Dizem que sonhos são frutos do nosso subconsciente, em que remetem coisas que anseamos ser ou fazer. Imaginários, somemte algo para fazer - além de morrer - ao fechar os olhos e ver somente nada, total escuridão. Mas para Robbi, Jordan e Core um son...
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JORDAN ERA O TIPO DE PESSOA que não perdoava o erro dos outros facilmente, muito menos os seus próprios. Seu pai percebeu isso logo cedo, desde muito nova. Sempre implicando com as pessoas que não gostava ou fazendo cara feia pras pessoas que ela sabia que tinham feito algum mal a alguém. Seu pai uma vez ou outra comparecia à diretoria de sua escola para receber mais uma reclamação de pais de alunos dizendo que Jordan havia batido no nariz de mais um coleguinha. E o motivo era sempre o mesmo: racismo. Jordan adotou a regra de bater no nariz da pessoa que fosse má ou dissesse coisas feias sobre a cor dela. Seu lema era: Se não pode respirar, não pode falar besteira. Muito nova e muito temperamental, as pessoas diziam. A escola inteira pensava que ela era uma criança mal educada e encrenqueira, mas seu pai a achava corajosa por se defender tão bem sozinha, mesmo que com violência. Surpreendentemente ou não, suas atitudes sempre renderam várias amizades. Com o passar do tempo, as outras crianças começaram a gostar dela por ser tão decidida e firme em suas atitudes e palavras. Uma criança realmente muito esperta. Mesmo que não agradasse a todos, Jordan realmente era um modelo de inteligência por onde passava.
Jordan não mudou tanto da escola até a faculdade. Ainda mais quando se tratava de moda, que ela tanto gostava. Quando mais nova, ela juntava suas bonecas e fazia um desfile fictício, quanto maior fosse a boneca, melhor. Seu pai gravava vários vídeos, fingindo ser seu fotógrafo particular. Jordan imaginava que se tivesse tido uma mãe, quais roupas ela ajudaria escolher. Combinando cores e modelos numa só modelo, as que mais ficaram bem. Já tentou usar sua vó de modelo uma vez, mas ela é muito baixinha e ficava se mexendo o tempo todo enquanto Jordan tinha alfinetes nas mãos.
Jordan não sabe de onde veio sua paixão por moda, só lembra de assistir "As patricinhas de Beverly Hills" e ficar alucinada pelas roupas que as garotas usavam. A combinação de saia xadrez, paletó, meia-calça e adereços de cabelo eram fantásticas; bonitas, divertidas e elegantes. Então pensou se um dia poderia criar o mesmo. Poder fazer o que ama e quem sabe, espalhar para o mundo.
Seu pai era a pessoa que mais lhe apoiava, sempre a incentivando e ajudando no que fosse preciso. Talvez se devesse ao motivo da falta da mãe para Jordan, seu pai tentava suprir esse papel em todos os sentidos. Joshua chegou a pensar que a estava mimando demais, mas felizmente, Jordan sempre mostrou o contrário.
Como naquela manhã, em que o carteiro havia deixado uma carta em nome de Jordan, diretamente da universidade Kany's. Que era conhecida no país por ser a melhor, formando profissionais de moda em toda a região.
Suando de nervosa e quase tremendo, Jordan segurava o envelope em suas mãos enquanto esperava impacientemente seu pai chegar em casa. Ao ouvir o girar da chave sendo aberto na porta da frente, Jordan não se aguentou e gritou de euforia.
⎯ PAI? ⎯ pulou do sofá, ficando de pé com os olhos arregalados, esperando que fosse seu pai que finalmente tivesse chegado.
⎯ Jordan? ⎯ seu pai respondeu enquanto fechava a porta.
