Presas

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    22 de novembro de 2013

    - Tá escuro
    - Eu não consigo ver nada
    - Onde estamos?
    - Tu acha mesmo que eu sei?
    Bom...obviamente nós estávamos presas. Mas não sabíamos aonde. Conseguíamos ouvir duas vozes de homem.
     - O que devemos fazer com elas?
     - Não sei, só sei que não podemos matá-las
     - Eu sei disso, seu imbecil. Vão perceber na hora.
     - Então, vamos tirar o saco da cabeça delas?
     - Tudo bem
     Um deles tirou os sacos das nossas cabeças. Um deles era alto, tinha muitas tatuagens e os olhos mais pretos que eu vi na minha vida. O segundo era um pouco menor e menos aterrorizante.
     - Por que estão fazendo isso?!! - gritei - O que nós fizemos pra vocês?
     - Nada - o mais alto falou - O único problema é que vocês valem uma fortuna, já que são famosas...
    - O que eles estão falando? - Elizabeth me perguntou em inglês.
    - Calada! - o mais baixo falou - Ela não pode falar o que a gente não entende, entendeu Allisson?
     - Não fala nada - falei para a Liz.
    - Então Allisson, teremos que discutir o resgate de vocês. Não iremos machucá-las se vocês colaborarem.
    - O que vocês querem? - falei desesperada - Nós te damos dinheiro. Por favor, deixa a gente ir.
    - De jeito nenhum, moçinha - o mais alto falou - Tem algumas coisas que vocês precisam fazer pela gente..
    - Tipo o quê? - perguntei
    - Tipo fazer a gente ficar rico, mudar nossas vidas. Tirar a gente desse chiqueiro e fazer a gente ficar famoso.
    - Mas eu não consigo fazer isso! - falei - Eu não tenho esse poder.
    - Que pena, princesa - o mais baixo falou - Você tem 48 horas para pensar em uma ideia. Senão pode dar adeus a sua amiguinha.
    - Não!! - gritei - Ela não..
    - Então pense em uma ideia!
    Eles bateram a porta e saíram.
    - O que eles disseram? - Liz me perguntou.
    - Eles disseram que eu tinha que dar dinheiro para eles.
    - Então dá - ela falou - Problema resolvido.
    - Não é só isso - falei - Eles querem que eu faça eles ficarem famosos. Dar uma casa, um emprego e muito dinheiro. Isso eu não posso fazer....
    - É verdade...
   Olhei meu celular na mesa longe da gente. Minha mãe estava ligando. E não era a primeira vez. Ela devia estar desesperada.
    - Temos que sair daqui, Liz.
    - Jura? - ela falou - Eu sei disso. Temos que saber como vamos fazer isso.
    Durante alguns minutos pensei em como íamos fazer isso. Aí uma ideia veio à minha mente.
    - Já sei!! - falei - Minha mãe me deu uma presilha de ferro antes da gente sair de casa, já que ela sabia que estaria quente. Talvez consiga cortar as cordas que estão na sua mão!
    - Pode ser, Allisson. Só tem um problema. Como vamos tirar isso da sua cabeça?
    - Por causa da "delicadeza" dos homens que sequestraram a gente, ela está quase solta - falei - Talvez você consiga pegar com a boca.
     - Vou tentar.
     Ela se inclinou por cima de mim e tentou pegar a presilha com os dentes, mas não estava fácil..
     - Vai logo! - falei.
     - Estou tentando - ela falou desesperada.
     Depois de cinco minutos ela finalmente tirou a presilha do meu cabelo e colocou na minha mão.
    - Me dá os sua mão - falei.
    Mesmo com as mãos amarradas, ainda conseguia mexê-las. Com a presilha, tentei cortar as cordas da mão dela.     
     Depois de um tempo, consegui cortar. Ela se levantou e me desamarrou.
     - Vamos sair daqui antes que eles voltem.
      Pegamos nossas coisas e saímos correndo. Nós até tiramos os sapatos! Acho que eu nunca tinha corrido tanto na vida.
     Voltamos à 13 de maio, que, incrivelmente, ainda estava lotada. Passamos correndo por muitas pessoas e 90% delas provavelmente nos achava malucas.
     Entramos correndo no primeiro táxi que encontramos.
     - Com licença, que horas são?
     - Três e meia
     Meu Deus! Minha mãe devia estar doida. Coitada dela. Nós duas estávamos chocadas. Ninguém falou nada até chagamos em casa.
    Tocamos a campainha e, na hora que minha mãe abriu, Liz entrou correndo em casa e eu corri para abraçar minha mãe.
     - Allisson - ela falou chorando - Você quer me matar do coração? Tá maluca?
     - Desculpa mãe - falei chorando - Mas não foi nossa culpa. Olha a Elizabeth!
     Depois que nós ficamos calmos, comecei a contar o que havia acontecido. E minha mãe chorava cada vez mais.
     - Não acredito - ela falou - Vocês poderiam ter morrido.
     - O importante é que estamos bem - falei - Mãe, eu sei que nós prometemos ficar mais tempo aqui... Mas eu acho que está na hora de a gente ir para casa.
     - Tudo bem, filha. Eu entendo.
     - E.... Liz, me desculpa pelo que aconteceu. Não era pra ser assim a sua primeira vinda à minha cidade.
     - Tudo bem, Allisson. Podia ter acontecido em qualquer lugar. Afinal, não foi sua culpa!
     - É verdade - falei - Agora, vamos. Temos que arrumar as malas.
   
    
     
   

    

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