Capítulo 03 - A Culpa Não É Minha

69 10 0
                                    

Estávamos em um momento raro, sentados no sofá, todos em casa, esperando Aubrey terminar o jantar

Os meninos estavam jogando videogame, algo sobre tiros e mortes

E eles estavam rindo

Aproveitei que Nathaniel estava fora da partida, e resolvi questiona-lo para acrescentar na minha investigação

- Então, Nat - sorri - Está bem?

- Estou - ele me encarou - E você, Meg?

- Ótima - sorri - Muitas saudades da Inglaterra?

- Claro, eu sempre sentirei saudades da minha terra

- Imagino, eu nunca deixaria os Estados Unidos

- Eu não tive escolha

- Mas então, você sabia que os ingleses são conhecidos pela cordialidade e honestidade?

- Confirmou isso? - ele brincou

- Claro - fiz o meu melhor sorriso - Você é um poço de honestidade

- Muito obrigada, Meg - ele sorriu - Você é muito gentil

- Que isso - balancei a cabeça - Me diga, não tem nada para me contar?

- Contar? - ele mudou a expressão - Não

- Tem certeza?

- Não, Meg - ele suspirou

- Nathaniel, por favor - implorei e olhei brevemente para os meninos sentados no chão da sala, eles continuavam distraídos

- Eu estou me sentindo muito decepcionado, você está jogando comigo, eu não acredito - ele levantou

- Nathaniel - falei alto demais, chamando a atenção dos meninos

- Não estamos escondendo nada - Nathaniel disse firme e saiu caminhando tranquilamente

Olhei para os meninos, que ainda me encaravam, com olhares de reprovação, dei de ombros e Thomas balançou a cabeça, parecendo apreensivo

Agora eu sou a culpada?

Depois desse episódio, Aubrey nos chamou para o jantar, sentamos a mesa para comer um incrível macarrão com queijo, todos estavam comendo em silêncio, se olhando brevemente, eu fiquei observando

Os garotos parecem se comunicar com o olhar

Aubrey olhava em volta, tão confusa quanto eu

O que me leva a crer que ela também não sabe de nada

Olhei para Thomas, que estava ao meu lado, ele sorriu, e logo voltou a encarar o próprio prato. Desviei o olhar para Aubrey, ela disse "O que é isso?", sem emitir som, dei de ombros e balancei a cabeça

Olhei para o lado, Thomas estava mexendo no celular, tentei olhar, porém ele o escondeu rapidamente e sorriu novamente

Falso!

Olhei em volta da mesa, os meninos continuavam com sua própria comunicação, totalmente visual, suspirei e resolvi quebrar o silêncio

- Está muito bom, Aubrey - falei

- Obrigada, Megan - ela sorriu

- Está realmente maravilhoso, amor - Jimmy sorriu docemente para ela

- Obrigada - Aubrey agradeceu novamente

Então voltamos a ficar em silêncio

E não era um silencio legal, era constrangedor

Querido Thomas | ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora