Parte 1

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- Cara, até que enfim amanhã é nossa folga. – Silas resmunga ao meu lado.

- Sim, mas no próximo fim de semana, estamos de plantão. – o lembro.

- Não tente acabar com minha alegria, não irá conseguir. – soca meu braço esquerdo rindo. – Vou entrar antes que a dondoca que se acha chefe apareça.

Diz se levantando do banco que nos sentamos para almoçar, da sala de descanso dos funcionários.

- Nos vemos depois. – diz antes de sair porta a fora, me deixando sozinho. Já que fomos um dos últimos a vir comer.

Aproveito os poucos minutos que me resta e acesso minhas redes sociais e checo minhas mensagens no whatsapp. Quando vejo que dá minha hora, volto para meu posto. A sala de medicamentos.

Trabalho na Unidade de Pronto Atendimento, conhecido como UPA. Sou o encarregado de repor os medicamentos e ficar na sala de medicamentos quando precisa, como agora.

Gosto do meu trabalho, pois não rola muito estresse. O bad mesmo é ficar numa sala minúscula por mais de uma hora.

- Licença. – uma voz doce e no mesmo tempo, firme, me faz tirar a atenção do celular e olhar para a janelinha. Me deparo com um lindo par de olhos negros brilhantes.

- Sim? – pergunto um pouco atormentado.

- Onde fica a sala para tomar medicamentos? – me encarra fixamente, me fazendo ficar sem jeito. Ninguém nunca me olhou tão fixamente como ela.

- Ali. – aponto para a porta no final do corredor, onde tem escrito em cima da porta de frente ao corredor, sala de medicamento.

- Cacete, na minha cara. – diz sem jeito. – Obrigada!

- Nada. – sorrio fraco.

Ela acena, me presenteando com um pequeno sorriso de lado e se vai. A observo se afastar com passos decididos. Na hora que iria se sentar em uma das cadeiras perto da porta, uma mulata da mesma altura que ela, sai pela porta da sala de medicamentos. E ela vai a ajudar, dando um apoio para que consiga andar, já que o pé esquerdo da garota está engessado.

As duas conversam entre si e riem um pouco alto, chamando atenção de algumas pessoas em volta. O riso cúmplice uma da outra, me faz sorrir sozinho.

- Disfarça. – Renata entra na minha frente rindo. – Eita, limpa aí. A baba escorreu.

- Some, garota. – brinco.

Quando ia abrir a boca para me provocar de novo, é chamada para a zona amarela. Assim que sai da minha frente, meus olhos vão atrás da linda garota de olhos negros, mas não a encontro em nenhum lugar.

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