1- This is not a cliché

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P.O.V'S Kauana

Nosso relacionamento nunca foi clichê como nós filmes, eu fui fazer uma entrevista de emprego numa das maiores companhias de modelos e moda do mundo. sempre foi meu sonho trabalhar com moda e todo aquele meio fashion, e eu estava prestes a conseguir, não do jeito como imaginei, não como uma estilista é sim como uma secretaria mas era isso ou nada.

Assim que adentrei as paredes metálicas do metrô avistei um assento, o que era quase impossível a essa hora, mas não questionei me sentei e esperei chegar na minha estação, o metrô começava a encher de gente e avisto uma senhora de mais ou menos 60 anos carregando duas sacolas provavelmente indo para casa, a chamo.

- senhora, por favor sente-se - dou meu lugar para ela e fico de pé segurando nas barras de ferro.

uma voz no auto falante anunciou minha parada e me preparo para sair esperando um pouco, para que as pessoas apressadas não passem por cima de mim e saio andando logo me vejo em uma das ruas mas movimentadas de toda São Paulo.

Vejo o sinal aberto para atravessar e sigo meu caminho, hoje está muito frio e muito movimentado, e todos estão com presa para chegar ao trabalho para se aquecerem. sinto algo quente na minha blusa era só o que me faltava, vejo um homem com uma maleta e o celular em uma mão e na outra um copo de café do Starbucks pelo menos não está tão quente pensei comigo mesma, ele nem pede desculpas sai andando como se nada tivesse acontecido, nem liguei já me acostumei com a falta de educação das pessoas.

logo hoje meu azar tinha que me dar um empurrãozinho pra a minha entrevista ser um completo desastre, não que ela já não fosse ser, mas chegar em uma entrevista com a blusa social branca molhada de café não é lá muito incentivador.
pego meu blazer que trazia na alça da bolsa e visto para que ninguém note que minha blusa social branca está transparente mostrando apenas meu sutiã preto de renda.

Chego em frente à um prédio com uma fachada enorme escrito Kim- styles as portas giratórias de vidro revelando o quão chique é por dentro.
Entro e vejo uma garota que suponho ser a recepcionista.

- bom dia me chamo Kauana Hofemã, vim fazer uma entrevista para secretaria - digo e ela nem olha na minha cara.

- atrasada, a senhorita Kim não gosta que as pessoas cheguem atrasada - diz seca, já vi que não gostou de mim.

- aqui ponha esse cartão de identificação e o escritório da senhorita Kim e no último andar ou seja no 20° andar, lá você vai encontrar uma moça chamada Clara fale com ela, irá mostrar o escritório da senhorita Kim - diz mexendo no computador.

- sim obrigada, qual seu nome? - digo antes de sair - Fernanda - diz me olhando e volta atenção para o computador, chamo o elevador e logo que pisei no 20° andar, vejo que é diferente do saguão, as paredes na cor creme com detalhes em ouro e o lustre de ouro com cristais no teto simplesmente lindo, nunca fui acostumada a ter luxos. venho de uma família simples e trabalhadora, vejo uma garota jovem falando ao telefone em quanto digita algo no computador, vou até ela.

- com licença, vim para entrevista de secretaria - digo e a vejo desligar o telefone - olá me chamo Clara, bom você está 2 minutos atrasada, espero que ela se de bem com você a senhorita Kim e muito como posso dizer.. rígida - diz fazendo uma cara estranha.

- mas então Kauana né? - diz e eu aceno com a cabeça - você segue esse corredor a última porta no final e o escritório, boa sorte - lhe dou um sorriso educado e caminho até o final do corredor, bato antes de entrar e logo em seguida uma voz rouca e melodiosa diz que posso entrar.

Adentro o escritório e não é igual ao lado de fora ele era todo escuro e tinha uma janela do chão ao teto com vista para toda a cidade, ela está de costas para mim sentada em sua cadeira.

Anti romanticOnde histórias criam vida. Descubra agora