Sexualidade

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— Mãe calma por favor... — Eu repetia enquanto juntava as coisas que a mais velha jogava no chão.

— VOCÊ É UM DESGOSTO PARA NOSSA FAMÍLIA! — Ela gritava várias vezes enquanto "destruía" a casa.

— Mãe você tem que aceitar... — Ela me corta com um tom de ódio em sua voz.

— NA MINHA CASA EU NÃO ACEITO LÉSBICA! — Ela gritou novamente enquanto puxava os fios de seu cabelo; eu nunca vi ela assim...

— Você está ficando louca! — Grito no mesmo tom que a mais alta e ela aponta o dedo indicador em minha direção.

— VOCÊ, VAI SAIR DESSA CASA! AQUI EU NÃO ACEITO LÉSBICA OUVIU BEM? — Ela gritou e subiu as escadas. Eu caí no chão e comecei a chorar desesperadamente. A pessoa que era para me apoiar, me dar amor, carinho e me aceitar como eu sou agora está me chamando de "Desgosto".

E logo após eu me levantar e me recompor, escuto um barulho de vidro quebrando. Ela estava quebrando tudo que via pela frente, e a culpa é minha, pensei.

— Eu vou sair daqui... — Sussurrei para mim mesma e caminhei rapidamente até meu quarto enquanto ouvia minha mãe quebrar mais coisas.

Juntei todas as minhas coisas e coloquei em uma mala; nem todas as coisas, as mais importantes no caso. Me troquei e antes de sair me olhei no espelho pensando se era o certo a se fazer. Sumir assim... Como se eu não existisse, ainda mais sumir por preconceito. A culpa é dela, conclui. Saí do quarto e me dirigi a porta de casa, nem me dei trabalho de tentar falar com minha Mãe novamente. Ela que é o monstro...

Chamei um táxi, por que? Eu realmente estou cansada, e depois disso... Desejo ficar o mais longe possível dela. Uma lágrima involuntária caí e eu apenas a limpo com meus dedos. Sim, eu iria "viajar", melhor dizendo, eu iria morar em outro lugar. Eu já não era mais aceita onde cresci...

Retorno ao "mundo" quando ouço a buzina do táxi a minha frente. Coloquei minhas bagagens no porta malas e me sentei no banco de trás.

— Aeroporto! — Disse enquanto colocava meu cinto e pegava meu celular. O motorista assentiu e seguiu rumo ao aeroporto. Coloquei meus fones de deixei tocar Gasoline.

Minha ficha acabou de cair, minha mãe não queria a minha felicidade, pelo menos não do meu jeito e sim do dela. Aposto que ela queria que eu me casasse com algum homem rico, bonito e inteligente. Mas e a minha felicidade, onde ela fica? Eu realmente não posso escolher o que eu quero para minha vida? Era isso que estava em minha mente agora.

— Chegamos moça! — O motorista diz se virando para mim e abre um sorriso simpático, o qual eu retribui. Ou pelo menos tentei. Saí do carro, peguei minhas malas e adentrei o aeroporto.

Comprei uma passagem qualquer, eu nem sabia para onde estava indo... Juntei minhas coisas e me sentei em um dos bancos perto do portão do meu voo. Já acomodada no banco, guardo meu celular no bolso e aproveito para ver meu destino na passagem.

— Seul... — Disse sussurrando, não me surpreendi, afinal, comprei a primeira passagem que vi, e também optei pela mais rápida já que não queria perder tempo esperando. — Hm... Pode ser interessante...

Continua...

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