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Um mês treinando direto sem descanso, e eu já estava me sentindo exausta e no limite.
Minha rotina da escola junto com os treinos estavam me matando.
Henrique estava pegando pesado com o intuito de exigir o máximo de mim.
E com isso o meu progresso no boxe estava sendo incrível.
Até o pai dele estava admirado e reconheceu que eu levava jeito, durante os dias ele me colocou para lutar com algumas meninas mais experientes do turno da manhã.

E com muito custo consegui vencê-las, mesmo saindo um pouco roxa do ringue.
Já a minha relação com Henrique fora dos treinos estava bem estranha.
Ele evitava me olhar e falava apenas o necessário.
Eu não sabia o que havia feito de errado, mas preferi não tocar no assunto.

Já o encontro com o amigo do meu irmão foi até divertido, ele me levou no restaurante italiano perto da praia e passamos a metade da noite conversando sobre coisas aleatórias.
Ele tinha me surpreendido de uma forma positiva. Na hora de se despedir ele tentou me beijar, mas eu não estava me sentindo preparada para partir para fase 2, então marcamos de nos encontrar novamente, dessa vez eu estava disposta a dar uma nova chance.

***

- Eu preciso que os seus pais assinem isso Stella!

- Essa autorização é para o quê Henrique?

- Você já sabe que o torneio será em outro estado?
E você irá com o pessoal da academia 2 dias antes dos seus pais, e como você é de menor preciso da autorização deles.

- Certo, já que vou ser obrigada a ficar esses dias no mesmo lugar que você preciso dizer logo...

- Dizer oque?

- Você está insuportável ultimamente Henrique, na verdade você sempre foi, mas agora vem me tratando com total desprezo.
Não somos amigos, nem nada do tipo, mas acho legal temos uma relação pelo menos um pouco profissional já que isso não é uma brincadeira.

- Desculpa, não é nada pessoal.
Só estou tentando lidar com algumas coisas que venho sentindo.

- Que tipo de coisa? Pergunto confusa.

- Não é nada importante.
Agora vamos treinar, afinal falta pouco para o torneio.

- Então você acha que eu levo mesmo jeito? Faz pouquíssimo tempo que estou lutando, as chances de ficar em coma são altas.

- Olha.. Eu não coloquei o meu futuro nas suas mãos atoa. Se eu fiz isso é porque confio no seu potencial e acredito que você vencerá.
Agora chega de papo furado que temos muita coisa ainda para fazer.

  Alguns dias antes do torneio eu decidi aceitar o convite do Lucas e ir na festa do Gustavo.
A Layla também estaria lá então me senti mais relaxada.

Estava sentada aguardando o Lucas na sala.
E quando ele chegou demorou um tempo até decidimos sair de casa.
Ele ficou um bom tempo prometendo ao meu pai que cuidaria de mim.

Quando chegamos no local da festa me contemplei com um enorme casarão que mais parecia cenário de filme.

E enquanto o Lucas falava com os amigos dele eu fui em direção a Layla que estava com o Caio.

- Finalmente chegou Stella!

- Infelizmente... Já estou quase arrependida.

- Também quer uma latinha de cerveja Stella?

- Obrigada Caio, mas prefiro ficar apenas na água!

Havia se passado quase uma hora e eu já estava totalmente doida para voltar para casa.
Eu até tentei me distrair na pista de dança, mas os garotos naquela festa não sabiam respeitar o espaço mínimo de uma mulher e ainda se achavam no direito de tocar no meu corpo.
Já o Lucas afirmava o tempo todo que era normal isso acontecer nas festas, e a indiferença dele me deixou ainda mais assustada.
Decidi deixar ele sozinho e me afastar um pouco da pista, depois de alguns minutos observei de longe ele e os amigos colocando um líquido que aparenteva ser algum tipo de sonífero na garrafa de Vodka.
Observei algumas meninas que aparentavam ser da minha idade se aproximando da bancada improvisada cheia de bebidas.
Observei uma ruiva pegar um coquetel, o meu sangue ferveu na hora quando percebi que o Lucas estava oferecendo a garrafa batizada para elas.
E antes delas aceitarem eu não pensei duas vezes e logo já estava lá.

Stella Onde histórias criam vida. Descubra agora