Na cozinha
Sentada na escada
De frente pra porta da rua
Me passou uma gente
Depois outra
E então milhares
O dia morreu e reapareceu
Ninguém me viu
E nem ouviu
Não quis abrir a boca
O grito tava dentro
Ninguém notou
Ninguém ligou
Gente passou
Gente correu
Estavam com pressa
Sem tempo pra nada
Sem tempo pra ninguém
Estou ocupado
Fui morrendo no degrau
Desci um
Senti o ar sair
Ele não voltou
A maioria não volta
A lágrima escorreu
Não sentia dor
A chuva caiu
Meu corpo tombou
A cabeça bateu na parede
Sangrou
Quente e vermelho
Meu âmago
Meu ser
Se foiAléxya Gama
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Vitória
PoetrySe minha mente fosse um fenômeno seria um furacão e se meu coração estivesse na física seria chamado de buraco negro, mas não para sempre.