Jungkook lhe pediu para que dormisse com ele, de todos os desenhos do portfólio e de todas as palavras sussurradas tarde da noite, no quarto do Jeon.

Ele se lembrava de como dormiram juntos, verdadeiramente próximos. Se lembrava de cheirar o pescoço do amigo sem receios, da risada de Jungkook quando ele fizera isso, a voz enrolada reclamando de cócegas. Se lembrava da vontade imensa de beijá-lo, vontade essa que não diminuiu ao acordar com ressaca, a cabeça doendo e sozinho no quarto.

Jungkook estava sentado na cozinha, debruçado na bancada enquanto trabalhava em algum desenho. Havia trocado as roupas da noite anterior por um pijama azul escuro e, ao ouvir o barulho abafado de passos, levantou a cabeça, desviando a atenção para Taehyung parado na sua frente, com a bancada separando-os.

Quando Jungkook sorriu, Taehyung teve a certeza que o outro também se lembrava.

"Bom dia, Kookie."

"Bom dia, hyung. Dormiu bem?"

"Sim, e você?"

"Também, obrigado. Como está sendo sua manhã até agora?"

A pergunta encheu o ar de expectativa. Os poucos segundos que antecederam a resposta de Taehyung estavam recheados de tensão, e ele aproveitou o clima para arquear as sobrancelhas e dramatizar um pouco antes de responder.

"Boa, mas você já acordou com a impressão de que tem um compromisso marcado que não pode esquecer? Como se tivesse algo muito importante para fazer, assim que acordasse?"

Jungkook jogou a cabeça para trás, sua risada sonora preenchendo o espaço.

"Engraçado Tae, porque eu acordei me sentindo exatamente assim, hoje."

Nenhum dos dois desviou o olhar, não daquela vez. A cozinha foi preenchida por uma excitação e ansiedade prévia, tudo ficou silencioso... E então...

Como se as ações estivesse coordenadas, eles encontraram o caminho um para o outro, ao mesmo tempo e sóbrios, por cima da bancada. Jungkook escorregou os dedos para o pescoço de Taehyung, da maneira que havia fantasiado tantas e tantas vezes: as unhas curtas esbarrando na pele macia, os dedos brincando com os fios de cabelo do mullet, sentindo a pele bronzeada sob os dedos. Taehyung levou uma das mãos até o rosto do mais jovem, o dedão esbarrando pela bochecha, sentindo o osso da mandíbula deliciosamente marcado sob a própria mão.

Quando a boca de Jungkook abriu-se em cima da de Taehyung, os dois inclinaram-se mais, pressionando as barrigas nas extremidades do balcão conforme avançavam na direção um do outro.

Jungkook abandonou o beijo, afastando-se da bancada e contornando-a com passos apressados. Ele alcançou Taehyung novamente, de corpo inteiro: pressionou o mais velho contra a bancada, enfiou um dos joelhos entre as coxas de Taehyung e as mãos voltaram para os mesmos lugares de antes, como se nunca tivesse saído de lá. O Kim respondeu com agilidade: agarrou a cintura de Jungkook com destreza, trazendo-o para perto e selando as bocas novamente.

Os corpos queimavam onde as mãos encostavam. O sangue que corria em suas veias parecia ter sido substituído por lava que ardia e agitava. Taehyung engoliu o suspiro de Jungkook com os próprios lábios e levantou a barra do seu pijama, os dedos desesperados por contato de pele com pele. A pele de Jungkook era morna, macia e os músculos do abdômen firme tremiam conforme Taehyung os dedilhavam com dedos ágeis e esguios.

No nível do marOnde histórias criam vida. Descubra agora